domingo, 13 de janeiro de 2019

O domínio evangélico na administração Trump: lições para Bolsonaro



Jornal GGN - Donald Trump se elegeu presidente dos EUA com apoio maciço dos cristãos evangélicos. Ainda hoje, ele cultiva 70% de aprovação nesse nicho, enquanto os demais eleitores brancos, em sua maioria, romperam com o governo nos dois primeiros anos. É para retribuir à sustentação dos evangélicos que Trump se amarra em propostas como a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Passos, na América, copiados primeiro pela Guatemala e, agora, pelo Brasil sob Jair Bolsonaro.

O presidente brasileiro parece ter recuado da transferência de embaixada, mas ainda sustenta pautas evangélicas como a Escola Sem Partido e o combate, nas escolas, ao que chama de ideologia de gênero e marxismo cultural. O comprometimento do novo governo de extrema-direita com os eleitores evangélicos ficou sacramentado na escolha de uma pastora anti-religiões afros, anti-feminismo e contrária à diversidade sexual, Damares Alves, que costuma pregar a participação da Igreja na "restauração do Estado" e sua interferência em políticas públicas.

Sucursais do Pentágono



Não é de hoje que boa parte da grande mídia brasileira funciona como se fosse uma sucursal do Pentágono. É sabido que as editorias de "internacional" são ocupadas por jornalistas formados nas melhores universidades do país. Assim sendo, é inexplicável tamanha indigência e ignorância na cobertura dos temas internacionais. O que antes passava por informação, agora torna-se cada vez mais pura propaganda.

Vejamos o caso recente da posse do presidente Maduro, na Venezuela, por exemplo, que os EUA tentam demonizar. A cobertura, praticamente sem exceção, tentou emplacar a ideia do "isolamento" de Maduro. Para isso, divulgaram que havia sido inexpressiva a presença de chefes de estado e outras autoridades. A encomenda do Pentágono, mais uma vez, estava sendo entregue não fossem as novas tecnologias de comunicação.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Não se enganem: loucura não tem método; se tem método, não é loucura


Por Luís Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia 

Hoje, logo cedo, a internet foi impactada com o escárnio da dança de Queiroz, mulher e filha, todos de laranja, no Einstein, dando uma traulitada na cara do Brasil, dos brasileiros, da Justiça e do Ministério Público.

Um nojo. A bolsolândia torceu, em silêncio, para que a repercussão fosse ínfima. Perderam, os playboys: as redes sociais fermentam, indignadas. Inclusive as deles. Queiroz, mantenedor da família Bolsonaro, pagador de cheque a Michele, é um fio desencapado a ameaçar a família e o Palácio. No meio da tarde, diante da repercussão, os advogados de Queiroz deram uma resposta pedestre. O Einstein, que deve explicações, calou. A bolsolândia calou.

Carlos Nadalim, da escola Balão Mágico a um posto estratégico no MEC

Carlos Nadalim ao lado de Olavo de Carvalho com um filtro declarando seu voto ao atual presidente Jair Bolsonaro. A foto foi retirada da página do Facebook de Nadalim.

Mestre em educação e coordenador da escola de sua família em Londrina, ele vai cuidar da nova ênfase na alfabetização no Ministério da Educação

B. L. - São Paulo

Carlos Nadalim, no novo secretário de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC), se destaca em alguns aspectos: a militância contra as ideias do pedagogo Paulo Freire, demonizadas por serem "marxistas", e o entusiasmo pela educação domiciliar, que ele divide com os seus 168 mil seguidores em seu canal “Como educar seus filhos” no YouTube. No mundo offline, a experiência de Nadalim se dá como coordenador da escola Mundo do Balão Mágico, em Londrina, fundada por sua mãe. No censo escolar de 2017, a escola contava com pouco menos de 150 alunos até o 5º ano.

Murilo Resende, o ‘olavete’ contra a marxismo que supervisionará o Enem

Murilo Resende, novo diretor do Inep.
Murilo Resende, novo diretor do Inep.

Economista de 36 anos e nenhuma especialização em educação comandará Inep, responsável pelo maior vestibular do país

BEÁ LIMA - São Paulo

Murilo Resende é o novo diretor do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável a partir de agora pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o maior vestibular do país. Resende é formado em administração de empresas e doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas apresentando uma tese sobre a história dos bancos e arranjos financeiros. Discípulo do guru da ultradireita Olavo de Carvalho e militante contra a "doutrinação marxista no ensino", a experiência em sala de aula do economista se deu no ambiente universitário como professor visitante de economia na Universidade Federal de Goiás e na Escola Superior Associada de Goiânia, uma faculdade particular especializada em economia, ciências contábeis e direito.

Os tentáculos de Olavo de Carvalho sobre 57 milhões de estudantes brasileiros

Olavo de CarvalhoTrês discípulos do filósofo ocupam cargos importantes no Ministério da Educação de Bolsonaro.
Ideias do pensador da ultradireita devem influenciar políticas da alfabetização às universidades

BEATRIZ JUCÁ - São Paulo
"LUIS GRAÑENA"

Considerado uma espécie de guru intelectual da direita brasileira, o filósofo Olavo de Carvalho emplacou três discípulos em cargos estratégicos do Ministério da Educação sob o presidente Jair Bolsonaro. Além do próprio titular da pasta, Ricardo Vélez, os seguidores Carlos Nadalim e Murilo Resende ocupam, respectivamente, a Secretaria Especial da Alfabetização e a direção da Avaliação da Educação Básica do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Tratados pelo mentor como "olavistas", Vélez, Nadalim e Resende chegam ao poder afinados com as ideias que aprenderam principalmente nos cursos online oferecidos pelo filósofo direitista, e pelos quais já passaram cerca de 12.000 pessoas.

Os evangélicos, os Bolsonaros, os jumentos e o que diz a Bíblia sobre a burrice. Por Kiko Nogueira

      Publicado por Kiko Nogueira

       Bolsonaro (FOTO Rafael Carvalho)

Em sua cavalgada rumo ao Planalto, Jair Bolsonaro não hesitou em se converter evangélico pelas mãos do pastor Everaldo no rio Jordão, em Israel.

“Estou cumprindo missão de Deus”, disse ele na campanha.

Na sabatina do Jornal Nacional, escreveu o nome do Criador, mais “família” e “Brasil”.

O discurso de Villas Bôas elogiando Bolsonaro constrange pelo cinismo. Por Luís Felipe Miguel

O general Villas Bôas, que passou o Comando do Exército ao general Edson Pujol (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

PUBLICADO NO FACEBOOK DO AUTOR


O elogio inaudito de Villas Bôas a Bolsonaro é mais uma comprovação de que a questão militar precisa ser tratada com centralidade no Brasil de hoje.

O discurso do general abraçou a ideia de que posições democráticas e à esquerda são “amarras ideológicas” a serem destruídas. Comprou sem ressalvas a conversa de que o verde-amarelismo hipócrita da direita representa um “sentimento patriótico” antes “adormecido”.