quinta-feira, 1 de março de 2018

Tártaros atacados!

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por Tarso Genro
https://www.cartamaior.com.br/

A intervenção militar, determinada pelo Presidente ilegítimo, apesar de varias advertências da caserna mais lúcida, apenas agrega mais um elemento de instabilidade política e tenta facilitar a vida de um Governo que já morreu

A intervenção militar na área de segurança no Rio de Janeiro é o resultado final de uma tragédia anunciada. Temer, o Presidente ilegítimo, erguido à condição de Chefe de Estado de um país que começava a aprender a resolver as suas controvérsias pelos métodos da democracia formal, envolveu as Forças Armadas numa aventura sem destino previsível, mas cujo desfecho carreará mais desilusão com a democracia e mais divisão num país já partido.

Se a intervenção der certo, fica comprovado que o regime democrático e a negociação política são inviáveis para resolver as crises de fundo, que o nosso país atravessa; se a intervenção der errado, Temer fica abrigado numa suposta inépcia das Forcas Armadas – para ações que elas não foram treinadas nem destinadas constitucionalmente – e reforça-se no poder, para usar métodos ainda mais autoritários, especialmente para promover as suas reformas.

LULA VAI OBRIGAR A JUSTIÇA A SUJAR AS MÃOS

Pelotão de fuzilamento ainda não mostrou prova de crime

https://www.conversaafiada.com.br/

O Brasil está morto, longa vida ao Brasil!

O Brasil está morto, longa vida ao Brasil!
por Fábio de Oliveira Ribeiro
https://jornalggn.com.br/
Luis Nassif iniciou sua última sobre o golpe com a seguinte frase:
A estratégia dos golpistas foi destruir o tabuleiro de xadrez retirando de cena a soberania popular como fundamento do poder político. O impedimento mediante fraude, porém, não impossibilita a realização de eleições presidenciais.
Para completar a tarefa, o golpe teria dois caminhos: cancelar as eleições ou garantir um resultado eleitoral a qualquer custo. Lula não é apenas um candidato, ele é o símbolo da soberania popular que os golpistas precisam desesperadamente manter fora do jogo, pois não me parece provável que eles consigam apoio militar para cancelar as eleições.

Guarujá: todos são absolvidos, só Lula está condenado

absvac


O processo que resultou na condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro – sentença confirmada pelo TRF-4 – é parte de uma ação, iniciada, investigada e julgada pela Justiça paulista. Apenas foi desmembrada e a parte relativa ao ex-presidente enviada a Curitiba.

Os 11 acusados no processo original, entre eles João Vaccari, tesoureiro do PT e ex-presidente da cooperativa que lançou o empreendimento onde fica o apartamento “atribuído” (uma nova figura jurídica) a Lula já tinham sido absolvidos em primeira instância. Agora, depois de um recurso do Ministério Público, tiveram a inocência confirmada pelo Tribunal de Justiça paulista.

Vamos torcer para que que se multipliquem pelo Brasil os cursos sobre o golpe.

    Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil (31/08/2016)

Publicado no Jornal Extra Classe

POR MOISÉS MENDES

A universidade brasileira ganhou a chance de se redimir dos seus silêncios em meio às articulações que derrubaram Dilma Rousseff. Professores, estudantes, servidores em geral e comunidades ao redor têm a missão de levar o debate do golpe dos pátios para as salas de aula, como fez a Universidade de Brasília e como promete fazer agora a Universidade de Campinas.

A Unicamp terá uma disciplina com o mesmo título da criada pela UnB: “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. Outras universidades poderiam imitá-las. Criem disciplinas e cursos sobre o golpe. Estudem o golpe, debatam, condenem e alertem sobre novos golpes.

Lula e a serenidade própria dos grandes

RICARDO STUCKERT


Como deveria se sentir um senhor de 72 anos cuja perseguição levou à perda de sua companheira de toda uma vida? Qual o estado de espírito previsível de um homem que teve sua vida vasculhada de ponta a cabeça, sua casa invadida, seu quarto revirado?

Político mais admirado, premiado e respeitado do planeta, além de amado por boa parte do povo brasileiro, como entender ser vítima de uma caçada comandada pelo próprio sistema de justiça do país, tão beneficiado por suas ações de governo voltadas para possibilitar mais eficiência no combate à corrupção e aos malfeitos ?

A entrevista de Lula na íntegra, com muitos trechos que você não leu na Folha


 
O DCM teve acesso à íntegra da entrevista de Lula à Folha.
Lula: Querida, deixa eu te falar, eu estou pronto. Deixa eu só te falar uma coisa, Mônica, já que está gravando aí vamos fazer o seguinte, nesta entrevista, a senhora pode perguntar tudo que vossa excelência quiser perguntar. Não tem pergunta que não tenha resposta, a não ser que eu não saiba, se eu não souber, vou dizer não sei e você vai perguntar para um candidato que sabe.

Jornalista: Presidente, eu tenho um roteirinho que eu queria que a gente fosse conversando e aí vamos mudando e o senhor vai introduzindo temas que o senhor quer. E o que eu queria começar perguntando é sobre o quadro atual eleitoral, político, do qual o senhor é o protagonista. Recentemente, há poucos dias, o Ciro Gomes falou em voz alta, o que eu acho que muita gente murmura, né, e pensa, que ninguém no Brasil acredita que a senhora vai poder ser candidato até o fim. Bom, diante disso, o senhor tem o direito de ir até o fim, se inscrever e esticar isso, e o senhor ao mesmo tempo enquanto o senhor for candidato, quer dizer, fica muito difícil a discussão de uma alternativa e de se viabilizar que se torne viável uma alternativa. Então qual é a hora de se começar a conversar sobre esse famoso plano B.

A teia da AS/COA, organização americana que está por trás da palestra de Moro em Nova York

Moro na capa da Americas Quarterly, revista bancada pela AS/COA


O site Brazil Wire fez uma reportagem extensa e detalhadasobre a entidade americana que está patrocinando uma palestra de Sergio Moro em Nova York nesta semana — e a revista editada por ela. 

Uma excelente, elucidativa, leitura. *

Na sexta, dia 2, a Americas Society/Council of the Americas (AS/COA), um think tank e lobby de Wall Street, realizará em Nova York um evento sobre um suposto “movimento anticorrupção” na América Latina. O principal palestrante, o juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, será em seguida nomeado homem do ano em outro evento especial patrocinado pelas maiores instituições bancárias.

Este artigo publicado pela Brazil Wire em 28 de janeiro deste ano explica a história dos EUA na “guerra contra a corrupção”, na qual a AS/COA atuou como uma agência de relações públicas, em parte através de sua revista, a Americas Quarterly, autodenominada “diário de políticas para o Hemisfério Ocidental”, mas também via outros de seus tentáculos, que se estendem à política, judiciário, mídia e academia.

A organização AS/COA, além de suas conexões com o governo dos EUA – organiza um evento anual no próprio Departamento de Estado –, é a editora da Americas Quarterly e abriga não somente os principais bancos, corporações extrativistas e gigantes do setor de tecnologia, mas também as mais importantes plataformas para a divulgação dos interesses de seus clientes na América Latina, como a Bloomberg.