segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Se cadeia resolvesse, o Brasil seria exemplar

por André Barrocal // http://www.cartacapital.com.br/

O País é o segundo que mais prendeu em 15 anos, mas continua sendo recordista mundial de homicídios

                    Luiz Silveira/CNJ
                    Em pouco tempo, atingiremos a marca de 1 milhão de detentos

O mineiro A.M.P. foi preso em flagrante em 2013 ao tentar furtar uma moto no Rio de Janeiro. Dois anos antes, entrara em vigor uma lei que estimula os juízes a aplicar penas alternativas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica ou o pagamento de fiança. A ordem de prisão, supunha-se, deveria ficar reservada a situações mais graves. Para A.M.P., não adiantou. Por ser réu primário e não ter antecedentes, a promotoria sugeriu uma punição inicial branda, mas a juíza condenou-o a 12 meses de prisão preventiva, sob o argumento de evitar ameaças à sociedade, até a decisão final sobre o caso. O rapaz foi solto em 2014 e hoje mora em local incerto, o que impede sua intimação para um julgamento no qual o Ministério Público propõe anular todo o processo.

A evasão fiscal, delito dos ricos à custa dos pobres

A fraude fiscal tem de ser levada a sério e merece uma justiça que castigue os culpados. Ela entrava o desenvolvimento e agrava o 'sistema da dívida'.

             Jérôme Duval - Esquerda.net // www.cartamaior.com.br

Cerca de 800 milhões de pessoas passam fome em todo o Mundo, a maioria delas nos países ditos «em desenvolvimento». Ora nesses países, todos os anos, 250 mil milhões de euros de receitas fiscais desaparecem nos paraísos fiscais, ou seja, 6 vezes a quantia anualmente necessária para vencer a fome daqui até 2025. |1|

«Calcula-se que 85 % a 90 % destes haveres [fundos privados colocados em paraísos fiscais] pertencem a menos de 10 milhões de pessoas – ou seja, 0,014 % da população mundial –, e que pelo menos um terço desses haveres pertencem às 100 000 famílias mais ricas do mundo, pesando cada uma delas pelo menos 30 milhões de dólares». |2| Não restam dúvidas: é aos mais afortunados que faz proveito a redução das receitas fiscais por fraude, as quais perpetuam e agravam as desigualdades.

O Brasil de cara contra o muro

Christian Dunker aponta a reversão de perspectiva de futuro como um dos principais problemas que trouxe o Brasil para o labirinto em que se encontra.

Davi Carvalho - Plataforma Política Social // http://cartamaior.com.br/

Em um dos momentos de crise mais complexos da sua história, o Brasil sofre com problemas que alimentam ainda mais o difícil cenário já instalado. A falta de disposição ao diálogo, a busca por culpados e a transformação da política em algo menor, supostamente sem importância para a vida coletiva e individual, torna nebuloso ou inviável a possibilidade de um futuro esperançoso para o país. Soluções simplistas e superficiais ganham notoriedade no debate nacional sobre a sociedade, a política e a economia. Para entender como todos esses aspectos podem impactar e interferir na vida e na saúde das pessoas conversamos com Christian Ingo Lenz Dunker, professor titular de psicanálise e psicopatologia do departamento de Psicologia Clínica da USP. Com tese sobre as patologias de linguagem ele aponta a reversão de perspectiva de futuro como um dos principais problemas que trouxe o Brasil para o labirinto em que se encontra. “Enquanto se tem um ideal, sabe-se para onde vai e como se enfrenta uma situação. Mas quando se para de sonhar, em vez de o conflito nos orientar para a ação ele se manifesta em patologias sociais, intolerância, desrespeito, crise da relação entre poder e autoridade ou desestabilização de referências simbólicas. Enfim, uma série de coisas que temos visto acontecer de forma mais visível”. Abaixo, confira a entrevista completa e ao final uma palestra de Dunker sobre o Brasil, no Café Filosófico.

