(Foto: Valter Pomar)
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Jorge Bornhausen, oligarca e então presidente do PFL/atual DEM, em 2005:
“Nós podemos acabar com essa raça de petistas pelos próximos 30 anos”.
Ônix Lorenzoni, Caixa 2 perdoado por Moro, explicando como combinou com o chefe da gangue de Curitiba, ainda em 2005, a subversão do arcabouço jurídico para finalmente poder prender Lula em 2018:
“Os 2 fatores – a lavagem de dinheiro como crime principal, e a revisão da lei de delação premiada – foram a diferença entre no ‘mensalão’ não ter chego no Lula, e no ‘petrolão’ ter chegado no Lula”.
Joaquim Barbosa, justiceiro que empregou a teoria do domínio do fato – no que foi desautorizado pelo autor da mesma, Claus Roxin – para alvejar a direção nacional do PT:
[O PT formou uma] “sofisticada organização criminosa dividida em áreas de atuação”.
Gilmar Mendes, ainda no modo tucano-golpista e conspirativo para consumar o golpe:
“O PT tinha o plano perfeito para se eternizar no poder, mas a Operação Lava Jato estragou tudo”.
Integrantes da gangue de Curitiba:
Carol PGR – “ando muito preocupada com uma possivel volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve”.
Deltan Dallagnol – “Valeu Carol! Reza sim. Precisamos como país”.
Deltan: [prisão do Lula é um] “Presente da CIA”.
Deltan: “deixe a burocracia e venha prender Lula”, convidando Januário a integrar a gangue de Curitiba.
Januário Paludo: “O safado só queria passear”, sobre pedido negado pela juíza da gangue de Curitiba para Lula acompanhar funeral do irmão Vavá.
Jerusa Viecelli: “Preparem para nova novela ida ao velório”, sobre pedido para Lula acompanhar funeral do neto Arthur.
Monique Cheker: “Fez discurso político (travestido de despedida) em pleno enterro do neto, gastos públicos altíssimos para o translado, reclamação do policial que fez a escolta… vão vendo”.
Laura Tessler: “Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula”, sobre a morte da Dona Marisa.
Laura Tessler: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”, também sobre a morte da Dona Marisa.
Januário Paludo: “Estão eliminando as testemunhas….”, sobre a morte da Dona Marisa.
General Villas Bôas, o “Pinochet brasileiro” que traiu Dilma e conspirou com Temer/MDB contra a democracia:
“O sentimento antipetista era principalmente dirigido ao ex-presidente Lula”.
“Ele, pessoalmente, produziu uma derrocada material. Contudo, o mais sério foi a destruição moral do país”.
“Havia uma forte rejeição ao PT” […], e “o crescimento de um sentimento até de aversão ao partido”.
“Me preocupa uma eventual volta ao poder pela esquerda. ‘Não aprendem e também não esquecem’”.
Marina Silva, mal saída da catacumba política onde se mantém exilada durante o terror fascista, e sem entender a tarefa histórica prioritária, que é deter o fascismo:
“O pior dos mundos é criar a velha polarização […]. Agora seria a velha polarização, mas entre Bolsonaro e Lula ou PT”.
Ciro Gomes, recém regressando de Paris, enganchado na direita e, assim como Marina Silva, alienado em relação à tarefa decisiva da sociedade brasileira, que é deter a escalada fascista-militar:
“A minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no 1º turno”.
*** ***
Este é um muito breve, muito parcial e apressado resumo de manifestações racistas, odiosas, fascistas, estigmatizadoras e preconceituosas que dominam o debate público brasileiro nos últimos 20 anos, pelo menos.
São perspectivas ideológicas e políticas de atores das distintas frações e estamentos da oligarquia dominante que assemelham o ambiente político brasileiro com o clima de ascenso e queda dos regimes nazi-fascistas na Alemanha e na Itália no período de 1920 a 1945.
Longe de ser um inventário exaustivo, este é apenas um extrato feito quase de memória de uma multiplicidade impressionante de opiniões e posições políticas expressadas diuturnamente, em público ou clandestinamente, durante duas décadas, com intuito de aniquilar Lula, o PT e a esquerda.
Existem, evidentemente, lacunas importantes, como declarações de FHC, de expoentes tucanos e de outros líderes da direita e da extrema-direita; do noticiário da mídia oligopolista editorializada pela Rede Globo, de Sérgio Moro etc, e, inclusive, de segmentos antipetistas de esquerda.
Sim, existe antipetismo de esquerda, e ele se nutre de uma visão moralista e, no mínimo, ingênua da política e das artimanhas da classe dominante para derrubar governos de esquerda com a retórica do falso-combate à corrupção.
Depois de tudo que se conhece a respeito do combate sem trégua da classe dominante para derrubar os governos petistas desde seu 1º dia de existência – começando com o chamado “mensalão”, passando pelas jornadas de 2013 e percorrendo o impeachment fraudulento, a farsa da Lava Jato, a prisão ilegal do Lula para desembocar na conspiração militar – é preciso dar-se conta, de uma vez por todas, que por trás da guerra contra Lula, o PT e a esquerda se desenrola uma guerra de ocupação para sequestrar a soberania e as riquezas do Brasil.
Nesta guerra, não há força estrangeira ocupante do território nacional. São as próprias Forças Armadas que atuam como força de ocupação para realizar o mais inaudito processo de devastação, pilhagem e saqueio do país.
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