domingo, 25 de março de 2018

Vila Princesa, a favela onde 400 famílias vivem do lixo

Catador de recicláveis no lixão da Vila Princesa.

      Catador de recicláveis no lixão da Vila Princesa.

Em comunidade de Porto Velho, adultos e crianças tiram seu sustento do lixão


GIL ALESSI | Porto Velho
https://brasil.elpais.com/

Diego Cristo de Araújo, 12, volta da escola por volta do meio dia. Assim que chega em casa ele almoça e já começa a se preparar. Calça galochas plásticas e veste calça, um casaco antigo e luvas grossas. Então o jovem, que sonha em se alistar no Exército e ser soldado, caminha alguns minutos por ruas de terra até chegar ao trabalho: o lixão da Vila Princesa. O local recebe todos os dejetos dos pouco mais de 500.000 habitantes de Porto Velho – cerca de 450 toneladas por dia. Lá, em meio um enxame de moscas e abutres, e sob calor escaldante e a umidade amazônica, Diego fica até as 17h revirando sacos de lixo em busca de garrafas PET, cobre, alumínio, e outros materiais valiosos no mercado da reciclagem. “Já achei até um revólver 38”, afirma.

Com o Papa Francisco termina a Igreja só ocidental e começa a Igreja universal

 

Por Leonardo Boff
https://www.cartamaior.com.br/


Passaram-se já cinco anos do papado de Francisco, bispo de Roma e Papa da Igreja universal. Muitos fizeram balanços minuciosos e brilhantes sobre essa nova primavera que irrompeu na Igreja. De minha parte enfatizo apenas alguns pontos que interessam à nossa realidade.

O primeiro deles é a revolução feita na figura do papado, vivida em pessoa por ele mesmo. Não é mais o Papa imperial com todos os símbolos, herdados dos imperadores romanos. Ele se apresenta como simples pessoa como quem vem do povo. Sua primeira palavra de saudação foi dizer aos fiéis”buona sera”: boa noite. Em seguida, anunciou-se como bispo de Roma, chamado a dirigir no amor a Igreja que está no mundo inteiro . Antes de ele mesmo dar a benção oficial, pediu que o povo o abençoasse. E foi morar não num palácio – o que teria feito chorar Francisco de Assis – mas numa casa de hóspedes. E come junto com eles.

O habeas corpus da democracia



A vitória de Lula no STF foi maior do que se imagina. A lente do ceticismo que, de maneira compreensível nos toma a todos, impediu que assimilássemos sua dimensão real. E quem nos forneceu gratuitamente a "chave" dessa dimensão, ironicamente, foi a imprensa tradicional.

Ela interpretou o resultado com mais acuidade e interesse - e com profunda lamentação. A nossa leitura, acostumada com "derrotas" seguidas, não quis codificar o que estava diante de si: uma vitória espetacular.

MINISTROS TRANSFORMAM STF EM CAMPO DE VÁRZEA

O ministro do Superior Tribunal Federal, Gilmar Mendes fala sobre o financiamento particular de campanhas políticas (Elza Fiúza/Agência Brasil)


ANTIGAMENTE, os ministros do STF eram pouco conhecidos. Ninguém conhecia suas caras. Depois que as sessões passaram a ser televisionadas em 2002, passaram a ter grande visibilidade e ficaram mais próximos dos brasileiros. O trabalho do STF se tornou mais transparente e ajudou a população a conhecer melhor como funciona a Justiça no país. Por outro lado, os holofotes aguçaram os já normalmente inflados egos dos juízes que integram a mais alta corte do país. De qualquer forma, é melhor que seja assim.

Discussões acaloradas e destemperos de juízes são toleráveis. A toga não faz de ninguém um super-herói do equilíbrio e da sobriedade. Com a recente intensificação da judicialização da política, é até natural que os excessos aconteçam com mais frequência. Mas o que temos visto é que brigas de boteco no STF estão sendo mais recorrentes que o limite do tolerável.

Ruralista pró-Bolsonaro, candidata do MBL, ativista pró-armas… quem está organizando os ataques a Lula no Sul


Ruy Irigaray e seu candidato

Esta reportagem faz parte da séria sobre a Caravana de Lula no Sul, financiada pelos leitores através de crowdfunding. As demais estão aqui

POR VINÍCIUS SEGALLA

A Caravana Lula pelo Brasil, em sua atual passagem pela região Sul, tem sido marcada pelas características que a acompanham por todo país: a aproximação aso pinto do contato físico intenso de Lula com apoiadores, o franco diálogo e troca de carinho entre o ex-presidente e aqueles que vão a praças, auditórios, universidades e parques para ouvi-lo, tocá-lo, tirar foto, abraçar, beijar.

Em cada município por que passa Lula, a cena se repete.

Um fato novo, porém, surgiu no Rio Grande do Sul, no município de Bagé, na fronteira com o Uruguai: ação orquestrada e violenta de grupos milicianos de extrema-direita, organizados em torno de sindicatos e associações ruralistas e do MBL, grupelho de jovens de direita que lança mão da proliferação de notícias falsas, perseguição em redes sociais e na vida real e campanha difamatórias como forma de fazer política.

Noblat e sua bola de cristal cheia de efeitos especiais, por Fábio de Oliveira Ribeiro


Noblat e sua bola de cristal cheia de efeitos especiais

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Após o STF restabelecer liminarmente de maneira precária a validade e eficácia do princípio constitucional e do dispositivo do CPP que impedem a prisão do réu antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, um oráculo conservador escreveu a seguinte bobagem no Twitter:
Essa gente está provocando os malucos. Eles existem por toda parte e costumam dar tiros quando em sua maluquice não enxergam mais saída. Ou simplesmente não entendem o que se passa. Tomara que jamais o façam por aqui – mas quem garante? 
Noblat se comportou como se fosse capaz de prever o futuro. Mas ao fazer isso a única coisa que ele conseguiu foi demonstrar sua profunda ignorância.

Supremas viúvas

Divulgação


Enquanto o STF serviu aos interesses da direita brasileira e da mídia que o comanda com cordinhas de marionete, a Suprema Corte brasileira era o último reduto da Pátria.

No teatro do Mensalão, o então presidente do STF, Joaquim Barbosa, virou capa da Veja e emplacou um filho na TV Globo, no programa de Luciano Huck.

A democracia asfixia a direita

 Rafael Ribeiro


Desde que assumiu o modelo neoliberal, a direita teve um momento de apoio popular, quando convenceu a maioria dos brasileiros de que o problemas central da crise do pais eram os gastos do Estado. Durante uma década – nos governos Collor e FHC -, os governos colocavam em pratica ajustes fiscais para o controle da inflação, prometendo que a retomada do desenvolvimento, a geração de empregos, viriam como consequência dos ajustes.

Quando essa promessa não se cumpriu, a direita ficou desarmada como propostas, perdeu quatro eleições seguidas enfrentada a um projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, perdendo popularidade. Foi essa situação que promoveu o desencontro entre a direita brasileira e a democracia, marco em que a participação popular levou à suas derrotas.