domingo, 1 de dezembro de 2019

Roberto Carlos: para quem elogiava Pinochet, Geisel e Médici, posar com Moro é moleza, bicho. Por Kiko Nogueira

Publicado por Kiko Nogueira
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Dia de levar a esposa em show romântico e de reverenciar o Rei.

O elemento mais espontânea na foto do casal Moro com Roberto Carlos no camarim é o sorriso de Mona Lisa do cantor.

É um esgar entre a cólica renal e a enxaqueca.

Os três estão fingindo, portanto os três estão cientes de participar de um teatro.

Muita gente boa defendeu que Roberto não tinha como fugir. Ora, claro que tinha.

Tudo é coordenado pela assessoria com sua anuência. Inclusive, e principalmente, a fotografia.

Ele já elogiou Sergio Moro publicamente algumas vezes.

Em 2018, falou que o trabalho do ex-juiz era “maravilhoso” e que “realmente merece todo o nosso apoio e os nossos aplausos”.

Roberto é absolutamente coerente com sua história.

Sempre foi e continua sendo de direita, embora chamado de “ingênuo politicamente”. Ingênuo é você.

Na ditadura, quando tornou-se o maior cantor popular do país, foi condecorado com a Medalha do Pacificador, ocupou cargos em conselhos do governo, teve ajuda do ministro da Justiça para se livrar da censura e foi contratado para dar shows em homenagem à “revolução” (é como ele trata o golpe de 64).

Puxou o saco dos militares até conseguir a concessão de uma rádio em Belo Horizonte, que manteve por quinze anos.

Apresentou-se nas Olimpíadas do Exército em 1972 diante de Médici.

Em 1976 — um ano depois do assassinato de Herzog — lá estava o rei ganhando a Ordem do Rio Branco, pelos serviços prestados à nação, das mãos de Geisel.

Não faltaram muchas gracias a Pinochet num festival em Viña del Mar, no Chile. Puxa saco, se declarou honrado com a “presença do presidente de um país”.

“É um motivo de orgulho para mim, don Augusto”, discursou (vídeo no pé deste artigo).

Esse é o Roberto. Podia se poupar, a essa altura da vida, desse tipo de mico com os Moros.

Mas aí não seria o Roberto.

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