sábado, 12 de setembro de 2015

FALAR MAL DO BRASIL NO EXTERIOR OU A “SÍNDROME DE FHC”.

Nonato Menezes - Andar por aí desfiando um palavreado rancoroso e desinformado sobre o Brasil parece ter virado prática esportiva. Tanto aqui quanto no exterior, muitos imbecis babam ao falar mal do nosso País e da nossa gente.

Outro dia eu estava numa loja de ferramentas, quando chegou um desses loroteiros, querendo trocar uma peça que, segundo ele, estava com defeito. A primeira pergunta que fez ao vendedor foi se aquela peça era de fabricação nacional. De pronto, o vendedor respondeu que sim e que aquela era uma das melhores do mercado.

Pronto. Bastou isso.

O néscio passou a desfiar aqueles clichês que já conhecemos: “- este país é uma piada. O que é produzido aqui, nada presta”. E viajou na baboseira desajeitada.

O balconista tomou a peça e logo percebeu que a utilização dela é que tinha sido inadequada, portanto não era defeito, mas mau uso da peça. Foi tão didático na explicação que deixou o palerma em silêncio.

Do lado, um senhor de meia idade, aproveitou a deixa e saiu com esta: “– não gosto dos Estados Unidos, mas há uma coisa naquele povo que prezo muito; é a defesa intransigente que ele faz do seu País. Certo ou errado, difícil algum estadunidense ser visto falando mal da sua gente, nem mesmo das suas loucuras, como viver destruindo outros países”. E completou: “- aqui no Brasil, volta e meia, temos que ouvir este discurso sem graça”. Talvez para evitar bate-boca, virou as costas e saiu. Nem observei se já tinha feito o que precisava fazer na loja.

 De minha parte; ganhei o dia!

No exterior, essa patetice ganhou força com a contribuição do meu ídolo FHC, o presidente mais entreguista da nossa História.
Não entendi o propósito, mas no melhor estilo néscio, numa visita a Portugal, o príncipe da privataria saiu com esta: “- Como vivi fora do Brasil, na Europa, no Chile, na Argentina, me dei conta disso: os brasileiros são caipiras. Desconhecem o outro lado e quando conhecem, se encantam. O problema é esse”. E a criatura estava como presidente da República.

A partir daí, outros brasileiros de nascimento, passaram a arrancar aplausos de plateias interesseiras, falando mal do nosso País no exterior. Com discursos piegas e politicamente idiotas, pessoas famosas, mas quase esquecidas do público, ressurgiram na nossa mídia - que ama o Brasil -, como exportadores de fofocas. Já pensou como é chique falar mal do Brasil em Nova York?

Um dos primeiros a seguir a estultice do príncipe da privataria foi o florido cantor Ney Matogrosso. Renegando seu ‘sangue latino’, escolheu como alvo de suas bravatas, o programa “Bolsa Família” que, segundo ele, se resume a tirar pessoas “da extrema miséria para a pobreza enorme”. Oh! Que sábia leitura das necessidades humanas!

Outra pérola dita pelo cantor “reboladeiro”, foi esta: "No PT é muito mais visível a corrupção, agora não estou dizendo que só o PT (é corrupto)".

“Mais visível” porque permite investigação, estúpido!

"O Brasil se tornou pouco confiável". Esta foi uma das expressões proferidas a banqueiros e empresários dos Estados Unidos por ninguém menos que um dos homens públicos mais confiáveis do Brasil: o insolente ex-candidato a presidente da República, em 2014.

Homem íntegro, por excelência, tem como embasamento de confiabilidade seu comportamento de monge tibetano. Austero nos hábitos, a ponto de abominar bebida alcóolica. Severo crítico ao uso e tráfico de drogas. Impoluto homem público, cuja admiração popular o fez onipresente, justo quando foi eleito para governar Minas Gerais, com moradia no Rio de Janeiro e fiel festeiro nas boates cariocas.

Na onda esmaecida do falar mal do Brasil no exterior, quem surfou também, foi o trepidante Ed Motta. Cheio de rancor por não ser popular, viu em quem não o acompanha como cantor, uma capacidade enorme de ser simplório. Sobre os brasileiros residentes no exterior que foram vê-lo, esbravejou: "turma mais simplória"! E foi memorável com esta expressão: "O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês. A divulgação da gravadora, dos promotores é maciça no mundo Europeu, e não na comunidade brasileira."

Para quem acha que já viu tudo em matéria de tolice, eis uma de enrugar a testa!

Ele mesmo, o Fábio Júnior. Aquele que por um bom tempo, esforçou-se para denegrir a palavra e o sentido do termo, Pai!

Não conseguiu.

Foi nobre em fazer filhos e casar quase uma dezena de vezes. Mesmo com o esforço da mídia – que ama o Brasil – não conseguiu mostrar o que nunca teve: talento. Como “ajeitador” de interpretação, bastou o tempo para mostrar o lugar dos cantores medíocres. Sumiu!

De repente, o “Pai!”, aparece em estilo néscio, enrolado na bandeira verde e amarelo, em Nova York, cantando o que FHC lhe ensinou: falar mal do Brasil no exterior.

Agora imagine, com todo tempo que teve e apoio estrondoso da mídia – que ama o Brasil – não conseguiu ser cantor, não seria agora, exportando fofocas e falando do que não entende que conquistaria momentos de sucesso. Afinal, quem é medíocre, sempre repousará na mediocridade.

Na mesma toada, outras e outros assemelhados de brasileiros, se fiam a propalarem asneiras contra o País os quais nasceram, onde vivem e até enriqueceram, que convivem com gente que é sua gente, que respiram a cultura que é a sua cultura, mas agora, sabe-se lá por que raio de hipocrisia, resolveram renegar tudo isso. Talvez nem renegar, apenas navegar em busca de escassos brios, antes mesmo que a morte os encontre em definitivo.

Esse comportamento estranho de criar seus demônios, fora do seu próprio inferno, nada mais é do que uma faísca de desespero. Demônio por demônio, pode ser encontrado aqui mesmo, nas nossas ruas, nos nossos bairros, basta que o bom senso se indigne com a pobreza absoluta, com a violência nas nossas grandes cidades, com o resistente analfabetismo que teima em não sair do meio de nós.

Estes são os nossos demônios; reais e assustadores que tanto precisam ser exorcizados. Mas os cretinos e os covardes preferem criar demônios fictícios como forma de fuga das responsabilidades e dos compromissos que deveriam ter com seu próprio País, com a nossa gente e com a nossa cultura.


Talvez assim houvesse reconhecimento pelo desespero na busca do sucesso perdido. E também, alguns aplausos verdadeiros por gestos de nobreza: solidariedade, compromisso, envolvimento, simplicidade e justeza de caráter.

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