O povo deixa-se sacrificar

               por Mino Carta // http://www.cartacapital.com.br/

A maioria pobre é imolada no altar da casa-grande pelo governo Temer e não percebe o quanto seria importante agir politicamente. Tal o resultado das eleições municipais

É a negação da política, proclamam os analistas dos resultados das eleições municipais. Registram as porcentagens dilatadas de votos nulos e em branco, somados amiúde superam os válidos. Disserta-se a respeito e se arriscam comparações com um andamento comum em todo o mundo democrático. Não falta, no caso, a referência à Itália pós-Mãos Limpas, a operação que pôs fim à I República da península e gerou um tsunami de descrença cujos efeitos perduram até hoje.

A maior perda que o golpe impôs aos brasileiros. Por Paulo Nogueira

          por : Paulo Nogueira // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
                                               Justiça simulada

A maior perda sofrida pelo Brasil com o golpe não está no campo econômico, social ou político — embora em todos estes campos os prejuízos sejam imensos.

Nenhuma perda no entanto se iguala a uma que não pode ser medida em números, ou algoritmos, ou qualquer coisa do gênero.

Trata-se da perda de pudor.

A plutocracia impôs ao Brasil uma carga devastadora de descaro, cinismo, hipocrisia. É como batessem sua carteira e ainda dissessem que estão fazendo um bem para você.

Filha de Alckmin e o 'palácio da princesa'

               ALTAMIRO BORGES // http://www.brasil247.com/
A mídia chapa-branca, alimentada pelas fortunas em publicidade oficial, pelos pacotes de assinaturas e por outras regalias inconfessáveis, sempre blindou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) - o que ajuda a explicar a sua hegemonia de quase duas décadas em São Paulo, confirmada novamente nas eleições municipais deste ano. Até os escândalos mais vergonhosos viram motivo de fofocas servis nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e tevê. Neste sábado (5), a coluna Radar, da decadente revista Veja, postou mais uma notinha carinhosa - e minúscula - sobre os hábitos aristocráticos do grão-tucano, que transformou a sede do governo paulista em um "palácio da princesa":

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"Sede do governo estadual de São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes vem tendo sua rotina burocrática quebrada por ensaios de moda. Filha mais velha do governador Geraldo Alckmin, com 36 anos, Sophia Alckmin, utiliza o local para realizar suas produções. 

domingo, 6 de novembro de 2016

Desligue a TV e leia um livro

http://www.ocafezinho.com/
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De Estocolmo – Wellington Calasans, colunista do Cafezinho
Li num recente artigo do jornalista e escritor sueco Erik Wijk para uma publicação deste país nórdico, chamada Flamman, “Sobre a necessidade humana de simplificar” (tradução livre do sueco para o português de “Om ett mänskligt behov av att förenkla”), que estamos habituados a receber interpretações mastigadas. Para Wijk, na crítica ao modo simplista de informar e receber informações, “não há necessidade de palavras extravagantes”, pois “a simplificação é pedagogia, eficaz e indispensável na propaganda”.

VIOLÊNCIA E CRIMINALIZAÇÃO CONTRA O MST - Crônica e motivos: violência e criminalização contra o MST

Entrada violenta da polícia civil na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, em Guararema São Paulo

              por Silvia Adoue //http://www.diplomatique.org.br/

"COMO FOI?"

Às 9:45 de sexta feira, 4 de novembro, a policiais civis de Mogi das Cruzes chegaram na portaria da escola em uma dezena de viaturas. Não possuíam mandado de busca e apreensão, mas queriam entrar. Era realmente assustador, porque estavam fortemente armados e o procedimento não estava dentro das normas jurídicas. Os responsáveis pela portaria queriam ver o mandado. Então eles apresentaram um documento que lhes enviaram pelo whatsapp, na tela de um celular, sem assinatura de juiz. (VÍDEO)

Como os porteiros exigiam a apresentação de documentos para franquear a entrada, eles tentaram quebrar a porta e, sem êxito, alguns entraram pela força através da janela da portaria. Uma vez dentro da escola, apontaram as armas para estudantes que estavam por perto. (Na hora estavam ocorrendo várias aulas de diferentes cursos, entre eles, a da maestria do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL, que é um convênio entre a Escola Nacional Florestan Fernandes, a Via Campesina, a UNESCO e a UNESP, no qual também leciono.)