quinta-feira, 13 de junho de 2019

Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (Parte 2): PSTU

PSTU e fora todos

https://www.causaoperaria.org.br/

A esquerda pequeno burguesa em suas diferentes matizes apoiou a farsa da Lava Jato e suposta campanha de “combate a corrupção”. Em alguns casos extremos, inclusive de maneira bastante entusiástica, como Luciana Genro (PSOL) e o PSTU.

Depois que veio a público as mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltran Dallagnol divulgadas pelo The Intercept Brasil, que comprovaram o que a defesa de Lula e os participantes da campanha pela Liberdade Lula sempre denunciaram que a Lava Jato era tão somente um grotesco teatro judicial montada para prender o ex-presidente Lula, a esquerda pequeno burguesa de maneira desesperada procura cinicamente se desvencilhar do cadáver mal cheiroso da Lava Jato.

Dessa forma, o PSTU, o partido da esquerda pequeno burguesa que apoiou o golpe de Estado de 2016, que defendeu a prisão de Lula, que exaltou os agentes do judiciário golpistas como uma reencarnação do Tenentismo da década de 1920 e criticava a tentativa de “ abafar” a Lava Jato, procura apresenta-se como a encarnação da “ luta contra a Lava jato”.

Realmente, o PSTU não nos cansa de nos surpreender, assim demostrando uma alta dose de cinismo, mas também de alienação mental afirma que “sempre denunciou” os “ perigos da seletividade “ da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro.

“A reportagem reafirma aquilo o que o PSTU sempre denunciou: a Lava Jato e Sérgio Moro não são imparciais, são seletivos e não merecem nenhuma confiança da classe trabalhadora.” https://www.pstu.org.br/moro-tem-bandido-de-estimacao-e-seletivo-e-fez-conluio-com-dallagnol/

Curiosamente, as posições do PSTU em praticamente todas as ocasiões é quase sempre uma caricatura do stalinismo da década de 1930. Assim, quando a política ultraesquerdista do chamado “ Terceiro período” levou a vitória do Nazismo na Alemanha, e quando os acontecimentos evidenciaram que a política adotada por Stálin levou a um derrota colossal da classe trabalhadora alemã, a direção da Terceira Internacional não se dobra os fatos, mas usam os fatos como evidencia que stálin estava sempre “ certo” , apresentando trechos selecionados de documentos antigos para “reafirmar o que Stalin sempre denunciou”.

A melhor maneira de escamotear os erros de análise e os resultados desastrosos da política de frente única com os golpistas é precisamente em apresentar a realidade de maneira distorcida, apresentando os fatos que precisamente evidenciam o fracasso de uma política como a comprovação dos “acertos”, como espécie de realização de uma falsa “ profecia”.

Como já foi salientado na matéria sobre Luciana Genro, esse procedimento de esconder as posições do passado, é não somente uma expressão da confusão política, mas indica também como a esquerda pequeno burguesa, que se auto intitula honesta e cheia de pudores políticas, é profundamente desonesta politicamente. Por isso, é necessário na polêmica com a esquerda pequeno burguesa, em particular com PSTU, citar o que PSTU realmente disse sobre a Lava Jato, não somente para relembrar as posições interessadamente “ esquecidas” mas para afirmar que não devemos nos deixar enganar por truques de vigaristas políticas que apoiaram a Lava Jato e o golpe, mas como agora está pegando “ mal”, uma vez que a campanha burguesa pela “ luta contra a corrupção “ está completamente desmascarada, resolveram esconder a politica golpista anterior.

A adesão do PSTU da campanha udenista contra a corrupção

Para dar o golpe de 2016, a burguesia brasileira associada com o imperialismo orquestrou uma campanha conspiratória que tinha como eixo fundamental a “ luta contra a corrupção”. Um dos pontos fundamentais da engrenagem foi a montagem da operação Lava Jato, com especial relevo a atuação da “ República de Curitiba”, através do ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato. Assim como a Operação Mãos Limpas italiana, através de uma intensa campanha pela imprensa capitalista era articulados processos judiciais fraudulentos com nítidos objetivos políticos. Ora, essa utilização da “ luta contra a corrupção “ como um objetivo golpista não é uma novidade na política nacional, é pelo contrário, um dos instrumentos recorrentes da burguesia para derrubar governos de esquerda ou nacionalistas. A atuação da antiga UDN através das campanhas contra o “ mar de lama” e “ contra a corrupção” nos golpes de 1954 e 1964 são marcos históricos importantes.

Portanto, as “ campanhas contra corrupção” sempre foi um patrimônio da direita golpista no Brasil e no mundo, que serve para galvanizar setores mais atrasados da classe média. Na atual crise política, a operação Lava Jato e a campanha contra Corrupção representam tão somente uma faixada para mobilizar coxinhas ( e bolsonaristas) a favor do golpe.

