EMIR SADER // http://www.brasil247.com/
A direita sempre dirigiu o
Brasil, que considerou como seu. Quando houve risco de perder o controle sobre
o país, ela apelou para todas as suas armas - golpe, ditadura, massacre
midiático - para destruir reputações.
Levaram Getúlio ao suicídio logo
depois da criação da Petrobras. Tentaram impedir que JK fosse eleito, que
tomasse posse e que governasse. Tentaram impedir que Jango tomasse posse na
renúncia do Jânio, terminaram derrubando-o e destruindo a democracia para se
reapropriar plenamente do Brasil. Sempre com o apoio ativo das empresas da
mídia, das famílias Mesquita, Frias, Marinho.
Quando era insustentável
continuar com a ditadura, bloquearam a possibilidade de o povo eleger
democraticamente o presidente pelo voto direto, impuseram o Colégio Eleitoral e
terminaram elegendo seu candidato a presidente da República. Quando havia o
risco de Lula ou Brizola se elegerem pelo voto popular, promoveram o fantoche
do Collor para salvá-los.
Fizeram de FHC a salvação contra
Lula, até onde puderam, mas o fracasso do governo tucano fez com que perdessem
o controle do país. Imediatamente começaram a campanha para derrubar Lula,
pensaram em impeachment, mas tiveram medo da reação popular e quiseram
asfixiá-lo no Congresso e derrotá-lo nas eleições de 2006.
Perderam, mais uma vez, mas
seguiram com o intuito de recuperar o governo, nas eleições de 2010, com Serra,
e na de 2014, com Aécio e Marina. Derrotados, tentaram impedir o governo de
Dilma e agora buscam destruir a imagem de Lula para se reapropriarem do Brasil.
Tem que fazer como fizeram com a
democracia em 1964: desqualificá-la, dizer que era a ante-sala do comunismo,
que era uma cobertura para a corrupção, que era o oposto da democracia, para aí
promover a derrubada da democracia e a instauração da pior ditadura que o
Brasil já viveu.
Agora tratam de dizer que Lula,
ao invés de ter sido o presidente que mais consolidou e promoveu a democracia
no Brasil, é um risco para a democracia. Que sua popularidade serviu como
cobertura para negócios ilícitos que ele teria feito. Que destruir sua imagem
seria um serviço para a democracia, que estaria em boas mãos nas mãos dos que a
destruíram com a ditadura instaurada em 1964.
A direita usa todos os seus meios
para tentar destruir a imagem de Lula diante dos brasileiros, sem o que não
conseguiriam destruí-lo como liderança política e como grande obstáculo que
impede que eles voltem a se apropriar do governo e do Estado. Daí a sórdida
campanha levada a cabo pelas famílias Frias, Marinho, Mesquita, Civita e suas
empresas falidas, que lutam pela sua própria sobrevivência econômica.
Colocam em prática o lema de
Goebells de que "Mente, mente, mente, que sempre algo fica", sempre
fica uma suspeita, menos se nada é provado. Precisam tirar a imagem do Lula de
mais popular e mais democrático presidente que o Brasil já teve e que, por
isso, se perfila como o favorito para voltar a ser presidente do Brasil, para
que de novo o Brasil possa ser propriedade deles.
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