sábado, 10 de setembro de 2016

Colin Kaepernick e a morte da democracia norte-americana

O fato de que certo setor dos Estados Unidos fica triste ao menor sinal de crítica contra os policiais e/ou militares não é novidade.

       THOMAS S. HARRINGTON, counterpunch // www.cartamaior.com.br
O sapo da democracia norte-americana não está mais fervendo, está morto. Como eu sei? Observando a resposta pública às ações realizadas na semana passada pelo quarterback do São Francisco 49ers, Colin Kaepernick.

O fato de que certo setor do nosso país fica triste ao menor sinal de crítica contra os policiais e/ou militares, não é novidade. A adoração aos uniformizados tem uma longa história nesse país, especialmente nos anos desde a 2a Guerra Mundial quando nosso governo decidiu ceder sem nenhuma pretensão de preferir o republicanismo democrático ao império, e como parte integral dessa transformação, lançou um programa de gerenciamento de consenso produzido para normalizar e exaltar as virtudes de ceder prerrogativas individuais aos sempre “responsáveis” e “benevolentes” homens de azul e verde.

A PEC 241 e as três teses liberais equivocadas sobre o Estado brasileiro

O Estado brasileiro não é grande, nem ineficiente e nem contra o mercado. Boa parte dos seus problemas relaciona-se com a ausência do Planejamento Público.

José Celso Cardoso Jr. e Paulo Kliass - Plataforma Política Social // www.cartamaior.com.br
I. Introdução.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016 propõe a instituição de um Novo (porém não necessariamente melhor!) Regime Fiscal, a vigorar por vinte exercícios financeiros seguidos. Para tanto, o texto fixa, em cada ano, um limite individualizado para a despesa primária total do Executivo e demais poderes da esfera federal.

Para 2017, o limite será calculado pela aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE) à despesa primária realizada no exercício de 2016. Para os anos posteriores, o valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela inflação. Para fins de verificação do cumprimento do limite estabelecido a cada ano, será considerado o somatório das despesas que afetam o resultado primário no exercício, incluídos os restos a pagar referentes às despesas primárias.

Entrevista - Luiz Felipe de Alencastro: "Impeachment teve aparência de legalidade, mas substância é grotesca"

Historiador vê derrubada de Dilma como alteração da estabilidade democrática e critica a estratégia do campo progressista
por Ingrid Matuoka // http://www.cartacapital.com.br/

Em um artigo publicado em 2009, antes das eleições que fizeram de Dilma Rousseff a sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, o historiador Luiz Felipe de Alencastro afirmou que a petista poderia tornar-se refém de Michel Temer, seu vice. "A aliança PT-PMDB pode se tornar desastrosa num governo Dilma em que Michel Temer venha a ocupar o cargo de vice-presidente", escreveu o hoje professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Alencastro via um descompasso entre Dilma, que nunca tinha concorrido a cargo algum, e Temer, que "maneja todas as alavancas do Congresso e da máquina partidária peemedebista". 

O sonho acabou?

Aquele dos anos 60, das viagens de ácido, dos Black Panthers, da geração hippie, virou peça de museu
por Observer // http://www.cartacapital.com.br/

Por Alex Needham // http://www.cartacapital.com.br/
Em 12 de julho de 1967, o jornal St. Petersburg Times, da Flórida, deu em manchete: “Dame Margot e Nureyev pegos em batida hippy”. A polícia tinha invadido uma festa em Haight-Ashbury, em São Francisco, Califórnia, e inesperadamente apanhara dois famosos festeiros, Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev, que estavam na cidade havia apenas quatro horas. “Cigarros de maconha foram encontrados no local”, comentou o jornal. Os dois bailarinos foram libertados porque não havia provas de que eles tivessem fumado a erva. Mas Nureyev, animado, fez um jeté na traseira do furgão da polícia.

