Como cidadão, meu voto será um voto crítico, será um voto de
confiança em quem acredito que terá mais condições de fazer dos meus sonhos
realidade.
Silvio Tendler - http://www.cartamaior.com.br/
“Os mercadores não
têm Pátria” (Thomas Jefferson citado por Salvador Allende em discurso na ONU –
1972)
Tenho 64 anos e faço cinema desde os 18. A cada dia que
passa estou mais voltado para um cinema de conteúdo social que fuja dos
shoppings e circule aonde o povo está: nas redes, na internet, nos cineclubes,
na laje, nas escolas, nas universidades, nos sindicatos, nas comunidades.
Defendo uma política que devolva as salas de cinema aos
bairros mais afastados e às cidades do interior - hoje existem salas em apenas
7% do território do país, que tem 200 milhões de habitantes e as salas
existentes são frequentadas por apenas 15 milhões de espectadores, menos de 10%
da população brasileira.
Quando faço cinema com recursos públicos, acredito que deva
devolver o filme para o povo que o subsidia. Os filmes que visam o lucro devem
ser produzidos com recursos vindos do próprio mercado. É fácil ser mercador e o
povo pagar a conta. Ao Estado compete incentivar a Cultura, a Educação e a
Experimentação que renove estéticas e temáticas.
Filmo pela Reforma Agrária e pela defesa dos pequenos
agricultores, que colocam comida na nossa mesa, e contra o agronegócio, que
propaga os agrotóxicos e transgênicos como uma praga que tenta nos eliminar,
tendo o lucro como única fidelidade.
Filmo na defesa do patrimônio público, da Petrobras, dos
bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa).
Filmo no respeito à natureza, ao desenvolvimento
sustentável, à educação, saúde e transporte sem catracas, lazer e cultura de
qualidade para todos.
Filmo pelos direitos dos índios, negros e quilombolas; pelos
direitos dos homossexuais e transgêneros de viverem num mundo sem homofobia;
pelos direitos das mulheres decidirem sobre suas vidas, inclusive com a escolha
à interrupção da gravidez não desejada, em condições higiênicas e saudáveis
garantidas pelo SUS.
Filmo por tirar os jovens do exílio na periferia, imposto
para os mais pobres como denunciou o Professor Milton Santos - isto
representará o fim da distopia capitalista que vivemos hoje, rumo ao reencontro
com nossas melhores utopias.
Como cidadão, meu voto será um voto crítico, será um voto de
confiança em quem acredito que terá mais condições de fazer dos meus sonhos
realidade. Desta vez, Dilma não será prisioneira do capital nem do mercado, não
transigirá com os agrotóxicos, manterá uma política externa alinhada com os
países em desenvolvimento, realizará nossos sonhos interrompidos e a Cultura
servirá de alavanca da nossa caminhada rumo ao socialismo democrático.
No segundo turno, votarei em Dilma.
Créditos da foto: Arquivo
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