segunda-feira, 5 de março de 2018
Globo vai para o tudo ou nada e culpa o PT pela crise que ela ajudou a provocar
A jovem que perdeu tudo com a crise
A Globo publicou no Fantástico deste domingo uma reportagem de 14 minutos para mostrar os brasileiros que mais sofreram com a crise econômica que se abateu sobre o país desde 2014.
Até aí, nenhuma novidade.
Mas, à medida que a reportagem avança, percebe-se que não é exatamente um trabalho jornalístico. É propaganda. Propaganda contra Lula e o PT.
A reportagem é estranha do começo ao fim.
É o povo quem deve decidir os destinos do país
Mais além das várias lutas que se desenvolvem hoje no Brasil, a mais importante delas é evitar que tirem do povo a decisão sobre quem deve dirigir o país. A judicialização da política foi se tornando quase que uma fatalidade, quando é uma monstruosidade, que torna o Judiciário e a PF instâncias de veto sobre quem poderia e não poderia ser candidato a presidente do Brasil. É uma deformação monstruosa, que expropria do povo a decisão sobre seus destinos.
Basta que a PF, sempre de forma arbitrária e violenta irrompa na casa de um dirigente político, para que a mídia coloque a esse dirigente na lista dos inviáveis candidatos, lista que vai do Lula ao Jaques Wagner, promovendo a autoritária ação de instâncias não eleitas pelo povo, que se interpõe entre o povo e as urnas, para decidir sobre o futuro do país. Aqueles que pretendem, na forma da perseguição política, tirar o Lula e outros da disputa presidencial, têm quer ser processados, condenados e demitidos de suas funções públicas, por atentado à democracia.
Por uma política de combate
Por uma política de combate
por Aldo Fornazieri
Os liberais impostores e a esquerda medrosa continuam com sua ladainha clamando contra a intolerância política,contra o ódio e contra a radicalização do processo político. Nesse final de semana foi a vez do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso visitar o muro das lamentações. Uns e outros enfatizam, como marcas da democracia, o convívio e a interlocução entre adversários, os modos civilizados de ser, a aceitação da diversidade, a polidez no debate e o respeito às leis e à Constituição, entre outros pontos. Todos eles seriam louváveis se, de fato, o Brasil fosse uma democracia. FHC acrescenta à esses valores a ideia de que a democracia se define também pelas regras do jogo político, respeitado o resultado da vontade soberana do povo no processo de escolha dos governantes que devem ter mandatos limitados no tempo. Poder-se-ia acrescentar que a democracia é um sistema no qual se usam métodos pacíficos para a solução dos conflitos sociais pela via da mediação das instituições.
domingo, 4 de março de 2018
Perseguições da Lava Jato: mais um tiro n’água
Marcelo Auler (*)
Matéria originalmente publicada no Jornal do Brasil edição de 04/03/2018 (*)
Mais uma “armação” da Força Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná para prejudicar aqueles que não compactuaram com os métodos adotados nas investigações deu errada. O novo tiro n’água foi a tentativa de condenar Mario Renato Castanheira Fanton, da delegacia federal de Bauru (SP), que por três meses atuou em Curitiba.
Após entregar, em Brasília, em maio de 2015, ao Departamento de Inteligência Policial (DIP), do Departamento de Polícia Federal. a confissão do agente Dalmey Fernando Werlang de que tinham sido usados grampos ilegais nas investigações da Lava Jato, além de levantar suspeitas de outras ilegalidades cometidas na Superintendência Regional do DPF no Paraná (SR/DPF/PR), Fanton viu-se envolvido em várias acusações.
A unidade das esquerdas: Como? Por quê? Para quê?
