Fontes: Rebelião/CLAE
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No Palácio do Itamaraty, sede do Itamaraty, foram realizadas as reuniões que o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve com líderes de 15 países, incluindo vários latino-americanos, nas quais o Brasil reafirmou sua decisão de relançar as organizações de integração, analisam uma mudança nas políticas antidrogas impostas […]
No Palácio do Itamaraty, sede do Itamaraty, foram realizadas as reuniões que o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve com líderes de 15 países, incluindo vários latino-americanos, nas quais o Brasil reafirmou sua decisão de relançar a organizações de integração, analisam uma mudança nas políticas antidrogas impostas pelos EUA e assinam um pacto para proteger a Amazônia.
As expectativas de um relançamento da integração latino-americana ganharam força no início do ano e após o discurso de posse de Lula, mas por enquanto evitam levar em conta a grave divergência sobre os modelos de integração que subsistem dentro da própria esquerda e/ou do progressismo.
“Nosso compromisso será com o Mercosul e demais nações soberanas de nossa região. Teremos um diálogo ativo com os Estados Unidos, a União Europeia e a China. Faremos mais alianças para termos mais força a partir de agora. O Brasil tem que ser dono do seu destino, tem que ser um país soberano", disse o novo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ao anunciar seu roteiro para o mundo.
A agenda do Mercosul tem vários pontos pendentes, como o possível ingresso da Bolívia, algo em que Lula assumiu compromisso com o presidente Luis Arce em setembro, e o retorno da Venezuela à organização. Lula terá que tentar um diálogo com o governo de direita do Uruguai, que tem mantido uma posição crítica em relação ao órgão regional, no quadro de sua tentativa de avançar apenas em acordos incertos com terceiros países ou grupos de nações, incluindo a China.
Os encontros bilaterais com presidentes e altas personalidades latino-americanas, após a posse de Lula, foram o pontapé inicial para a retomada de temas importantes para o Brasil e seus parceiros: pacto pela proteção da Amazônia, corredor bioceânico com o Chile e retorno ativo do Brasil à os mecanismos de organizações regionais que havia abandonado com o governo Bolsonaro.
A luta pela Amazônia é um projeto comum dos dois líderes latino-americanos. “Um grande pacto para salvar a selva amazônica em favor da humanidade. Rumo a uma mudança na política de drogas; um Brasil garantidor da paz na Colômbia e o estudo da interligação elétrica das Américas com fontes de energia limpa”, escreveu o presidente colombiano Gustavo Petro após o encontro com Lula.
O Brasil planeja convocar uma cúpula com os 11 presidentes que dividem a Amazônia. O encontro aconteceria no primeiro semestre do ano no Brasil.
"Decidimos recomeçar a ligação entre Argentina e Brasil com toda a força que ela deve ter sempre", disse Lula, que retornará a visita em Buenos Aires, onde serão buscadas ações concretas para promover a integração bilateral e regional. As expectativas que se abrem para a América Latina e para os casos particulares da Venezuela e da Bolívia.
"Ficou clara a cumplicidade que existe entre os dois governos e a política de integração latino-americana e sul-americana que vamos realizar, trabalhando juntos, Chile e Brasil", comentou o presidente chileno, Gabriel Boric, que conversou com Lula sobre seu interesse no corredor bioceânico, uma rota pela Argentina e Paraguai que ligará os portos do Brasil e do Chile.
"Vamos trabalhar para fortalecer a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a Unasul, e vamos jogar para que a integração não seja baseada apenas em declarações", acrescentou.
Lula informou que com o presidente da Bolívia, Luis Arce, discutiu colaboração em políticas sociais, energia e fornecimento de fertilizantes. Arce destacou a importância de aprofundar a agenda de trabalho nas questões de fronteira, gás, eletricidade, ureia, investimentos e comércio entre os dois países.
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, única presidente centro-americana a comparecer à posse de Lula, afirmou que na próxima reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), no dia 24 de janeiro, estabelecerá com Lula, por meio de acordo , as diferentes formas como Honduras receberá o apoio do Brasil.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional venezuelana, teve encontro com Lula na segunda-feira. Movimentos sociais no Brasil realizaram ato na capital para devolver a embaixada venezuelana à Venezuela após três anos fechada devido às políticas agressivas do governo do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Além da reentrada no Mercosul, vários assuntos permanecem pendentes na agenda com a Venezuela. A primeira é a normalização das relações diplomáticas, que já está em curso com a nomeação de Manuel Vicente Vadell como embaixador no Brasil e o anúncio do chanceler Vieira de enviar imediatamente "um encarregado de negócios para recuperar os prédios que temos lá". ”, e depois nomear um embaixador.
Álvaro Verzi Rangel. Socióloga, codiretora do Observatório de Comunicação e Democracia, analista sênior do Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE)
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