O PSTU aderiu de malas e bagagens na campanha da direita, e de maneira consciente procurou traficar, felizmente sem sucesso, para o interior da esquerda a pauta coxinha de combate a corrupção para atacar o PT.

“A prisão e o confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores é um desejo e uma reivindicação da maioria da classe operária e da classe trabalhadora. E com certeza é uma reivindicação progressiva.” https://www.pstu.org.br/a-lava-jato-e-teoria-da-conspiracao/

A campanha contra a corrupção não é e nem nunca foi e nunca será minimamente progressista. Mesmo agora depois do vazamento do real conteúdo da “ campanha contra a corrupção” e do que é efetivamente a operação Lava Jato, (como alega que PSTU sempre denunciou ), os morenistas insistem com a defesa do fundamento da política da lava Jato.

“O PSTU, insistimos, defendemos a prisão de todos os políticos e empresários envolvidos em corrupção e o confisco dos seus bens.” https://www.pstu.org.br/moro-tem-bandido-de-estimacao-e-seletivo-e-fez-conluio-com-dallagnol/

O resultado prático da campanha udenista morenista de “ combate a corrupção” foi a destruição de empregos, o golpe de Estado e o bolsonarismo, o que indica que a “ pauta contra os corruptos e corruptores” representou uma política nitidamente regressiva, visando um profundo ataque aos trabalhadores. Essa adesão ideológica da esquerda pequeno burguesa a “ luta contra a corrupção”, apresentada pelo PSTU como “ algo progressista” é tão somente uma versão esquerdista do udenismo e do bolsonarismo.

O PSTU em defesa dos “ Tenentes” da Lava Jato e contra as “teorias da conspiração”

A divulgação pelo The Intercept Brasil das mensagens da Lava Jato é comprovação cabal de que a Lava jato é uma conspiração política contra o PT, visando atingir prioritariamente o ex- presidente Lula. Pois bem, o PSTU agora afirma que “A reportagem reafirma aquilo o que o PSTU sempre denunciou”. Será mesmo?

Em matéria publica em maio de 2017, Atribuir interesses escusos e conspiratórios a Lava Jato não tinha base na realidade, inclusive depois da prisão de Eduardo Cunha, segundo o PSTU, “jogou por terra” a teoria conspiratória de que inclusive o imperialismo norte –americano estaria por detrás da Lava Jato seria tão somente uma “ narrativa” interessada do PT e da Frente Popular. “Parte dessa narrativa dá conta de que a Lava Jato é um instrumento da burguesia e de setores do imperialismo para derrubar Dilma e atacar o Partido dos Trabalhadores.” https://www.pstu.org.br/o-depoimento-de-lula-a-sergio-moro/.

O PSTU apresenta a questão “O que é a Lava Jato”, indicado que “Se antes a teoria conspiratória que cerca a Lava Jato já não tinha base na realidade, a dinâmica que se seguiu jogou por terra qualquer argumento que pudesse dar base a esse tipo de coisa.” ( idem)

Depois disso, nesta mesma matéria ficamos sabendo que a Lava Jato é algo muito além de uma política golpista, sendo a expressão “da imensa crise econômica, social e política que se abateu sobre o país.”, e que segundo “ alguns autores”, que a matéria não nomeia, mas concorda, a Lava Jato pode ser comparada ao movimento Tenentista’.

“A Lava Jato é produto da imensa crise econômica, social e política que se abateu sobre o país. Alguns autores a comparam com o Tenentismo, movimento que de alguma maneira refletia as classes médias descontentes na República Velha e que vieram depois apoiar a posse de Getúlio Vargas na revolução de 30. De certa forma, procuradores do MPF etc., refletem a crise e escapam ao controle.” ( idem)

Como se vê a defesa da Lava Jato pelo PSTU leva inclusive a alucinações histórica, chegando ao ponto de embelezar a Lava Jato como um movimento progressista, que inclusive sairia do controle das classes dominantes.

Agora, diante da comprovação da farsa da Lava Jato, o PSTU que negou que haveria qualquer conspiração e que deveria se prender todo mundo, inclusive Lula.

“Teorias da conspiração não explicam os acontecimentos de maneira estrutural e histórica, como parte de um processo que tem como pano de fundo a economia, a luta entre as classes e como resultado de múltiplas determinações. Pelo contrário, para a teoria da conspiração os acontecimentos são produtos de um complô, em geral clandestino.(..) Nesta pseudo explicação, o governo do PT é vítima de um complô do imperialismo. https://www.pstu.org.br/a-lava-jato-e-teoria-da-conspiracao/

Como se vê para o PSTU não existem nem conspirações, golpes nem complôs. Então é falso que “o PSTU sempre denunciou” o conluio e a farsa da Lava Jato, mas exatamente o contrário, o PSTU é parte da engrenagem da legitimidade da “ campanha contra a corrupção” e da Lava Jato para favorecer os golpistas.

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