terça-feira, 6 de setembro de 2016

Eleições 2016, o palanque dos milionários

Com a proibição das doações empresariais, os candidatos abrem a carteira para bancar suas campanhas

             por Miguel Martins // http://www.cartacapital.com.br/
Dono de uma fortuna de 180 milhões de reais, Doria mostra desconforto ao beber o popular pingado e devorar um pastel de feira em seus compromissos eleitorais

Dono da maior fortuna entre os pretendentes ao comando das capitais brasileiras nas eleições municipais deste ano, João Doria Júnior, do PSDB, vê-se obrigado a adotar hábitos populares e vestir a carapuça do Candidato Caô Caô. Gravado há quase 30 anos por Bezerra da Silva, o samba narra a campanha de um político em uma favela.

Ele sobe o morro sem gravata, bebe cachaça e usa “a lata de goiabada como prato” apenas para se enturmar com a comunidade e angariar votos. Doria segue o roteiro a contragosto. Nos primeiros dias da campanha à prefeitura de São Paulo, iniciada em 16 de agosto, deixou-se fotografar enquanto provava, visivelmente incomodado, um pingado de padaria em um copo americano.

Nassif encaixa mais peças no quebra cabeça do golpe

                http://www.ocafezinho.com/
avestruz-na-areia
O Xadrez do golpe em marcha e a teoria do avestruz

por Luís Nassif, no Jornal GGN

O processo de fechamento político obedece a uma lógica conhecida:

Etapa 1 – o golpe inicial nas instituições, com a destituição do presidente eleito.

Etapa 2 – a perseguição implacável aos derrotados.

Etapa 3 –reação dos atingidos, na forma de protestos.

Etapa 4 – superdimensionamento e criminalização dos protestos, para induzir a mais repressão.

Entre a impotência opositora e uma saída adiada (por enquanto)

O perigo é que estes setores mais antidemocráticos da direita mandem a via eleitoral ao diabo, forçando abertamente o caminho do terrorismo.

             Aram Aharonian // www.cartamaior.com.br
A manifestação realizada pela oposição venezuelana na última quinta-feira (1/9) teve, sem dúvidas, uma importante participação, superior às marchas celebradas nos últimos três anos, embora talvez de uma dimensão inferior àquelas realizadas em 2002, que desembocaram no frustrado golpe, com o apoio de alguns comandantes militares, que já não formam parte da cena política do país.

'Assim começam as ditaduras'

As primeiras ações de Temer como presidente efetivo demonstram que o uso desproporcional da força pública é um procedimento que se tornou comum.

            Darío Pignotti, de Brasília // www.cartamaior.com.br
As “ditaduras” e o “terrorismo de Estado” podem ser gerados e geridos por civis ou por militares, disse Dilma Rousseff durante entrevista com correspondentes estrangeiros, convocada dois dias depois de ter sido destituída pelo Senado. Foi um alerta expressado sem estridências, após ter observado alguns sinais inquietantes da nova administração.

Em declarações anteriores, ela já havia qualificado a administração de Michel Temer como “golpista”, “fraudulenta” ou “intrusa”, mas esta foi a primeira vez em que ela advertiu que este novo regime pode enveredar para uma espécie de “ditabranda”.

O arbítrio subiu no telhado, mas ainda é possível fazê-lo descer de lá

               RENATO ROVAI // http://www.brasil247.com/
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Até para quem acompanha passo a passo os acontecimentos tem sido imensa a dificuldade não só para entender o processo que estamos vivendo, como para tentar fazer prognósticos sobre ele.

Mesmo assim, já é possível arriscar algumas previsões.

Na linha do gato subiu no telhado, aquela velha maneira de contar um caso trágico, pode-se dizer que o arbítrio já desfila sobre as telhas das nossas cabeças.

Quem assistiu ontem a parceria para gerar cenas de guerra no Largo da Batata entre a Rede Globo, via GlobonNews, com a Polícia Militar, sabe do que estamos falando. Fiz um post que pode ser lido aqui embaixo sobre isso.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O cinismo do golpe — Sobre máscaras e outras performances políticas

            Marcia Tiburi  // http://revistacult.uol.com.br/
Julgamento do processo de impeachment no Senado, na segunda (29)
Julgamento do processo de impeachment no Senado, na segunda (29)

Podemos nos perguntar em que momento começou o golpe atual. O golpe tem base neoliberal e transita como uma “tecnologia econômica” na forma de um “rodízio” pelos países democraticamente fragilizados a partir de razões de mercado que agregam corporações e Estados internacionais e os grupos que continuam tratando o Brasil como colônia desde dentro. O processo de impeachment faz parte do golpe atual, que faz parte de uma sucessão, um “continuum” de golpes dados no Brasil ao longo da história. O golpe de Dilma Rousseff é o terceiro grande golpe e tem motivos comuns com os golpes de Getúlio Vargas e de João Goulart, que entraram para a história como heróis. Dilma sobe ao mesmo panteão. E, como eles, estava do lado do povo.

A execução de Göttig e o alerta: existem juízes fora de Berlim!

TARSO GENRO // http://www.brasil247.com/
Resultado de imagem para O juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz"Ainda há juízes em Berlim" é a frase que teria sido proferida por um moleiro alemão, em resposta ao Imperador "Frederico O Grande", que queria forçá-lo a vender o seu modesto moinho, para permitir a expansão do seu Palácio de Verão. Ela foi integrada na cultura política do ocidente como um tributo de respeito e fé numa Justiça composta por Juízes independentes e comprometidos com a Justiça e a Lei. O moleiro, naquele momento, ensinava ao déspota esclarecido que outros tempos ainda viriam.

"ROLLEMBERG APOIA TEMER E NEGA GOLPE"