sábado, 24 de junho de 2017

O janelão estilhaçado da Rede Globo

Enquanto a Mídia Alternativa luta pela sobrevivência, garantindo o contraditório ao discurso hegemônico, a Globo inauguram a nova sede do seu jornalismo

     Tatiana Carlotti

Em tempos de golpe, a fragilidade das nossas instituições democráticas se escancara. Na seara da comunicação, enquanto a Mídia Alternativa luta pela sobrevivência, garantindo o mínimo do contraditório ao discurso hegemônico; as Organizações Globo, promotoras deste discurso, inauguram a nova sede do seu jornalismo.

A discrepância de forças ficou evidente na última segunda-feira (16.06.2017). Durante cinco minutos, o Jornal Nacional vendeu o aparato jornalístico a seus telespectadores, detalhando a metragem do novo espaço, o dobro do anterior, e suas 18 novas ilhas de edição.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Os deuses do parlamento, por Ronaldo de Almeida


da Fundação Mauricio Grabois


No artigo “Os deuses do parlamento”, Ronaldo de Almeida, professor do departamento de antropologia da Unicamp e pesquisador do Cebrap, parte das repetidas referências religiosas presentes nos discursos pela admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016, para discutir o peso da religião na “onda conservadora” que impediu a ex-presidente.Os deuses do parlamento

Os deuses do parlamento

por Ronaldo de Almeida

Introdução

Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

Eu quero conversar com os militares

1964 está ultrapassado!

Doria dondoca de direita

(Foto: Divulgação)

Doria dondoca de direita

Por Gilberto Felisberto Vasconcellos 

Algum fundamento terá na realidade a distinção entre proletariado paulista e proletariado brasileiro? Essa pergunta é motivada pela eleição do prefeito Doria (gestor com gê ou “jestor” com jota?) que ganhou votos na periferia andraja. A pergunta reporta­se ao que escreveu Karl Marx em 1870, cem anos antes do udistoquepop, acerca da emigração forçada do trabalhador irlandês para Inglaterra, que assim abaixa o salário da classe operária inglesa. Daí a divisão hostil incentivada pela burguesia entre os dois proletariados. Um vê o outro como adversário e competidor. O inglês se considera bacanudo e torna­se instrumento da burguesia contra o hermano da terra de James Joyce. Isso não é diferente da rivalidade entre negros ex­ ­escravos e brancos pobres nos Estados Unidos, e o que daí resulta em termos de impotência política da classe oprimida.

Polêmica: a esquerda reativa

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Triste é o papel daqueles que, tendo se proposto a mudar o mundo, tornam-se incapazes de buscar alternativas e se limitam a imitar, com sinal trocado, a atitude do opressor

Por Camila Spósito

A imagem acima faz soar o alerta máximo: é urgente falarmos de valores na era da pós-modernidade e seus impactos na atuação política. Também é urgente avaliarmos se temos tanta certeza assim sobre quem realmente nos representa politicamente, pois parece que parte relevante da esquerda embarcou de vez na sociedade do espetáculo e se tornou reativa ao discurso fascista da direita, deixando de ser a voz emancipatória que poderia nos guiar para uma alternativa progressista em relação à já moribunda democracia burguesa.

Critérios para concessão de aptidão para Professores


Exóticas, teorias usadas pelo MPF no caso Lula seriam chumbadas pelo CNMP


Por Lenio Luiz Streck
http://www.conjur.com.br/

Recentemente, o conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Valter Shuenquener concedeu liminar (aqui) para anular a questão número 9 do 54º concurso público para promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais. No voto, o conselheiro cita coluna Senso Incomum, na qual denunciei o exotismo das teorias perquiridas no certame, como a teoria (sic) da graxa e do Estado vampiro. O CNMP, assim, dá importante passo para desbaratar embustes epistêmico-concurseiristas, como o uso de questões exóticas e quiz shows. Bingo, conselheiro Valter. Estava na hora de passar um recado às bancas de concursos. Há que se avisar que o concurso não é da banca; é do “público”; é res publica. Não é res concurseira.

Jessé Souza: “A classe média é feita de imbecil pela elite”



Os extratos médios, diz o sociólogo, defendem de forma acrítica os interesses dos donos do poder e perpetuam uma sociedade cruel forjada na escravidão

Em agosto, o sociólogo Jessé Souza lança novo livro, A Miséria da Elite – da Escravidão à Lava Jato. De certa forma, a obra compõe uma trilogia, ao lado de A Tolice da Inteligência Brasileira, de 2015, e de A Ralé Brasileira, de 2009, um esforço de repensar a formação do País.
Neste novo estudo, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aprofunda sua crítica à tese do patrimonialismo como origem de nossas mazelas e localiza na escravidão os genes de uma sociedade “sem culpa e remorso, que humilha e mata os pobres”. A mídia, a Justiça e a intelectualidade, de maneira quase unânime, afirma Souza na entrevista a seguir, estão a serviço dos donos do poder e se irmanam no objetivo de manter o povo em um estado permanente de letargia. A classe média, acrescenta, não percebe como é usada. “É feita de imbecil” pela elite.