sexta-feira, 16 de março de 2018

Não estamos derrotados!

                      Manifestação no Rio, na noite desta quinta (15)

Protestos oceânicos contra execução de Marielle Franco e Anderson Gomes revelam: é possível frear a espiral conservadora; mas é urgente um programa comum. Veja nossa análise e uma seleção de textos relevantes

Por Antonio Martins

Mais uma vez, o cenário mudou. A emoção gerada pelo assassinato brutal de Marielle Franco e Anderson Gomes mobilizou centenas de milhares de pessoas, em todo o país. As ruas voltaram a se encher de uma multidão aguerrida, insistente, multicor, que há muito não por convocação partidária, mas por convicção de que ou agimos já, ou o país se tornará insuportável. E como as multidões foram inumeráveis, os hipócritas tiveram de ceder. Todo o noticiário dos jornais e das TVs, que há alguns dias enxergava a intervenção no Rio como caminho para o resgate do Rio, abriu espaço a uma mulher negra que denunciou desde o início a militarização das favelas. As tímidas ações de fachada, adotadas pelo ministro Raul Jungmann e pela procuradora geral Raquel Dodge tiveram repercussão pífia.

Na hora que isto aqui explodir, Ruanda vai ser pouco



POR EUGÊNIO ARAGÃO, ex-ministro da Justiça

“Terror? Niemals. Es ist Sozialhygiene. Wir nehmen diese Individuen aus dem Umlauf, wie ein Mediziner einen Bazillus aus dem Umlauf nimmt.”

[Trad. “Terror? Jamais! Isso é higiene social. Nos retiramos esses indivíduos de circulação, como um médico retira um bacilo de circulação.”] – Benito Mussolini, apud Joseph Goebbels, citado no artigo “Der Jude”, in Der Angriff, 21.1.1929.

Segunda feira estive no Rio de Janeiro para um debate sobre a intervenção militar. Entre os debatedores estava Buba, moradora de Acari e ativista comunitária. Seu relato sobre a situação dos moradores de favelas e da periferia me deixou sem palavras. Não tinha nada a dizer diante do descalabro do drama vivido por essa enorme maioria de brasileiras e brasileiros, espremidos entre as balas da polícia-bandida e do tráfico opressor.

Inédito: presidente do STF incorre no crime da prevaricação, por Luis Nassif


Se faltava um capítulo final para a desmoralização definitiva da Justiça, o duo Luís Roberto Barroso-Cármen Lúcia forneceu. Barroso com sua apoteose mental de se pretender acima do Executivo, do Legislativo e do voto popular e da própria Constituição; Cármen Lúcia pelo crime de prevaricação, um caso inédito, mesmo na conturbada história do Supremo.

Para entender os fundamentos do direito moderno.

Com a constituição dos Estados-nações, estes passaram a ter o monopólio da Justiça. É a única instituição que pode julgar, condenar ou absolver. Como contrapartida, os cidadãos passaram a ter o direito à tutela jurisdicional do Estado, isto é, o direito de terem suas demandas julgadas, como um dos direitos fundamentais.

Vereadora Marielle Franco assassinada no Rio de Janeiro

Sugestão: Natasha Pimentel

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL, foi assassinada enquanto viajava de automóvel. A vereadora tinha denunciado poucos dias antes a violência policial no estado carioca. Apresentava-se como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.

Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016. Foto de Facebook Oficial.

Marielle Franco, vereadora do PSOL, foi assassinada na noite passada enquanto viajava de carro no centro da Região do Rio. Consigo viajavam Anderson Pedro Gomes, motorista do veículo, e uma assessora da vereadora. Anderson encontrava-se na linha dos disparos, também foi baleado e acabou por falecer.

Segundo as primeiras informações da polícia, os homicídas encontravam-se num carro ao lado do veículo da vereadora e dispararam pelo menos quatro tiros que a atingiram na cabeça, tendo depois fugido sem levar nada. Por este motivo, a principal linha de investigação é execução. Marielle estava a sair do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas", no qual tinha participado.

Sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ)

     Marielle Franco. Do Blog do Amarildo



Natasha Pimentel

Que será?
O que vai mudar no país
a partir desta
e das próximas horas
desse "vento"
frio por dentro
por baixo quente
gelado em cima
por fora ardente.
O que será?

Justiça Federal em Brasília manda destruir dados de quebra de sigilo de FHC



O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal em Brasília, mandou destruir os dados contidos na quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de duas empresas ligadas a ele. A decisão do juiz segue determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que decidiu pela prescrição dos supostos crimes investigados. 

A destruição dos documentos foi publicada pelo O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Deu no Miami Herald: milhares de exilados cubanos estão voltando à ilha para viver

   Passageiros no Aeroporto Internacional José Martí em Havana, em fevereiro de 2016.


O Miami Herald publicou um artigo sobre a repatriação de cubanos, escrito por Sarah Moreno. Como dizem os coxinhas: “vai pra Cuba!”

Para René, Miami tem sido um lugar solitário desde que sua esposa morreu há oito anos.

Embora o idoso de 78 anos de Guantánamo, Cuba, viva com sua filha e neta, ele está sozinho a maior parte do tempo. Então, em julho, ele pediu autorização do governo cubano para retornar.

Mesmo prendendo Lula, elite não consegue sair do labirinto



As evidências são de que o cérebro estratégico do golpe está decidido a levar Lula à prisão. E pretende fazer isso o antes possível.

Calculam que esta operação, ainda que contenha o risco – improvável – da ira e da comoção popular, é a que apresenta o maior benefício ao menor custo.

Para o establishment, o efeito da prisão do Lula é um risco intrínseco à lógica do golpe. Um risco que, nas circunstâncias atuais, precisa e vale a pena ser corrido.