PAULO MOREIRA LEITE
Quando o país já comprovou que a mais grave ruptura institucional desde o golpe de 1964 serviu para abrir as portas e porões de Brasília para uma quadrilha ainda mais audaciosa e desqualificada do que tudo o que se já se vira antes, os 200 milhões de brasileiros e brasileiros são obrigados a enfrentar a esquizofrenia cultural de uma parcela do empresariado, traço infalível para reproduzir as estruturas de um país onde a desigualdade e a injustiça se reforçam há 500 anos.
Com a linguagem de ditadura desses tempos inaugurados pelo golpe parlamentar que interrompeu o mais amplo período de progresso social da história republicana recente, um manifesto assinado pelo Sindicato da Habitação SECOVI-SP e publicado nos principais de terça-feira (23/5/2017) tem uma mensagem àqueles que foram às ruas em protesto no dia 15, fizeram a greve geral do 28 de abril e tem um protesto marcado para Brasília, nesta quarta-feira: "a agenda de reformas veio para ficar e deve ser obrigatoriamente implantada."