terça-feira, 5 de novembro de 2024

Campos Neto, Pix e Google

Sede do Banco Central, em Brasília 22/02/2022 REUTERS/Adriano Machado (Foto: ADRIANO MACHADO)

Tudo indica tratar-se de uma enorme negociata, sempre às custas da grande maioria da população

Paulo Kliass
brasil247.com/

O processo de financeirização que vem se aprofundando na economia e na sociedade brasileiras ao longo das últimas décadas tem provocado um conjunto amplo de consequências. A dominância do elemento financeiro sobre as demais atividades econômicas é bastante expressiva e termina por esmagar qualquer tentativa de se escapar à lógica das finanças sobre a produção, o comércio, os serviços e a cidadania.

Washington deve encarar a realidade enquanto Pequim responde à repressão e contenção dos EUA

Ilustração China EUA: Liu Rui/GT

Por Global Times

As recentes sanções de Pequim contra a Skydio, a maior fabricante de drones dos Estados Unidos, ressaltam a necessidade de uma compreensão abrangente da interdependência entre as economias chinesa e americana, bem como as falhas fundamentais na estratégia de Washington em relação à China. A rápida resposta de Pequim às vendas de armas dos EUA para Taiwan impactou profundamente a cadeia de suprimentos da Skydio. A empresa foi forçada a restringir o fornecimento de baterias e buscar alternativas urgentemente até a primavera de 2025. Foi relatado que ela também buscou ajuda de altos funcionários da Casa Branca, esperando que os EUA e seus aliados pudessem ajudar a resolver a "interrupção do fornecimento de baterias". Essa situação difícil enfrentada pela empresa destaca a necessidade urgente de uma mudança estratégica nas relações EUA-China.

"Esta é uma tentativa de eliminar a principal empresa americana de drones e aprofundar a dependência mundial de fornecedores chineses de drones", disse o CEO da Skydio, Adam Bry, em uma carta aos clientes, relatada pela primeira vez pelo Financial Times.

Capacho



brasil247.com/




EUA: O que não tem conserto, nem nunca terá


À véspera das urnas, EUA parecem mais divididos do que nunca. Mas por trás da polarização, há identidade. Nem Kamala, nem Trump querem enfrentar desigualdade, rentismo ou guerra – três marcas cruciais de um império decadente
Por Maurizio Lazzarato | Tradução: Antonio Martins | Imagem: Nicole Eisenman, O Triunfo da pobreza (2009)

Um duplo processo político e econômico, contraditório e complementar, está em andamento: o Estado e a política (norte-americana) afirmam energicamente sua soberania por meio da guerra (inclusive guerra civil) e do genocídio. Enquanto isso, ao mesmo tempo, mostram sua total subordinação ao novo rosto que o poder econômico adquiriu após a dramática crise financeira de 2008, promovendo uma financeirização sem precedentes, tão ilusória e perigosa quanto a que produziu a crise das hipotecas subprime. A causa do desastre que nos levou à guerra tornou-se um novo remédio para sair da crise: uma situação que só pode ser um presságio de outras catástrofes e guerras. A análise do que ocorre nos Estados Unidos, o coração do poder capitalista, é crucial, pois é precisamente de seu seio, de sua economia e de sua estratégia de poder, que partiram todas as crises e todas as guerras que assolaram e assolam o mundo neste século.

Palavras que envergonham na batalha das ideias


Greg Godels [*]
resistir.info/

Se acredita, como eu, que a guerra de ideias é uma frente crítica na luta política, então a clareza e a lógica tornam-se uma necessidade nessa guerra. De facto, a guerra de ideias pode muitas vezes tornar-se uma guerra de palavras ou frases. Quando permitimos ou aceitamos que frases como “o eixo do mal” ou palavras como “deploráveis” entrem sem crítica no discurso popular, perdemos uma escaramuça na luta ideológica.

Os 228 anos de farsa eleitoral nos Estados Unidos

Fontes: Tiempo Argentino - Imagem: Manifestantes do lado de fora da Convenção Nacional do Partido Democrata em Chicago, 19 de agosto de 2024, repudiam o apoio do governo democrata ao genocídio em Gaza (Cartaz: “Abandonamos Harris – 2024”). Foto: Marco Bello/Reuters


A farsa começa um ano antes das eleições presidenciais, quando os eleitores são chamados a escolher quem será o candidato de cada partido e na realidade o que escolhem são os membros de uma convenção que fará então o que for melhor para a superestrutura partidária. Foi o que aconteceu este ano com os democratas, que optaram pela reeleição de Joe Biden e quando viram que ele estava escorregando mentalmente, trocaram-no por Kamala Harris

Na terça-feira, 5 de novembro, os 336 milhões de americanos participarão, votando ou assistindo a votar, na eleição do novo presidente do país mais poderoso do mundo. Aquele que dirá onde começará e quando terminará a próxima guerra. Aquele que indicará qual será o próximo governo a derrubar e ordenará os novos bloqueios econômicos e genocidas onde houver um povo disposto a defender sua soberania. Aquele que se apresenta como farol das liberdades e guardião das democracias, embora tenha cada vez menos o que mostrar para ambas. Os adivinhos do establishment e a mídia dizem que esta é a eleição mais disputada da história recente. Que Kamala Harris e Donald Trump estão empatados.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Neoliberalismo e a destruição da consciência

© Foto: Domínio público

Hugo Dionísio
strategic-culture.su/

Ao destruir o professor, o Ocidente neoliberal está destruindo algo ainda mais importante: nossa autoconsciência!

Muito se tem falado sobre a crise no Ocidente e especialmente na União Europeia. O discurso tem se concentrado principalmente na crise energética, militar, social ou migratória. No entanto, essas crises são o resultado de um mal muito mais profundo, representando, acima de tudo, a vitória da ignorância sobre o conhecimento, do individual sobre o coletivo, do econômico sobre o social.

Três nacionalismos na América Latina


Por CLAUDIO KATZ*

Os quatro governos que constituem atualmente o eixo dos governos radicais (Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Cuba) são sistematicamente hostilizados pelo imperialismo norte-americano

Vladímir Lênin distinguiu três tipos de nacionalismo e postulou estratégias socialistas diferentes diante das variantes reacionárias, democrático-burguesas e revolucionárias dessa corrente. Em toda sua trajetória, priorizou a batalha frontal contra a primeira vertente, contrapondo os princípios de solidariedade do internacionalismo à rivalidade entre as potências e à ideologia chauvinista da superioridade nacional.