quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Vídeo de 1 minuto desvenda como a mídia funciona e funcionou para levar o Brasil ao fundo do poço

Vídeo com trechos de falas do historiador Marco Antônio Villa, uma espécie de ‘intelectual orgânico’ da mídia brasileira, é sintomático de como o Brasil chegou ao fundo do poço ao eleger a família Bolsonaro.

O neoliberalismo não é compatível com a democracia

por António Avelãs Nunes [*]

1. Na tentativa de esconder a existência do estado capitalista enquanto estado de classe, enquanto ditadura da burguesia, o discurso dominante insiste na tese de que o neoliberalismo é um sistema libertário, que dispensa o estado.

A social-democracia europeia reconhece hoje que "mudou radicalmente de atitude face ao estado", ao longo do século XX: em 1.º lugar, porque abandonou a "posição libertária de querer destruí-lo [ao estado capitalista], como dominação e factor de dominação burguesa"; em 2.º lugar, porque houve uma mudança no que toca à "arquitectura institucional do estado." Em Portugal, Augusto Santos Silva apresenta o estado capitalista como um "espaço de integração social e intervenção política para as organizações vinculadas ao movimento operário", como "expressão da comunidade política nacional", como "espaço de pertença de toda a colectividade", como "representação política de toda a sociedade".

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Assombrado pelo caso Adriano/Milícias e para desviar atenções, Bolsonaro, de novo, ofende repórter


É ISTO UM PAÍS?


O jornalista português João Pereira Coutinho defende que a afirmação de identidade dos ricos no Brasil funda-se na humilhação dos pobres 

A ANTIELITE BRASILEIRA 

JOÃO PEREIRA COUTINHO
ESPECIAL PARA A FOLHA - 04.09.2005

É impossível aterrar em São Paulo e não visitar a Daslu, esse "shopping-bunker", nas palavras do jornalista Alcino Leite Neto. Não fujo à regra e, em plena Vila Olímpia, o "bunker" se ergue para mim. Imponente. Prepotente. E tão vulgar que até dói: 20 mil metros de luxo exclusivo, rodeados por miséria e desolação.

As promessas de Guedes

Todos conhecemos o passado do ministro. Todos conhecemos seus compromissos com o financismo. Todos conhecemos seu encanto com a abertura globalizada sem restrições. Todos conhecemos sua verdadeira aversão a qualquer intenção de política industrial. Guedes prometeu recuperar o peso da indústria em nosso PIB? Acredite quem quiser

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Paulo Kliass
https://www.brasil247.com/

A vitória eleitoral de Jair Bolsonaro em outubro de 2018 pode ser explicada por um conjunto amplo de fatores sociais, políticos e econômicos. Não é intenção deste breve artigo discutir esse processo à exaustão. Porém, é inegável que a aproximação do então deputado federal do PSL com um representante do mundo do financismo tenha facilitado essa trajetória. A partir do momento em que Paulo Guedes mergulha de cabeça na campanha, pouco a pouco começam a serem abertas as portas para que o candidato adentrasse os salões da nata das elites de nosso País.

Capitalismo, socialismo e super-produção

         por Prabhat Patnaik [*]
         https://www.resistir.info/

Estas notas destinam-se a esclarecer um ponto apresentado anteriormente ( Peoples' Democracy, June 30, 2018 ) acerca do facto de as economias socialistas de outrora não terem crises de super-produção como acontece com as economias capitalistas.

Está na própria natureza do capitalismo ter "crises de super-produção", ou seja, crises decorrentes da "super-produção" em relação à procura. "Super-produção" não significa que cada vez mais bens continuem a ser produzidos em relação à procura de modo a que stocks não vendidos continuem a acumular-se. Isto pode acontecer só por um breve período inicial; mas como os stocks se acumulam, a produção fica restringida, provocando recessão e maior desemprego. "Super-produção" em suma é ex ante, no sentido de que se a produção se verificasse à plena capacidade de utilização (ou a algum nível desejado de capacidade de utilização), então o montante produzido não poderia ser vendido devido a uma escassez de procura. Mas na realidade isto manifesta-se em termos de recessão e maior desemprego.

Jair Bolsonaro retoma credencial machista com insinuação sexual contra jornalista

Presidente insulta repórter da ‘Folha de S.Paulo’, descendo mais um nível em suas declarações grosseiras, e agora também misóginas. Repercussões viram cortina de fumaça para noticiário negativo

O presidente Jair Bolsonaro em Brasília, dia 5 de fevereiro.ADRIANO MACHADO (REUTERS)

MARINA ROSSI
https://brasil.elpais.com/

Jair Bolsonaro desceu mais um nível em sua narrativa agressiva, e desta vez atingiu dois alvos. A imprensa e as mulheres. Na manhã desta terça-feira, o presidente insultou a jornalista da Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello, com ironias de insinuação sexual. “Ela [a repórter] queria um furo [uma exclusiva, no jargão jornalístico]. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse, rindo, a um grupo de simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada, num proposital jogo de palavras que sugere a troca de uma informação por oferta de sexo. A declaração foi em referência ao depoimento falso de Hans River do Rio Nascimento, um ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, dado na semana passada na CPMI das Fake News no Congresso. A Folha desmentiu ponto a ponto todas as declarações de Nascimento no mesmo dia do seu depoimento.

Raízes do mensalão: nem 1998, 2004 ou 2005; conheça o pontapé inicial

A origem do mensalão não vem de 2004, com a Globo, nem em 2005, com a Folha. E os que imaginam que o início surgiu em 1998, com a reeleição de FHC, também estão enganados

Tudo começou antes mesmo do chamado valerioduto tucano.

Muita gente pensa que a história do mensalão começou em 14 de maio de 2004, quando a TV Globo mostrou uma reportagem com um diretor da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT), Maurício Marinho, recebendo propina de uma pessoa apresentada como um empresário.

Outros pensam que foi quando o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) deu a bombástica e fantasiosa entrevista à Folha de S. Paulo, em 6 de junho de 2005, que logo repercutiu pela imprensa, tornando-se capa nos maiores jornais do país. Foi nela que o então deputado criou o neologismo “mensalão”.