Em conversas com empresários e
investidores estrangeiros, recomendou taxativamente que eles deveriam evitar
investimentos em Minas Gerais.
Antônio Lassance (*) - http://www.cartamaior.com.br/
Quando era presidente do Banco
Central, Armínio Fraga atuou como verdadeiro consultor privado. E pior: contra
o Brasil e contra Minas Gerais.
Em conversas com empresários e
investidores estrangeiros, recomendou taxativamente que eles deveriam evitar
investimentos em Minas Gerais.
As conversas se tornaram públicas
e ganharam repercussão no Congresso. O Senado ainda mantém o registro do fato
(leia aqui).
Alguns parlamentares da base
governista à época tentaram defender o presidente do BC. Outros, nem tanto,
diante de algo indefensável.
Um dos senadores disse que Fraga
havia ficado "abatido com a repercussão do episódio" - bem entendido, chateado com a repercussão,
mas sem se arrepender do que disse.
Pior, Fraga relatou ao
parlamentar que a frase saiu porque "os investidores o pressionavam para
que fornecesse informações sobre a situação econômica do país e dos
estados."
Ou seja, em sua mesa de pôquer,
quando a banca manda abrir o jogo, Armínio baixa logo as suas cartas.
Heloísa Helena, à época, no
Senado, defendeu um voto de censura contra as declarações de alguém que, em
cargo público, teria como missão defender o país.
O então senador Lauro Campos, um
dos principais críticos da nomeação de Fraga, o qualificava como um vampiro
tomando conta do banco de sangue.
O episódio vale a pena ser
lembrado por evidenciar como funciona a cabeça do candidato a ministro da
Fazenda de Aécio. Não importa o cargo público que ocupe, ele continua pensando
como um agente do mercado.
Para ele, seus vícios e cacoetes
são virtudes e prova de preparo. Sua convicção era a de que ele estava lá para
isso mesmo: dizer ao mercado financeiro onde lucrar, com a recomendação do
Governo Federal.
Aécio e Anastasia, os dois
mágicos que governaram Minas, fizeram uma mágica curiosa. Normalmente, o truque
é tirar o coelho de dentro da cartola. Os dois, no entanto, preferem a mágica
de fazer o coelho sumir.
Suas pomposas políticas de
"choque de gestão" e "déficit zero" tiveram como resultado
transformar Minas Gerais no segundo Estado mais endividado do país.
Que conselho daria Armínio Fraga,
hoje, a seus colegas investidores?
(*) Antonio Lassance é cientista
político
Créditos da foto: Arquivo
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