O Papa demonstrou preocupação com os conflitos sociais, econômicos e políticos na Venezuela, no Brasil, na Bolívia e Argentina.
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Leónidas Ortiz L., secretário-geral adjunto do CELAM // www.cartamaior.com.br
Na última quinta-feira (19/5), durante a festa de Jesus Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, o Santo Padre Francisco recebeu os membros da Presidência do CELAM, às 11h45 da manhã, em sua biblioteca privada.
Entre os representantes da Presidência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano), estiveram presentes o cardeal Rubén Salazar Gómez, arcebispo de Bogotá (Colômbia) e presidente do CELAM, o monsenhor Carlos Collazzi, bispo de Mercedes (Uruguai) e primeiro vice-presidente, dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís do Maranhão e segundo vice-presidente, o cardeal José Luis Lacunza Maestrojuan, bispo de David (Panamá) e presidente do Conselho de Assuntos Econômicos, monsenhor Juan Espinoza Jiménez, bispo auxiliar de Morélia (México), secretário-geral, e o padre Leónidas Ortiz, da diocese de Garzón (Colômbia), secretário-geral adjunto.
A implementação da Evangelii Gaudium
Quando o cardeal Rubén Salazar, depois de realizar a saudação em nome da Presidência, perguntou ao Santo Padre o que ele deseja do CELAM, este imediatamente respondeu: “implementar a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium”, especialmente tudo o que se refere aos laicos. Há 50 anos se escutam vozes dizendo que “está na hora dos laicos”, mas parece que o relógio está parado.
O Papa recomendou especialmente a leitura e aplicação da Carta que ele dirigiu ao cardeal Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, no último dia 19 de março, dia de São José, devido à recente Assembleia que este organismo realizou entre 1 e 4 de março, em Roma, sobre “o indispensável compromisso dos laicos na vida pública dos países latino-americanos”.
O coração de Amoris Laetitia é o amor na vida familiar
O cardeal Salazar fez referência ao diálogo da segunda-feira passada (16/5) com os embaixadores latino-americanos, credenciados na Santa Sede, sobre a Exortação Amoris Laetitia. O Papa respondeu que o coração da Exortação é o capítulo 4: o amor na vida familiar, fundamentado no capítulo treze da primeira carta de São Paulo aos Coríntios.
E o mais difícil de ler é o capítulo 8. Alguns, diz o Papa, se deixaram aprisionar por este capítulo. O Santo Padre é bastante consciente das críticas de alguns, incluindo cardeais, que não puderam entender o significado evangélico de suas afirmações. E diz que a melhor forma de entender esse capítulo é a partir da apresentação feita pelo cardeal Christoph Schönborn OP, arcebispo de Viena (Áustria), um grande teólogo, membro da Congregação para a Doutrina da Fé, bastante familiarizado com a doutrina da Igreja.
Congresso sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia
A Presidência do CELAM se referiu também aos preparativos que vem sendo feitos para a realização do próximo Congresso sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, organizado pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM). Este Congresso terá lugar em Bogotá, na Colômbia, entre 27 e 30 de agosto de 2016, e seu lema será: “Que um vento impetuoso de santidade se espalhe pelo próximo Jubileu Extraordinário da Misericórdia em todas as Américas”[1].O Papa se alegrou com essa informação e estimulou os bispos da América Latina a se unirem a esta grande celebração.
A preocupação do Papa pela América
O Santo Padre mostrou sua preocupação pelos problemas sociais que vividos na América em geral. Ele está preocupado com as eleições nos Estados Unidos, pela falta de uma atenção mais real à situação social dos mais pobres e excluídos. Está preocupado com os conflitos sociais, econômicos e políticos na Venezuela, no Brasil, na Bolívia e Argentina… É possível que alguns países podem estar enfrentando um “golpe de Estado branco”. Ele está preocupado com as carências do povo haitiano e a falta de diálogo das autoridades dos países que compartilham a ilha, Haiti e República Dominicana, a fim de encontrar uma solução legal aos imigrantes. Está preocupado pela forma de entender o que é um estado laico e o papel da liberdade religiosa por parte de algumas autoridades mexicanas.
O Papa se animou ao ver o avanço que dos processos de paz na Colômbia, e também com a sua próxima viagem a esse país, para a visita pastoral a um povo que foi tão golpeado pela violência, e que necessita empreender os caminhos do perdão e da reconciliação.
O Papa se entusiasmou quando começou a falar da Pátria Grande que é a América Latina, e dos esforços que não devem cessar para alcançar a integração dos nossos povos. Para isso, é preciso aproximar as diferentes posições, restabelecer o diálogo social e buscar soluções ligadas aos desafios que o mundo de hoje apresenta.
Tradução: Victor Farinelli
Créditos da foto: ONU
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