sábado, 3 de março de 2018

Bolívia humilhada

Desde o início da atual gestão, o Poder Executivo argentino levantou uma bandeira por um problema que não existia, reclamou da Bolívia por algo que nunca havia negociado seriamente e transformou o vizinho num problema que jamais havia sido

Por Martin Granovsky 
https://www.cartamaior.com.br/


Mantém-se intacto o pacto de sangue entre Gerardo Morales, governador da Província de Jujuy (no noroeste da Argentina) e o presidente Mauricio Macri. Desde o início da atual gestão, o Poder Executivo levantou uma bandeira por um problema que não existia, reclamou da Bolívia por algo que nunca havia negociado seriamente e transformou o vizinho num problema que jamais havia sido. Tudo isso porque Morales inflou um balão de ensaio, deu instruções ao embaixador argentino na Bolívia como se o diplomata fosse seu representante pessoal, e montou um conflito surgido do nada.

O direito vencendo a ciência

Muito se fala hoje em judicialização da política, isto é, na dominação do espaço político pelos juízes e promotores. Mas vou levantar outro problema, que é o da dominação da vida pelo direito – o que poderíamos chamar de juridicização da vida, se quiserem


FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil

Praticamente não existem ciências humanas antes do século XIX. Quer dizer que sociologia, antropologia, ciência política, psicologia e mesmo história, como ciências, têm no máximo duzentos anos. Houve precursores, mas essencialmente o que hoje conhecemos do ser humano é obra recente. Os avanços nessas áreas foram notáveis.

Acontece que, quando você estuda o indivíduo ou a sociedade, você está envolvido no estudo. Podemos ser mais objetivos quando tratamos de física ou química, mas no caso do ser humano nossos interesses ou desejos se envolvem. E isso traz pelo menos um resultado positivo: quem estuda o ser humano, na maior parte dos casos, quer melhorar a vida de nossa espécie. Haverá divergências sobre o que é melhor para nós, mas a vontade de melhorar será forte. Quem usou as ciências humanas para o racismo acabou no lixo da História.

Plano de saúde ‘acessível’: a salvação do mercado (ou dos ricos)


Rafael da Silva Barbosa
http://brasildebate.com.br/

Evidências científicas sugerem que a expansão privada dos planos de saúde em sistemas públicos não gera aumento da acessibilidade, redução dos gastos e tampouco melhora o tempo de espera no atendimento

A atual proposta do governo para melhorar o acesso aos serviços de saúde da população por meio da criação do “Plano de Saúde Acessível” retoma, mais uma vez, o debate acerca do papel privado na política pública de saúde e dos possíveis impactos à qualidade de saúde da população. Segundo a Portaria nº 1.482 do Gabinete do Ministro (GM) do Ministério da Saúde (MS) e registrada por Ofício nº 60 do Gabinete do Secretário (GS) da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), em 18 de janeiro de 2017, a medida busca criar três novas modalidade de planos de saúde, a saber:

– Plano Simplificado: cobertura para atenção primária, conforme rol da ANS, incluindo consultas nas especialidades previstas no Conselho Federal de Medicina;

PT lidera sem rival a preferência dos eleitores


Marcus Ianoni
http://brasildebate.com.br/

Nem com toda a campanha de criminalização levada a cabo pelo aparato repressivo-jurídico-policial e pela mídia golpista o PT desaparece da consciência popular. Tem a ver com o fato de o partido encarnar o ímpeto da vontade de superação da desigualdade

Na medida em que muita água tem passado debaixo da ponte programática governamental e que o país não ruma para futuro promissor nenhum, pelo contrário, a trajetória social, econômica, política, cultural e moral é regressiva, o PT, que desde 1999 nunca deixou de liderar a preferência partidária dos eleitores, voltou a exercê-la, ao longo de 2017, com grande folga em relação aos demais partidos políticos brasileiros. Se levarmos em conta os dois problemas centrais enfrentados pelo partido no biênio 2015-2016, como a onipresente exposição midiática de suas principais lideranças nas investigações da Lava Jato e a deposição da presidenta Dilma Rousseff, como é possível ele ter voltado a ser o partido preferido dos brasileiros?

Às armas, cidadãos!


Soldados passam por barricada durante operação surpresa na favela da Coreia, no Rio de Janeiro. LEO CORREA AP


Qualquer que seja o resultado da ação militar no Rio de Janeiro, sai perdendo a sociedade civil, sai perdendo a democracia

A quebra do estado de direito, com o surrealista processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, concluído em 31 de agosto de 2016, liderado por Michel Temer e secundado pela direita brasileira, abriu um grave precedente contra a ordem jurídica. E, neste caso, a intervenção das Forças Armadas no Rio de Janeiro, em nome do combate ao caos da segurança pública num estado falido e desgovernado, é um simples desdobramento desta mesma lógica autoritária. O problema é que esse caminho pode não ter volta...

A Petrobras e a postura de avestruz

ABR

PAULO MOREIRA LEITE

Lançado na noite de quinta-feira, no Rio de Janeiro, numa cerimônia que contou com a presença de Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras entre 2005 e 2012, além de economistas do gabarito de José Luíz Fiori e Marcio Pochmann, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível Zé Eduardo Dutra (INEEP) tem a vocação de cumprir uma função essencial num país que procura encontrar caminhos para interromper o processo de destruição iniciado pelo golpe de 2016.

A proposta do INEEP é debater ideias, avaliar tendências e estudar as opções estratégicas necessárias para fazer o necessário um caminho de volta, num cenário mais adverso, no qual o esquartejamento da Petrobras e o leilão na bacia das almas das reservas do pré-sal promovidos pelo governo Temer não podem ser vistos como episódios locais.

Argentino vencedor do Nobel da Paz vai indicar Lula para o prêmio

   Encontrou petista nesta 6ª
Encontro de Lula com Esquivel ocorreu na sede do Instituto LulaRicardo Stuckert/Instituto Lula – 2.mar.2018


O argentino ativista de direitos humanos e vencedor do Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, afirmou nesta 6ª feira (2.mar.2018) que indicará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o prêmio. O anúncio ocorreu após reunião com o petista na sede do Instituto Lula.

Participaram do encontro o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Em nota publicada em seu site pessoal, Esquivel diz que o governo do petista virou referência internacional no combate à pobreza.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Para onde vai a esquerda?



Cenário 1 – Divisão e Risco

Se não houver nenhuma reviravolta que contrarie a lógica, Lula não estará na urna. É um direito do PT manter a posição de levar sua candidatura até o limite. Ao decidir não antecipar qualquer alternativa, os petistas fazem duas grandes apostas.

A primeira é que esta é a melhor estratégia para conseguir uma transferência máxima de votos para seu plano B, lançando-o lá na frente na esteira da vitimização do ex-presidente.