sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Os “líderes” europeus querem salvar o jackpot militar multimilionário

© Foto: Domínio público

Hugo Dionísio

As crianças foram para a Eurodisney em Paris, e os adultos foram para Riad, na Arábia Saudita.

É realmente assim: as crianças foram à Eurodisney em Paris, e os adultos foram a Riad, na Arábia Saudita. A comparação pode parecer exagerada, mas não é, porque a grande questão que surge dessa atitude dos “líderes” europeus é esta: até que ponto a resistência ao processo diplomático iniciado entre os EUA e a Federação Russa é apenas uma diversão, um circo, visando justificar mais uma vez os investimentos militares massivos anunciados, congelando a situação de conflito e a tensão subjacente, bem como salvar a face dos “líderes” europeus?

Os pântanos do Judiciário e o juiz que monitorava Alexandre de Moraes

Sandro Nunes Vieira (Foto: Reprodução (TSE))


“Até o golpismo motiva altos servidores a atuarem contra a instituição e colegas que deveriam defender”, escreve o colunista Moisés Mendes

Moisés Mendes

A divulgação de vídeos da delação de Mauro Cid acrescenta um detalhe escabroso à atuação de um ex-juiz federal do TSE. O magistrado abastecia os golpistas com argumentos ‘técnicos’ contra o sistema eleitoral e, pelo que se sabe agora, também monitorava Alexandre de Moraes.

Donald Trump – o Estado e a revolução

Imagem: Adrien Olichon

BRANKO MILANOVIC*

O passeio selvagem de quatro semanas, que ainda não parece ter perdido o fôlego, confirma a ideia de que o novo Donald Trump governará de forma muito diferente do antigo

Dizer que Donald Trump, em sua nova encarnação, é diferente do Trump nº 1 é dizer o óbvio. O mundo e os Estados Unidos têm sido sujeitos a um dilúvio de decretos e decisões que têm mudado as coisas em âmbito internacional e interno. Foi um passeio selvagem de quatro semanas que ainda não parece ter perdido o fôlego e que confirmou a ideia de que o novo Donald Trump governará de forma muito diferente do antigo.

Riqueza é tempo disponível – e nada mais

Imagem: Victo Ngai/The New York Times

Campanha contra jornada 6×1 reintroduz no Brasil, enfim, a luta pelo tempo livre de trabalho. Como Marx e Adorno apontaram, pauta expõe voracidade do capital, politiza relação vista como inalterável e abre caminho para enfrentar a alienação

MAIS
texto publicado no número 2 do volume 10 da Revista Rosa, parceira editorial de Outras Palavras

A citação evocada no título vem de um antigo tratado inglês de economia política supostamente escrito por um Charles Dilke. Datado de 1821, ele possui algumas passagens notáveis:

Se todo o trabalho de um país só fosse suficiente para prover o sustento de toda a população, não haveria nenhum trabalho excedente, e, consequentemente, nada que pudesse ser acumulado como capital. […] Logo, a próxima consequência seria que onde os homens até hoje trabalharam doze horas por dia, agora trabalhariam seis, e isso é riqueza nacional, isso é a prosperidade nacional. Mesmo depois de todos os sofismas ociosos, não há, graças a Deus, meio de aumentar a riqueza de uma nação a não ser aumentando as conveniências da vida: de tal forma que a riqueza seja liberdade — liberdade para buscar lazer — liberdade para apreciar a vida — liberdade para cultivar a mente: é tempo disponível e nada mais. Quando uma sociedade tiver chegado a esse ponto, se os indivíduos que a compõem ficarem, por essas seis horas, deitados ao sol, ou dormindo na sombra, ou ociosos, ou jogando, ou investindo seu trabalho em coisas perecíveis, que finalmente é a consequência necessária se eles forem trabalhar, deve ser uma escolha de cada homem individualmente. […] O que quer que possa ser devido ao capitalista, ele só pode receber o trabalho excedente do trabalhador; porque o trabalhador tem de viver; ele precisa satisfazer os da natureza antes de satisfazer os desejos do capitalista.1

De quem é o ouro, se é que é de alguém, que está em Fort Knox

Paul Craig Roberts [*]
resistir.info/
Cotação do ouro.

Se há ouro em Ft. Knox, de quem é?

Muitos negociantes de metais preciosos acreditam que qualquer ouro que haja em Ft. Knox não é nosso. Ao longo de décadas, o ouro foi “alugado” a negociantes de metais preciosos que o venderam no mercado do ouro, protegendo assim o valor do dólar para manter baixo o preço do ouro.

O “aluguer” do ouro significa que os EUA ainda podem reivindicar a posse do ouro. Uma venda tem de ser registada ou comunicada, mas não um “leasing”.

Ucrânia isolada e derrotada. Europa inerte pagará a conta

Volodymyr Zelensky (Foto: Alain Rolland/União Europeia 2023/Divulgação via REUTERS)


'Assim como Zelensky, a Europa se descobriu desvalida e irrelevante', escreve o colunista Marcelo Zero

Marcelo Zero

Todo o mundo sabia, já há algum tempo, que o cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia seria algo a ser resolvido basicamente em negociações bilaterais entre Trump e Putin.

Todo o mundo sabia também que Zelensky nunca teve qualquer relevância nas movimentações geopolíticas que levaram à guerra.

O “ditador sem votos”, na visão de Trump, jamais teve voz ativa em nada.

Zelensky, o comediante, foi apenas um trágico fantoche de um conflito que começou a se delinear na década de 1990.

O problema de comunicação da esquerda

Fontes: Rebelião - Imagem: Sindicatos, partidos e estudantes contra Lacalle Pou, novembro de 2023. Foto: PIT-CNT


Em 17 de fevereiro de 2025, dias antes da transferência presidencial no Uruguai, o jornal de Montevidéu El País mancheteou (o que tem feito com frequência nos últimos cinco anos): “Lacalle Pou encerra seu governo como o presidente mais bem avaliado da América do Sul, segundo uma consultoria argentina”.

O problema central não é a confiabilidade da pesquisa de opinião, mas a criação de opinião pela mídia dominante, algo que tem sido amplamente estudado no meio acadêmico americano por mais de um século.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Precisamos conversar sobre extrema-direita

Milei, Trump e Bolsonaro (Foto: REUTERS/Cristina Sille | REUTERS/Mike Segar | REUTERS/Adriano Machado)

Precisamos acordar contra os golpistas, sejam de Estado, sejam da economia, sejam psíquicos, sejam religiosos

Marcia Tiburi
brasil247.com/

A sensação de vitória sobre a extrema-direita que tomou o Brasil a partir de 2022 e até agora, com a proximidade da prisão de Bolsonaro, é uma sensação legítima, mas quem sabe como funciona a extrema-direita sabe também que a desilusão democrática está por vir.