Em 2015, os três partidos de esquerda portugueses resolveram entrar em negociações para buscarem uma articulação de incidência parlamentar que viabilizasse um governo de esquerda liderado por um desses partidos, o que teve mais votos, o Partido Socialista
Por Boaventura de Sousa Santos
O governo em funções em Portugal desde o final de 2015 é pioneiro em termos da articulação entre vários partidos de esquerda. É ainda pouco conhecido internacionalmente porque Portugal é um país pequeno, cujos processos políticos raramente fazem parte da actualidade política internacional, e porque representa uma solução política que vai contra os interesses dos dois grandes inimigos globais do aprofundamento da democracia que hoje dominam os media – o neoliberalismo e o capital financeiro global. Convém recapitular. Desde a Revolução de 25 de Abril de 1974, os portugueses votaram frequentemente na sua maioria em partidos de esquerda, mas foram governados por partidos de direita ou pelo Partido Socialista sozinho ou coligado com partidos de direita. Os partidos de direita apresentavam-se a eleições sozinhos ou em coligação enquanto os partidos de esquerda, na lógica de uma longa trajectória histórica, se apresentavam divididos por diferenças aparentemente inultrapassáveis. O mesmo aconteceu em Outubro de 2015. Só que nessa ocasião, num gesto de inovação política que ficará nos anais da democracia europeia, os três partidos de esquerda resolveram entrar em negociações para buscarem uma articulação de incidência parlamentar que viabilizasse um governo de esquerda liderado por um desses partidos, o que teve mais votos, o Partido Socialista. A inovação destes acordos consistiu em várias premissas: os acordos eram limitados e pragmáticos, estavam centrados em menores denominadores comuns com o objectivo de possibilitar uma governação que travasse a continuação das políticas de empobrecimento dos portugueses que os partidos de direita neoliberal tinham vindo a aplicar no país; os partidos mantinham ciosamente a sua identidade programática, as suas bandeiras, e tornavam claro que os acordos não as punham em risco, porque a resposta à conjuntura política não exigia que fossem consideradas, e muito menos abandonadas; o governo deveria ter coerência e, para isso, deveria ser da responsabilidade de um só partido, e o apoio parlamentar garantiria a sua estabilidade; os acordos seriam celebrados de boa-fé e seriam acompanhados e verificados regularmente pelas partes.
A agressão dos EUA na Síria – um plano imperialista
por Strategic Culture Foundation [*]
O prolongado conflito da Síria e a miséria que o acompanha ao longo dos seus oito anos de duração não é casual. É intencional. Intenção imperialista americana.
À primeira vista, notamos o agravamento censurável até o absurdo deste conflito.
A Turquia, que invadiu a Síria cerca de um mês atrás, em violação da sua soberania, esta semana acusou Damasco de "terrorismo" depois de o governo sírio ter enviado forças para defender a área norte próxima de Afrin sob assalto da Turquia.
WhatsApp deve ser centro da disputa nas eleições
por Laura Castanho
Mirada por políticos e marqueteiros, a maior rede social do Brasil é a única que ainda não instituiu uma forma de controlar notícias fraudulentas
Lula Marques/Twitter
O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em conversa no WhatsApp, na Câmara
Lugar comum no cotidiano de qualquer brasileiro com um smartphone e acesso à internet, o WhatsApp deve ser crucial nas eleições deste ano. Alvo prioritário de marqueteiros políticos, a rede social tem diversas características que a tornam central para a disputa política: é amplamente disseminada; fechada e, portanto, com conteúdo de difícil verificação; e, ao contrário do Facebook, que comprou o WhatsApp em 2014, ainda não tem uma preocupação explícita com a disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news.
O WhatsApp é um colosso no Brasil. Segundo o mais recente levantamento próprio da empresa, de maio de 2017, são 120 milhões de usuários. No último dia 22, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 94,2% dos brasileiros entram na internet por telefones celulares e que 94,2% dos acessos têm como objetivo trocar mensagens de voz e imagens “por aplicativos diferentes de email”. Trata-se justamente das características do WhatsApp, o mais popular entre seus concorrentes. Uma pesquisa do Ibope publicada em junho do ano passado foi no mesmo sentido e revelou que o aplicativo é a principal rede social do Brasil, sendo utilizada por 91% dos internautas.
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