Apontado como infiltrado por manifestantes é capitão do Exército

Imagem do perfil no Tinder de Wilian Botelho.Willian Botelho é militar da área de inteligência e se apresentava no Tinder e no Facebook como Balta Nunes


http://brasil.elpais.com/ 

Apontado como infiltrado num grupo de manifestantes anti-Temer que acabou preso em controversa ação da polícia no domingo, Willian Pina Botelho, que se apresentava nas redes com o nome de Balta Nunes, é capitão do Exército. "Estudamos juntos no Instituto Gammon, em Lavras (MG)", disse a este jornal um conhecido do militar, que não quis se identificar. Segundo ele, Botelho é "sério, estudioso" e iniciou sua carreira no Exército no setor de leilões. Ao menos desde 2013, está no serviço de inteligência do Exército.

Apontado como infiltrado num grupo de manifestantes anti-Temer que acabou preso em controversa ação da polícia no domingo, Willian Pina Botelho, que se apresentava nas redes com o nome de Balta Nunes, é capitão do Exército. "Estudamos juntos no Instituto Gammon, em Lavras (MG)", disse a este jornal um conhecido do militar, que não quis se identificar. Segundo ele, Botelho é "sério, estudioso" e iniciou sua carreira no Exército no setor de leilões. Ao menos desde 2013, está no serviço de inteligência do Exército.

Xadrez da volta da comunidade de informações

 // http://jornalggn.com.br/
Não é surpresa que as duas notícias mais relevantes sobre as manifestações anti-Temer tenham sido de veículos fora do mainstream.
No dia 8 de setembro, o blog Ponte divulgou a presença de um agente infiltrado nas redes de namoro Tinder e Facebook, com participação ativa na prisão dos 26 manifestantes (http://ponte.org/?p=17404) mantidos em isolamento.
Sob o codinome de Balta, o agente infiltrou-se também em um grupo de WhatsApp. Nas mensagens do grupo, a Ponte não encontrou nada que sugerisse atos de violência. Coube a Balta sugerir o encontro no Centro Cultural São Paulo. Lá, deu-se a batida da PM e a prisão. Enquanto os detidos eram levados para uma viatura, Beta era isolado do grupo.

A desestabilização, o golpe e a 'sociedade civil gelatinosa' do golpismo

A complexidade da sociedade brasileira, cujo grau de organização política é substantivo, está demonstrando que as chances do golpismo prosperar são mínimas

Francisco Fonseca (prof. de ciência política da FGV/Eaesp e PUC/SP) // www.cartamaior.com.br

A DESESTABILIZAÇÃO, O GOLPE E A “SOCIEDADE CIVIL GELATINOSA” DO GOLPISMO

Francisco Fonseca 
(prof. de ciência política da FGV/Eaesp e PUC/SP)

O golpe parlamentar efetivado em 31 de agosto foi o resultado de diversos fatores conjugados voltados à desestabilização política, institucional, social, informativa, ideológica e moral do Governo Dilma. Abaixo alguns dos principais personagens, fatores e fenômenos desse longo processo de golpeamento da democracia e de incriminação fascista de um governo e de um partido político. A forma abaixo apresentada não é necessariamente hierárquica ou cronológica, uma vez que vários dos processos elencados ocorreram de forma simultânea:

-Setores majoritários da Câmara dos Deputados, a partir da ascensão do deputado Eduardo Cunha como seu presidente, que ostensivamente, por meio das chamadas “pautas bombas” e do bloqueio de todas as iniciativas do Executivo, atuou no sentido de impedir toda e qualquer iniciativa política, econômica e administrativa do Governo Dilma; 

Duas caras

Por que Joe Biden, que exige celeridade da Venezuela na implementação de um referendo, não defende que os brasileiros possam escolher um novo governo?

             Por Juan Manuel Karg *, para o Página/12 // www.cartamaior.com.br

O vice-presidente estadunidense Joe Biden se precipitou ao reconhecer o governo de fato de Michel Temer. Ao mesmo tempo em que adotava essa postura com relação às mudanças no Brasil, ele expunha sua opinião sobre o referendo na Venezuela, exigindo de Nicolás Maduro que o realize ainda em 2016, como pede a oposição do país – algo que parece improvável, já que o extenso processo de reunir assinaturas para o solicitar o referendo se iniciou tarde, apenas em abril.