sábado, 3 de setembro de 2016

Estreia pífia dos usurpadores

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Derrubaram um governo eleito e tentarão impor — inclusive com violência — seu programa de destruição do país e salvação dos seus interesses. Mas o início foi rasteiro Não será o passeio que imaginaram

Por Mauro Lopes

A mídia conservadora vendeu por meses a ideia de que finalmente “os profissionais” estavam no jogo, depois que o processo de impedimento de Dilma foi colocado em campo por Eduardo Cunha. A tese dos estelionatários do jornalismo era de que ao redor de Dilma havia uma malta de incompetentes sob todos os aspectos: na política, na condução da economia, na administração do Estado. E que a frente golpista garantiria ao país “competência de gestão” em todas essas áreas. Depois do afastamento de Dilma, em maio, jornais e revistas, liderados pela Globo, introduziram à nação o “mago da articulação”, Michel Temer. Quantas habilidades nos foram apresentadas! Quanta capacidade dele e de seus auxiliares, gente como Serra, Geddel, Jucá, Meirelles e outros!

HERR SCHIEMER E O FUTURO DO BRASIL

                 http://www.maurosantayana.com/

Mauro Santayana

Imaginem o que ocorreria se um executivo de uma multinacional brasileira, como a WEG, desse, por hipótese, uma entrevista para um jornal alemão, o Handelsblatt, por exemplo, afirmando que é preciso decidir que tipo de Alemanha "queremos" para o futuro, comparando-a, digamos, com a Ucrânia.

Pretendendo dar lições ao país em que está instalada a empresa para quem trabalha, o Presidente da Mercedes Benz no Brasil, senhor Phillipp Schiemer, em plena semana de julgamento do impeachment da Presidente da República, declarou, em entrevista ao Valor Econômico da sexta-feira passada, amplamente repercutida por sites de direita, que a ela pretenderam dar um cunho ideológico, que é preciso decidir "se queremos um Brasil como a Venezuela ou um Brasil inserido no novo mundo", como se, neste humilde, e, quem sabe, paralelo universo em que nos coube viver, cada vez mais desafiado pelo avanço da física quântica e de outras intrigantes descobertas, não tivéssemos mais alternativas que a submissão ou o caos - no caso venezuelano fortemente induzido por pressões internas e externas - ou dependêssemos da opinião de cidadãos estrangeiros para decidir o futuro que queremos ter como Nação.

Polêmica em torno do 'burkini' esconde racismo anti-árabe

Para observadores mais finos, o debate é sobre o lugar que o Islã ocupa ou deve ocupar na sociedade francesa.

              Leneide Duarte-Plon, de Paris // ww.cartamaior.com.br

« Proibido aos cachorros e aos judeus ».

Quem já leu textos de historiadores da Segunda Guerra Mundial conhece essa advertência em cartazes à entrada dos parques e jardins das cidades francesas depois da invasão nazista em 1940. Além disso, o governo-marionete francês, instalado em Vichy sob a presidência do Marechal Pétain, logo decretou leis de exceção que excluíam os judeus do serviço público.

Depois veio a abominável deportação de judeus franceses para os campos de extermínio do III Reich.

Dilma: uma mulher de honra confrontando um Senado de canalhas

Acordos de bastidores estão em progresso enquanto você lê este texto. A única certeza é o assassinato dos direitos democráticos e constitucionais.

PEPE ESCOBAR, COUNTERPUNCH // www.cartamaior.com.br
Dilma Rousseff entrou no Senado e calmamente encarou seus acusadores. Ela saiu com sua cabeça erguida depois de exortar os Senadores a votarem com consciência.

A maioria dos políticos presentes provavelmente não tinha a menor ideia do que é consciência; eles não são nada mais do que meninos corruptos. Mas a inconsciência coletiva brasileira – Jung ao resgate – será marcada.

A prova monumental do golpe

                JEFERSON MIOLA // http://www.brasil247.com/
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Os golpistas venceram a batalha do impeachment fraudulento no Senado, mas perderam a guerra da narrativa do golpe.

A condenação ao golpe é mundial. No mundo inteiro o golpe é denunciado como sendo, no mínimo, uma tremenda farsa, um crime; uma trama conspirativa arquitetada para derrubar uma Presidente inocente, sem amparo na Constituição do país.

O mundo civilizado se horroriza com a fotografia da matilha misógina, corrupta, homofóbica, racista e anti-popular que tomou de assalto o poder para fazer o Brasil regredir séculos, se distanciar das grandes conquistas democráticas e civilizatórias da humanidade.

A crise, o golpe e a nova agenda velha dos modernizadores

Enquanto a economia cresceu sem flexibilização de direitos, discurso da competitividade não prosperou. Para magistrado do Trabalho Jorge Luiz Souto Maior, "negociado sobre o legislado não é tese, é ofensa"

por Vitor Nuzzi, Revista do Brasil publicado 15/08/2016 08:27, última modificação 16/08/2016 13:38

ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Em 2001, a Câmara, presidida por Aécio, aprovou o projeto de flexibilização trabalhista do então presidente FHC. Lula arquivou

"As alterações na CLT aumentariam o emprego, sem dúvida", diz um diretor da Fiesp. "Todas as conquistas constitucionais estão preservadas e o trabalhador terá mais poder", garante o governador paulista. "Nenhum direito do trabalhador será retirado", reforça um advogado e negociador patronal. As frases parecem ter sido pronunciadas agora, mas são de 2001, quando um projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados a toque de caixa. O texto, de autoria do Executivo então chefiado por Fernando Henrique Cardoso, mesmo polêmico, levou apenas dois meses para ser votado. Quem garantiu a agilidade na tramitação foi o então presidente da Casa, Aécio Neves.

Escracho ao senador golpista Eduardo Amorim


O jornalismo barnabé e a derrubada de Dilma

Na ruptura institucional de agora, o papel da mídia foi mais relevante que o de Eduardo Cunha

      por Mario Vitor Santos // http://www.cartacapital.com.br/
Ato contra a "mídia golpista"
Em ato contra o impeachment na quinta-feira 1º, em Porto Alegre, a mídia foi alvo dos manifestantes

Este golpe não aconteceria sem a liderança da mídia. Ela foi a protagonista de primeira hora. Desde cedo, os jornais se incomodavam com o que consideravam “fraqueza” da oposição aos governos petistas e se dispuseram assim a substituí-la. 

Para a ruptura institucional de agora, a mídia foi mais importante do que Eduardo Cunha. Antes de Cunha reunir as condições para desatar o impeachment, a mídia já tinha cerrado fileiras, engatado o revezamento de esforços complementares.