segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

O terceiro governo Lula

Imagem: Serinus

TARSO GENRO*

Fernando Haddad brecou a anomia golpista e colocou a política no seu lugar certo

“O grande projeto de desestruturação do comum que se empreende como nova governança ganha vantagem e justificação a partir do fato de que se efetiva em terrenos fluidos, sobre os quais a governança professa otimizar o fluxo dos córregos, contrariar a inércia burocrática, fragmentar estruturas rígidas de tomadas de decisão…”
(Emilios Christodoulidis).

A despeito das reservas que se possa ter sobre o “arcabouço do Haddad”, fato político mais importante do atual governo do Presidente Lula, é o referido arcabouço que, tecido por inteiro por Fernando Haddad e seu grupo técnico de alto nível, refez a política doméstica como política nacional. O arcabouço percorreu até agora um estreito desfiladeiro, que permitiu a democracia e o Estado de direito transitarem de uma quase anomia – proporcionada por um golpe de Estado tentado – para um espaço de repouso relativo, dentro do qual estacionamos para ajudar o país a caminhar para uma ideia de nação, a ser preparada inclusive para dar exemplos na transição climática.

A ameaça militar de Washington na América Latina

Fontes: Rebelião


A ofensiva diplomático-militar levada a cabo pela ex-chefe do Comando Sul, General Laura Richardson, aos países latino-americanos com governos de direita, está a permitir aos Estados Unidos aumentar as suas bases militares na região.

Uma forte ofensiva diplomática e de pressão contra a América do Sul foi lançada pelos Estados Unidos nos últimos dois anos, liderada por Richardson, que entregou o cargo em novembro de 2024 ao almirante Alvin Holsey.

Desde a sua nomeação em outubro de 2021, a militar de quatro estrelas compareceu diversas vezes perante o Congresso dos EUA, visitou nações latino-americanas e em todos os seus discursos insistiu em acusar a Rússia e a China de serem as principais ameaças à região.

domingo, 22 de dezembro de 2024

Putin fez um acordo sobre a Síria?

Putin se encontrando com Bashar al-Assad. Foto: Valery Sharifulin, TASS.

O colapso relâmpago do governo de Assad na Síria nas últimas semanas deixou claro que praticamente ninguém, dentro ou fora da Síria, considerou que este era um estado pelo qual valesse a pena lutar. Também parecia bem claro que a Turquia (com o provável apoio de Israel e dos EUA) tinha aproveitado a oportunidade para usar as forças que vinha treinando em Idlib por alguns anos para fazer um jogo de poder sério. O Ocidente há muito tempo busca transformar a Síria em um "estado fracassado" no modelo Iraque-Líbia, e a nova situação permitiu que Israel destruísse, quase da noite para o dia, a grande maioria das instalações militares do país e expandisse sua ocupação no Sul. É para isso que todos eles têm trabalhado por treze anos. O que é menos claro é até que ponto a Rússia estava envolvida nessa jogada.

A atualidade radical da Renda Básica

Foto: Sebastião Salgado/”Êxodos”

Num mundo em que a riqueza coletiva é capturada por tão poucos, alguns ainda julgam descabido oferecer dinheiro sem contrapartida em trabalho. É hora de demonstrar a inconsistência – ética, social e econômica – desta oposição


Por Ladislau Dowbor, no Meer | Tradução: Glauco Faria

Enquanto a economia for movida principalmente pela maximização do lucro, ela responderá à demanda expressa pelos grupos mais ricos da sociedade, levando a formas extrativistas de produção que agravam a exclusão social em nome da criação de mais riqueza, e deixará de assegurar os direitos das pessoas em situação de pobreza.
(Olivier de Schutter

O ponto de partida óbvio é que o que produzimos no mundo, o chamado PIB global, é suficiente para garantir uma vida digna e próspera para todos. Também podemos usar a Renda Nacional Líquida ou acrescentar a infraestrutura já construída – casas, estradas, eletricidade, sistemas de água, ruas e tantas outras melhorias herdadas -, mas o fato básico é que o que temos e produzimos é suficiente. Para se ter uma referência, o PIB mundial, de 110 trilhões de dólares, para uma população de 8 bilhões, equivale a 4.600 dólares por mês para uma família de quatro membros. Mesmo no Brasil, com um PIB per capita de 10 mil dólares por ano, o que produzimos equivale a 3,3 mil dólares por mês por família de quatro membros. Podemos brincar com os números, mas o fato básico é que nosso problema não é econômico, mas de organização social e política.

Por que Erdogan não será capaz de construir um gasoduto através da Síria




A tomada da maior parte da Síria pelos islamitas controlados por Ancara permite agora que Recep Erdogan comece a concretizar as suas ambições geopolíticas. Os prêmios aqui são os territórios do norte da Síria (Aleppo sempre foi o centro econômico da região), a solução para a questão curda, o estatuto do novo sultão do Médio Oriente - e, claro, a construção de um gasoduto a partir do Qatar através da Arábia Saudita, Jordânia, Síria e Turquia até à Europa.

Anarquia no Levante: a primeira guerra contra os BRICS



Pepe Escobar [*]

Pequim e Moscou encaram a Síria como um revés temporário para os BRICS, infligido por um império desesperado, pelo seu aliado desesperado Israel e por um sultão turco que ladra mas não morde.

A Síria, tal como a conhecíamos, está a ser esventrada em tempo real – geográfica, cultural, económica e militarmente – por uma confluência assustadora de turbas de mercenários jihadistas a soldo e de genocidas psicopatológicos que rezam no altar de Eretz Israel.

Será Israel, e não os “libertadores” de Damasco, quem decidirá o destino da Síria

Fontes: Rebelión


Traduzido para Rebelión por Paco Muñoz de Bustillo

O futuro da Síria sob a divisão da Al-Qaeda, o HTS, dará origem a apenas dois cenários possíveis: submeter-se e colaborar como a Cisjordânia ou acabar destruída como Gaza

Após a saída precipitada da Síria do ditador Bashar al-Assad e a tomada de grande parte do país por forças locais rebatizadas de Al Qaeda, tem havido uma enxurrada de artigos sobre o futuro da Síria.

Tanto os governos como os meios de comunicação ocidentais celebraram rapidamente o triunfo do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), embora o grupo ainda seja considerado terrorista nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e em grande parte da Europa.

“Globo causou dano irreparável a Lula, um homem inocente", diz Eduardo Appio

(Foto: Reprodução | ABR)

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Após a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (15), na qual criticou sua prisão e o tratamento recebido durante a Operação Lava Jato, o juiz federal Eduardo Appio reforçou essas críticas em entrevista ao programa Boa Noite 247. Appio afirmou que a emissora utilizou métodos semelhantes aos aplicados pela Lava Jato para distorcer fatos e causar danos à imagem de Lula.