sexta-feira, 30 de março de 2018

”É uma honra ser chamado de revolucionário”, diz o papa Francisco


Por
 Kiko Nogueira
 
Publicado no Unisinos

A criação, a queda e a salvação. A Europa, a África e a América do Sul. A modernidade e as suas contradições. A religião e as suas relações com as pessoas seculares. A política e a moral. Na Semana Santa, Bergoglio dialoga de modo abrangente com o fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Esta é a semana da Paixão, segundo a história cristã, que atinge seu auge com a Última Ceia, a traição de Judas, a prisão de Jesus, o colóquio com Pilatos e, depois, a crucificação, a morte e o som pleno dos sinos em todas as igrejas do mundo onde se festeja o “ressurrexit”. Assim se concluiu a história de três anos de pregação do filho de Maria e de José da tribo de Davi, que, em três anos, fundou uma religião que, de algum modo, continua a religião judaica da Bíblia, mas com novos princípios que, naqueles três anos, lançaram a semente de uma revolução religiosa, mas também social e política no bem e no mal, no pecado e no perdão, nos delitos e na misericórdia.

Estado judicial tenta avançar e Barroso é sua vanguarda


PAULO MOREIRA LEITE

A prisão do coronel Lima, do advogado José Yunes e outros personagens da cozinha de Michel Teme deve ser vista de duas formas.

A primeira, como um novo lance das investigações em torno de esquemas de corrupção em torno de Michel Temer, que levaram para a cadeia personagens como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves. Nada mais justo que essas denuncias sejam apuradas e investigadas.

O fascismo vencerá? Por Lauro Mattei

   POR LAURO MATTEI, professor[1]

  Um clássico

O clima político conturbado vivido pelo país nos últimos meses, particularmente no mês de março de 2016, fez com que no dia de ontem (18.3.16) centenas de milhares de pessoas fossem às ruas se manifestar em defesa de um governo legítimo – porque eleito democraticamente – e em defesa do regime democrático, que na atual conjuntura política se encontra seriamente ameaçado.

Neste cenário, talvez não se tenha dado maior atenção a um chamamento das “células eletrônicas golpistas”[2] que será analisado neste documento, dado a sua gravidade para a convivência pacifica em um regime democrático.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Temer encurralado: cadê os paneleiros e os patos da Fiesp? Por Ricardo Kotscho


Publicado no Balaio do Kotscho

Com esta blitz desfechada por STF, PGR e PF, na véspera do feriadão, para prender os amigos do peito do presidente Michel Temer (os que ainda estavam soltos, claro), senti falta dos barulhentos personagens que foram às varandas e às ruas dos bairros chiques das cidades para derrubar a presidente Dilma Rousseff, em nome do “combate à corrupção”, apenas dois anos atrás.

Cadê as paneleiras que não podiam ver a cara de Dilma na TV que já entravam em transe e começavam a gritar palavrões ao lado os filhos nos idos de 2016, quando Romero Jucá já queria “estancar a sangria, com o Supremo, com tudo”, e colocar Temer em seu lugar?

VEJA, ÉPOCA E ISTOÉ DERAM DE PRESENTE AO GOVERNO TEMER CAPAS A FAVOR DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 05.12.2017: EVENTO-SP -  O presidente Michel Temer   - Cerimônia das premiações ''Os Brasileiros do Ano 2017'' e ''Os Empreendedores do Ano 2017'', das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, realizado no Tom Brasil, na zona sul de São Paulo, na noite desta terça-feira (5).  (Foto: Suamy Beydoun/AGIF/Folhapress)


COM UMA CARA triste e o queixo amparado pelas mãos, um menino branco, de franja na testa, estampou as capas de quatro revistas semanais em fevereiro deste ano. O título – “Reforma da Previdência hoje. Para ele se aposentar amanhã.” – foi uma das últimas cartadas do governo para tentar emplacar o moribundo projeto, que seria definitivamente abortado dias depois. O que o governo diz agora é que as “sobrecapas publicitárias” de Veja, Época, IstoÉ e IstoÉ Dinheiro foram, na verdade, um presente das editoras. Detalhe: a ideia partiu delas.

Capas de revistas semanais a favor da reforma da Previdência. Foto: Reprodução

“Prezado senhor, em atenção ao pedido de acesso à informação cadastrado sob o número 00077.000250/2018-93, esclarecemos que a veiculação do anúncio no formato ‘capa-falsa’ nas edições das revistas citadas na solicitação de acesso foi de iniciativa das próprias editoras e não houve dispêndio orçamentário”.

México: nova rebeldia nas barbas do Império

Num país militarizado e empobrecido, cujas elites submeteram-se a Washington, um candidato popular à Presidência desafia o “establishment”. O cerco a ele começou…

Por Mark Weisbrot | Tradução: Inês Castilho

Em pouco mais de três meses (em 1º de julho), o México terá eleições presidenciais descritas por grande parte dos comentaristas da mídia dos EUA e internacional como um evnto perigoso. Para alguns, é peça de uma “tempestade perfeita”, que poderia causar danos à economia mexicana (junto com a reforma tributária de Trump e ameaças ao NAFTA). Para a mídia de negócios, é uma ameaça aos investimentos estrangeiros, especialmente na indústria petrolífera estatal, que tem tido abertura sem precedentes a tais investimentos desde 2013; para outros observadores, ameaça a “segurança” – quer dizer, a política externa – dos Estados Unidos.

O problema, segundo especialistas do governo Trump, é que o candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador (conhecido por suas iniciais, AMLO) tem uma liderança considerável nas pesquisas, e bem poderá tornar-se o próximo presidente mexicano. Mas será que sua possível eleição significa realmente a ameaça que dizem ser?

Temer quer colocar ex-dirigente da Shell na principal instância de poder da Petrobrás


JEFERSON MIOLA
https://www.brasil247.com/

Colocar a raposa dentro do galinheiro. É exatamente isso que o ilegítimo governo Michel Temer pretende fazer na Assembléia Geral da Petrobrás de 26/4/2018 que confirmará as indicações de José Alberto de Paula Torres Lima e de Ana Lúcia Poças Zambelli para o Conselho de Administração da Petrobrás, que é o principal órgão de governança da estatal brasileira.

Durante 27 anos, José Alberto de Paula Torres Lima foi funcionário da Shell, a multinacional petroleira anglo-holandesa que busca se apropriar de nacos da Petrobrás que estão sendo privatizados e desnacionalizados pela atual direção ilegítima da Petrobrás.

Luís Roberto Barroso: o retorno do intelectual demiurgo, por Diogo Cunha

     Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Luís Roberto Barroso: o retorno do intelectual demiurgo 

por Diogo Cunha

Em reposta às críticas feitas por Conrado Hübner Mendes ao Supremo Tribunal Federal, o ministro Luís Roberto Barroso publicou um longo artigo no caderno Ilustríssima, da Folha de São Paulo, na edição do dia 23 de fevereiro passado. Sem entrar no mérito das soluções propostas pelo ministro para os eventuais problemas institucionais da suprema corte, um aspecto chama a atenção do historiador da vida intelectual brasileira: o papel “iluminista” que ela deveria exercer. Esse papel da instituição – a quem cabe “empurrar a história” e “impor a razão ao senso comum majoritário”, nas palavras do ministro – parece se ajustar ao papel intelectual que Barroso se atribui.