segunda-feira, 14 de outubro de 2024

O mito da "economia azul": temos que parar de pensar que o oceano pode ser administrado como um negócio

Oceano Pacífico em Yaquina Head, Oregon. Foto: Jeffrey St. Clair.

Em resposta à crescente demanda global por recursos e às buscas econômicas que a acompanham, a atenção sobre os oceanos do mundo continua a crescer. Mas como os recursos marinhos devem ser gerenciados adequadamente? A economia azul é o termo geral que olha para os oceanos do planeta de uma perspectiva econômica e se refere ao uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento econômico, melhores meios de subsistência e empregos, preservando a saúde dos ecossistemas oceânicos.

A dissonância do ministério da defesa


Por MANUEL DOMINGOS NETO*

Observando com cuidado as declarações do Ministro, ficou escancarada a dissonância da Defesa com a orientação governamental, revelando o despreparo do Estado para defender a sociedade brasileira

Lula considerou José Múcio Monteiro o mais hábil dos ministros da Defesa. Referia-se ao cumprimento do papel que lhe atribuíra, de apaziguar a caserna excitada.

Político de direita, apoiador da ditadura, defensor de golpistas acampados em torno de quartéis, jejuno em assuntos da pasta, José Múcio Monteiro empenhou-se em demonstrar aos comandantes a boa vontade do presidente para com as fileiras. Não assumiu de fato a posição que lhe competia, de formulador e condutor de política pública: agiu como porta-voz das corporações.

China recusa ser cercada pelos Estados Unidos

Fontes: Rebelión

Por Said Bouamama
rebelion.org/

Traduzido do francês para Rebelión por Beatriz Morales Bastos

A nossa crônica anterior foi dedicada à guerra no Líbano, localizada numa região que constitui um centro estratégico global. A região Indo-Pacífico constitui, sem dúvida, um segundo centro estratégico global.

Indo-Pacífico é o nome da área geográfica que se estende do Oceano Pacífico ao Oceano Índico. É uma das rotas comerciais mais importantes do planeta e abriga as principais reservas de crescimento global. Assim, por exemplo, as previsões indicam que até 2030 a área do Indo-Pacífico representará quase 60% do produto interno bruto mundial.

domingo, 13 de outubro de 2024

Os preços dos alimentos começaram a destruir a França

@REUTERS

Valéria Verbinina

A agitação em massa eclodiu em outro território deixado à França por seu antigo passado imperial - na ilha caribenha da Martinica. A população deste paraíso tropical vive na pobreza justamente pelas especificidades das leis francesas. Do que estamos a falar e porque é que o que está a acontecer é um sintoma de uma crise extremamente perigosa para França?

Enquanto Macron e o seu governo lutam para resolver pontas soltas e aprovar o orçamento do próximo ano, o tecido desgastado do Estado francês continua a rasgar-se. A agitação está a rebentar novamente nos departamentos ultramarinos de França. A última vez foi na Nova Caledônia, onde existe um forte movimento de independência. Agora o paraíso da Martinica está em chamas, onde chegou ao ponto de um grupo de manifestantes tentar tomar o aeroporto.

O direito internacional não existe

© Foto: Domínio público

Lorenzo Maria Pacini

Por quanto tempo mais permitiremos que os EUA e seus vassalos ditem as regras pelas quais julgamos o mundo?

Há uma história de um professor da Universidade que na primeira aula de Direito Internacional estreou diante de seus alunos dizendo: “Direito Internacional não existe!”. Os alunos ficaram muito intrigados: alguns permaneceram em silêncio por vários minutos, outros começaram a falar baixinho comentando suas palavras, e alguns saíram da aula pensando que o professor estava louco. Uma garota levantou a mão e perguntou: “Professor, o que você quer dizer? Esta é uma aula de Direito Internacional e você é um professor especialista neste assunto, é óbvio que o Direito Internacional existe.” O professor repetiu com mais seriedade: “Direito Internacional não existe!” E ele começou o curso com esta premissa, explicando em detalhes o significado destas palavras muito fortes, mas igualmente justificadas.

O esforço de expansão do imperialismo

Prabhat Patnaik [*]
resistir.info/
Cena da guerra dos 30 anos.

O “esforço inevitável do capital financeiro”, escreveu Lenine em Imperialismo, (é) “alargar as suas esferas de influência e mesmo o seu território real”. Ele estava a escrever, é claro, num mundo marcado pela rivalidade inter-imperialista, onde este esforço tomou a forma de uma luta competitiva entre capitais financeiros rivais que rapidamente completou a divisão do mundo, não deixando “espaços vazios”; apenas uma repartição do mundo era, a partir de então, possível, através de guerras entre oligarquias financeiras rivais. As guerras efetivamente desencadeadas conduziram, no entanto, ao enfraquecimento do imperialismo e à separação de partes do mundo da sua hegemonia, através das revoluções socialistas e do processo de descolonização que o socialismo ajudou a desencadear.

Van Gogh, o pintor que amava as letras

Imagem: Wikimedia Commons

Por SAMUEL KILSZTAJN*

Em carta a Émile Bernard, encaminhada de Arles a 19 de abril de 1888, Vincent van Gogh escreveu “Há muitas pessoas, sobretudo entre nossos companheiros [pintores], que imaginam que as palavras não valem nada. Ao contrário, não é? É tão interessante e tão difícil dizer bem uma coisa como pintá-la. Existe a arte das linhas e das cores, mas a arte das palavras também existe e permanecerá.”