Imagem: Serinus
TARSO GENRO*
Fernando Haddad brecou a anomia golpista e colocou a política no seu lugar certo
“O grande projeto de desestruturação do comum que se empreende como nova governança ganha vantagem e justificação a partir do fato de que se efetiva em terrenos fluidos, sobre os quais a governança professa otimizar o fluxo dos córregos, contrariar a inércia burocrática, fragmentar estruturas rígidas de tomadas de decisão…”
(Emilios Christodoulidis).
A despeito das reservas que se possa ter sobre o “arcabouço do Haddad”, fato político mais importante do atual governo do Presidente Lula, é o referido arcabouço que, tecido por inteiro por Fernando Haddad e seu grupo técnico de alto nível, refez a política doméstica como política nacional. O arcabouço percorreu até agora um estreito desfiladeiro, que permitiu a democracia e o Estado de direito transitarem de uma quase anomia – proporcionada por um golpe de Estado tentado – para um espaço de repouso relativo, dentro do qual estacionamos para ajudar o país a caminhar para uma ideia de nação, a ser preparada inclusive para dar exemplos na transição climática.