segunda-feira, 28 de maio de 2018

Ciro, esta não...

por Mino Carta 

O presidenciável do PDT parece não entender que o assassínio político de Lula é a prova definitiva da demolição do Estado Democrático de Direito

           Gleisi Hoffmann disse não a Ciro depois de um desabafo do líder magoado

Sou amigo velho de Ciro Gomes e do irmão, o ex-governador Cid. Estiveram ambos à mesa do lançamento do meu penúltimo livro, O Brasil, em 2013. Ciro cuidou de me apresentar ao público de Fortaleza, de forma afetuosa, ao se superar em generosidade.

Considero sua candidatura à Presidência da República além de legítima, baseada em uma atuação política coerente na ideologia e irrepreensível moralmente. Inúmeras vezes CartaCapital apoiou-o em seus lances políticos e o teve por longo tempo entre seus mais preciosos colunistas. Não posso aprovar, entretanto, seu comportamento em relação ao ex-presidente Lula.

A acumulação de nuvens tempestuosas

            por Prabhat Patnaik [*]
            https://www.resistir.info/

A última vez que a economia indiana enfrentou uma grave perturbação macroeconómico, o que é diferente do aumento mais ou menos constante da pobreza que acompanha o desempenho do seu crescimento, foi em 2013, quando houve uma desvalorização drástica da rupia. O facto de que desde então nenhuma perturbação semelhante ter surgido no horizonte, apesar do contínuo défice em conta corrente do país, foi devido a dois factores específicos: os reduzidos preços internacionais do petróleo bruto que mantiveram a factura de importação da Índia e portanto o seu défice em conta corrente; e a facilidade de influxos financeiros, devido a taxas de juro reduzidas nos EUA, as quais tornaram transferências de fundos para países como a Índia, que oferecem taxas comparativamente mais elevadas, uma proposta atraente para a finança globalizada. 

Mercado não terá prejuízo, mas governo não subsidia gás de cozinha

http://www.vermelho.org.br/

A greve nacional dos caminhoneiros, que nesta segunda entrou no oitavo dia, colocou o governo de Michel Temer nas cordas. Acuado, o governo tenta criar a falsa imagem de que está cedendo e após reuniões com ministros e representantes dos caminhoneiros, Temer fez um pronunciamento neste domingo (27) para anunciar um pacote de medidas que supostamente atende a todos os anseios dos manifestantes.

Marcelo Camargo/Ag Brasil
  
Entre as medidas, está a redução do preço do diesel em R$ 0,46 por 60 dias, que se obterá por meio do corte das cobranças do PIS-Cofins e da Cide sobre o diesel. Após o período de 60 dias, os reajustes serão mensais, para supostamente criar previsibilidade par aos custos dos caminhoneiros.

Foram anunciadas também a isenção da cobrança de eixo suspenso em pedágios de todas as rodovias do país; a garantia de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contrate 30% de seus fretes com caminhoneiros autônomos e a definição de uma tabela mínima de fretes para o transporte rodoviário de cargas.

Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o pronunciamento de Michel Temer foi para enganar o povo, pois mantém a política de preços dos combustíveis e apenas tenta acabar com a greve 

Bob Fernandes/Chegou a conta alta: mortalidade infantil, pobreza extrema, gasolina, gás, dólar...


PCO convoca CUT à greve geral, prevendo “dura derrota à direita”

            Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil


A CUT deve chamar já a greve geral, a hora é agora


Apesar da enorme campanha da imprensa golpista pelo fim da greve dos caminhoneiros, a mobilização continua, com milhares de governo se opondo às manobras do governo Temer de encenar que atendeu a todas as reivindicações da categoria, quando isso nem de longe reflete a realidade.

Depois de sete dias de greve, o Brasil começou a segunda praticamente paralisado diante da falta de combustível e com a ameaça de ampliação do movimento grevista com a participação dos petroleiros, motoristas de vans e muitos outros setores.

O capitalismo da super-auto-exploração, por Fernando Horta


O capitalismo da super-auto-exploração
 
por Fernando Horta

Em 1916, Lênin descreveu uma “fase superior do capitalismo”, que seria a união do capital bancário com o industrial criando imensos grupos geradores de lucros em cima de todas e quaisquer atividades humanas. Lênin descreve o processo como parte de sua explicação para a primeira guerra mundial. Este capitalismo financeiro teria como característica a mitigação do risco e da concorrência. Não haveria mais o “livre mercado”, seja porque estas imensas reservas de capital dobravam os regimes tributários e legais dos Estados, seja porque tais grupos teriam inúmeras ferramentas (dumpings, holdings, trustes e etc.) para acabarem com todos os concorrentes.

Duas bandeiras históricas: Lula livre e o Petróleo é nosso!

 

Por José Raimundo Trindade
https://www.cartamaior.com.br/

A greve dos caminhoneiros e empresários de logística nos colocam dois cenários pela frente: a construção de um movimento conjunto e soberano, capaz de soltar Lula e estabelecer uma nova agenda de democratização brasileira ou; o que me parece mais possível, o aprofundamento do golpe com a privatização da Petrobrás e cancelamento das eleições de outubro

“Porque defender a Petrobrás é defender os interesses do povo brasileiro.” (FPU)

“Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém (...). Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver cadeia, forca, exílio”. (Monteiro Lobato).

A greve dos caminhoneiros estabeleceu uma quadrupla disputa: entre a esquerda e a direita; quem é a favor e quem é contra; entre o (des) governo e os mandantes do (des) governo e finalmente; entre os próprios caminhoneiros. 

Queremos elucidar cada um desses quiproquós e ver aonde paramos.

Primeiramente, a disputa entre o (des) governo e os mandantes dessa quizomba. 

Sete dias de greve de caminhoneiros e de caos na República Federativa das Rodovias

Os caminhoneiros provaram ser a única categoria capaz de converter o Brasil em um refém do tamanho de um continente

             NELSON ALMEIDA AFP

https://brasil.elpais.com/ - São Paulo / Brasília / Recife 

É sexta-feira ao meio-dia no centro de Recife, uma cidade de mais de um milhão e meio de habitantes em Pernambuco, mas poderia ser a primeira hora de um domingo, a julgar pelo ambiente desértico. No que deveria ser o ápice do horário comercial, as ruas estão quase vazias, pelas vias quase não passam carros e há várias lojas fechadas. Claudenilson Carlos da Silva, de 34 anos, conta as mesas que estão sem ninguém no restaurante em que trabalha. "Se continuar assim vamos fechar mais cedo”, calcula. “Agora é hora do almoço, era isso estar cheio.”

Isso é o que se passa por uma cena normal no Brasil dos últimos dias. O país inteiro passou ao menos uma semana imerso em uma greve de caminhoneirosque paralisou boa parte de sua vida pública, quando não transformou o dia a dia em seus 26 Estados em um pesadelo logístico. Postos de gasolina, supermercados, hospitais e aeroportos foram ficando desabastecidos com o passar dos dias e suspenderam alguns de seus serviços: os portos ficaram sem nada para exportar e os cidadãos e governos locais ainda buscam desesperadamente fórmulas para resolver a situação. E como trilha sonora de todo este caos, o zunzunzum de soluções temporais que o Governo federal, de Michel Temer, vai anunciando e que, até um final in extremis, pouco fizeram para mudar a situação nas ruas.