segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Lula ou a extrema direita

Fontes: Rebelión [Imagem: A população do Rio já tem o Carnaval definido. Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil]


Neste artigo, o autor argumenta que as duas alternativas objetivamente possíveis no Brasil são entre Lula e a extrema direita, embora reconheça que, embora este seja um desafio entre democracia e progresso e autoritarismo e desigualdades crescentes, a percepção subjetiva da maioria da população não é assim.

A extrema direita retoma sua ofensiva contra Lula com a participação ativa da mídia. Ele sabe que se não destruir sua imagem, não terá chance de retornar ao governo.

É por isso que ele joga todas as suas cartas em insinuações de todo tipo, para as quais se apoia na mídia, que diariamente levanta críticas infundadas ao presidente, já que ele teria feito declarações inapropriadas e não se manifestado sobre os temas preferidos pela direita.

O que seriam alternativas centristas praticamente desapareceram. Os tucanos, que tradicionalmente polarizaram o cenário político com o PT por várias décadas, desapareceram como partido político, restando apenas o governador de um estado. A direita foi levada pela extrema direita. À esquerda do PT, o PSOL, que surgiu com a ideia de que o PT estava errado e que Lula iria fracassar, não obteve sucesso, porque o PT não estava errado e Lula não iria fracassar.

Essa polarização entre a extrema direita e o PT marca profundamente a situação política brasileira. Diante da hegemonia das políticas neoliberais adotadas pelo capitalismo neste período histórico, o PT propõe a prioridade das políticas sociais, o fortalecimento do Estado e a retomada do desenvolvimento econômico.

Essas políticas permitiram que a economia brasileira voltasse a crescer, o nível de emprego atingisse o maior patamar já visto no país e a democracia se consolidasse. No entanto, esse resgate da economia brasileira e da própria democracia não se traduz – pelo menos em algumas pesquisas – em apoio mais amplo ao governo. Segundo eles, o nível de rejeição a Lula aumentou e o apoio à direita está em processo de crescimento.

A extrema direita concentra seus ataques à política e à democracia, identificada com o PT. Elas se baseiam nas antigas, mas reiteradas, acusações de corrupção contra Lula e o PT, que reforçam a ideia de desqualificação da política e do Estado.

Ao mesmo tempo, a extrema direita ataca as reivindicações das minorias, incluindo as do feminismo, mas também as dos negros e homossexuais.

O surpreendente é que Lula e o PT têm um legado de vários governos que reduziram as desigualdades no país, enquanto o legado da direita – o de Bolsonaro – é totalmente negativo, sob todos os pontos de vista.

Lula está fazendo um bom trabalho no governo, mas está perdendo a batalha da comunicação. Ele próprio já percebeu isso e está buscando uma nova política nesse sentido. Mas esse não é apenas o papel do funcionário responsável, é toda a relação entre governo e sociedade que precisa mudar; É uma disputa política e não apenas comunicacional.

Objetivamente, as alternativas para o Brasil são estas: Lula ou a extrema direita. Subjetivamente, essa opção não se apresenta dessa forma para a maioria da população. O maior desafio político contemporâneo é levar essa alternativa à consciência das pessoas. Será que conseguiremos?



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