domingo, 22 de outubro de 2017

Aécio, uma alma penada no Senado

Lula Marques/Agência PT


O senador Aécio Neves virou uma alma penada no Senado. Depois de restaurar o mandato dele e o seu direito de sair à noite, revogando decisão do Supremo Tribunal Federal, seus colegas passaram a evitá-lo, temendo contaminar-se. Ele ficou praticamente sozinho, abandonado até pelos seus antigos escudeiros, como o deputado Carlos Sampaio, que era a sua sombra, e agora ninguém lhe dá ouvidos. E até os seus companheiros tucanos não o querem mais no comando do partido, exigindo a sua renúncia. O mineirinho, portanto, que, inconformado com a derrota nas urnas nas eleições presidenciais de 2014, liderou o golpe que destituiu a presidenta Dilma Roussef – e chegou inclusive a entrar com uma ação no TSE pedindo a cassação da chapa dela “só pra encher o saco” – morreu politicamente, sem choro nem vela, deixando órfãos e envergonhados todos os que, entre artistas e políticos, abraçaram a sua candidatura. Era esse o homem que eles queriam na Presidência da República.

Pregos, ração e a elite do atraso, por Felipe Costa

    Foto: Reprodução

Pregos, ração e a elite do atraso

Por Felipe A. P. L. Costa

Os governos das maiores potências econômicas e políticas do planeta, em especial os países que integram o chamado G-7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) veem o resto do mundo principalmente como fonte de alimentos e matérias-primas baratas. Como são eles que ditam e controlam as regras da economia internacional, não é de estranhar que os preços dos produtos exportados pelos países tropicais estejam sempre em níveis tão baixos. Países dominantes costumam utilizar métodos ardilosos, como estimular a competição comercial entre países dominados, comprando depois de quem oferece produtos a um preço mais baixo, sem se importar muito com os meios empregados para isso (exploração de mão de obra infantil ou de trabalhadores escravizados ou semiescravizados, destruição de hábitats naturais etc.).

O papel da mídia na dominação: o caso Gilmar Mendes

O papel da mídia na dominação: o caso Gilmar Mendes

Márcio Sotelo Felippe
Procurador do Estado
http://justificando.cartacapital.com.br/

Havia uma polêmica jurídica no julgamento pelo TSE da representação “para encher o saco do PT” (Neves, Aécio, 2017) contra a chapa Dilma –Temer. Poderiam ser apreciadas provas não constantes da peça inicial?

Bons juristas se dividiram. Gilmar Mendes também se dividiu, mas ele consigo mesmo, sem qualquer problema com a lógica e a vergonha. Pensa que sim e pensa que não.

A sociedade dos afetos regredidos

171019-Afetos

Num tempo de sensibilidades afloradas, certas emoções ocupam o centro da política. É neste ambiente que grupos primitivos porém hábeis em manipulação de afetos, como o MBL, tentam emergir

Por Fran Alavina | Imagem: William Gropper, Leilão de Arte (1959)

A experiência do mundo contemporâneo parece ter gerado um consenso estético de que vivemos tempos de insensibilidade. Ainda que possa soar como algo piegas, e independentemente do espectro político – progressista ou conservador – é cada vez mais audível o discurso de que o caos atual, essa desordem programada a que assistimos atônitos, como se fosse uma pura ficção, seria fruto de uma ordem de coisas de natureza insensível. Para direita e para a esquerda, o certo é que este mundo atual não é o melhor dos mundos possíveis.

Sobre a crítica pela arte e a moralidade cristã

Sobre a crítica pela arte e a moralidade cristã

Wagner Francesco -Teólogo
http://justificando.cartacapital.com.br/

Certa feita Nietzsche escreveu: “não existem fenômenos morais, mas apenas uma interpretação moral dos fenômenos”. E não é que ele está certo?
Por longos séculos a moral cristã interferiu no andamento da sociedade. Nem sempre foi de tudo ruim, para que não sejamos injustos, mas é fato: dependêssemos da moral cristã, a mulher ainda seria submissa ao homem (Efésios 5:24).
É claro que os membros do MBL não são moralistas cristãos: não são nada, senão (dizem eles que são) liberais oportunistas pegando carona em onda conservadora para se promover. Mas os moralistas cristãos existem e são perigosos.

sábado, 21 de outubro de 2017

“Verdades delirantes: a Lava Jato serve a uma minoria”, diz promotora de Justiça ao DCM

      Lúcia Helena Barbosa de Oliveira


No último dia 10 de outubro, a Comissão de Direitos Humanos do Senado realizou audiência pública para debater o sistema de justiça brasileiro.

Uma das convidadas, a promotora de justiça Lúcia Helena Barbosa de Oliveira, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), criticou de forma contundente a Lava Jato e seus integrantes, apontando diversos abusos da operação.

A fala de Lúcia Helena viralizou (veja abaixo). “Se um juiz é fotografado conversando no ouvido do opositor político do seu réu ou se o juiz vai aos jornais, como o presidente do TRF-4 o fez, para fazer apreciação de valor da sentença que ele vai julgar dizendo que a sentença do Moro é irrepreensível, ele já é suspeito”, falou. 

ALMIRANTE OTHON: MINHA PRISÃO INTERESSA AO SISTEMA INTERNACIONAL



Responsável pela política nuclear e pela construção do submarino nuclear brasileiro, o almirante almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, concedeu sua primeira entrevista após a Lava Jato; nela, afirmou que é inocente de todas as acusações que levaram à sua condenação a 43 anos de prisão pela Lava Jato e destacou que sua saída da cena energética do país interessa, sobretudo, "ao sistema internacional preocupado com o fortalecimento de um dos países integrantes dos BRICS"; segundo Othon, "os brasileiros transnacionais, muito provavelmente, ficaram satisfeitos com o meu processo e a minha saída do cenário", afirmou

247 - Em sua primeira entrevista após a Lava Jato, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, responsável pelo programa nuclear brasileiro, falou à Carta Capital e afirmou que é inocente de todas as acusações que levaram à sua condenação a 43 anos de prisão pelos supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa nas obras de construção da usina nuclear de Angra 3. Segundo ele, sua condenação interessa sobretudo "ao sistema internacional preocupado com o fortalecimento de um dos países integrantes dos BRICS. Os brasileiros transnacionais, muito provavelmente, ficaram satisfeitos com o meu processo e a minha saída do cenário".

Coragem civil, qualidade rara nos dias de crise que vivemos

Divulgação


"Mut auf dem Schlachtfelde ist bei uns Gemeingut, aber Sie werden nicht selten finden, dass es ganz achtbaren Leuten an Zivilcourage fehlt." (Otto v. Bismarck, citado por Robert v. Keudel, 1901).

[trad. "Coragem no campo de batalha é entre nós parte do patrimônio comum, mas não raro se constata, que falta coragem civil a pessoas mui respeitáveis."]

Épocas de crise política são uma oportunidade de recobrar virtudes perdidas ou nunca antes valorizadas. As crises são desencadeadas por destruição de consensos e, para reconstruí-los, é preciso o reforço daquilo que todos prezam porque para si o exigem, mesmo que neguem aos outros.