quarta-feira, 30 de maio de 2018

Sem legitimidade a crise continua

         Por Nocaute
Foto: Reprodução

Roberto Carvalho (*)

O governo golpista tentou utilizar forças policiais e militares para conter a paralisação, mas não obteve nenhum efeito, além de radicalizar o movimento em alguns casos.

Os rumores sobre a queda de Temer ocorrem, praticamente, desde a usurpação da presidência da República. A cada derrapada do ilegítimo e golpista ocupante do Palácio do Planalto, ou sempre que suas falcatruas são expostas – como no caso absurdo da JBS – , o volume dos boatos cresce.

Sem Lula, o Brasil é esse



Chega a ser engraçado observar os movimentos do governo e da mídia em meio à greve interminável e seus desdobramentos igualmente intermináveis. O Brasil não será mais o mesmo depois dessa greve, nem que queira.

O Brasil não será mais o mesmo nem a imprensa será mais a mesma. A imprensa teve o seu momento de auto flagelo e de auto ridicularização. Não fossem as mídias alternativas, o Brasil estaria nadando em desinformação generalizada – como, aliás, sempre nadou.

Pedro Parente | O senhor dos apagões

Pedro Parente, atual presidente da Petrobras - Créditos: Foto: José Cruz/Agência Brasil
 Pedro Parente, atual presidente da Petrobras / Foto: José Cruz/Agência Brasil

Quem é o atual presidente da Petrobras, responsável pela criticada política de preços da empresa?

Leonardo Fernandes
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Pedro Pullen Parente nasceu no Rio de Janeiro em 1953. Engenheiro de formação, foi consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 1993 e 1994, período em que morou nos Estados Unidos. Ocupou o primeiro cargo público de relevância em 1999, como ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Naquele mesmo ano, se tornaria o ministro número um do governo tucano, na chefia da Casa Civil. Logo, seria nomeado interinamente ministro das Minas e Energia, quando o país enfrentou uma das maiores crises de energia da história, conhecido como o período dos apagões, pela falta de planejamento e investimentos em geração de energia, causando um grande prejuízo ao país. 

Paulo Kliass: Fora Parente

                  Antonio Cruz,agência Brasil
 

"Atuando como um verdadeiro quinta-colunista no interior do Estado brasileiro, Parente tem contribuído de forma decisiva para aprofundar a liquidação da empresa criada por Getúlio Vargas ainda em 1954".

Paulo Kliass*

Um dos maiores problemas do casamento contraído entre uma tecnocracia governamental conservadora e determinados pensadores da ortodoxia neoliberal são os estragos sociais e políticos que eles costumam causar aos povos e nações pelo mundo afora. Os caras se isolam da realidade concreta, se esquecem da dinâmica social e resolvem “brincar de país”, como se estivessem se divertindo com os amigos à frente de um jogo de tabuleiro. Mas todos sabemos que as consequências tendem a ser bastante graves e desastrosas.

A saída está na boca do povo: Temer fora do palácio, Lula dentro da eleição


PAULO MOREIRA LEITE

O desmanche terminal do governo Temer é um risco para o país e uma ameaça a seu futuro, aos adultos de hoje, de amanhã e depois de amanhã.

Quando a catástrofe se torna visível no horizonte, o único caminho responsável é preparar o retorno à democracia, que se faz pelo respeito à vontade da maioria dos 210 milhões de brasileiros.

Isso quer dizer, em primeiro lugar, respeitar a vontade do povo e garantir a liberdade de Lula - agora. 

É necessário deixar a barbárie judicial para trás. Na dúvida, basta olhar para o modelo italiano da Lava Jato para ver a tragédia ali produzida para entender o futuro de sombra e paralisia reservado aos países que destruíram seu sistema político. 

Sair da crise com a volta da democracia e respeito à legalidade

 
         A cara da crise


É difícil encontrar na história da República um governo tão desmoralizado quanto o chefiado por Michel Temer. 

Desmoralização que ficou exposta, mais uma vez, nos últimos dias, quando o presidente usurpador tentou em vão demonstrar controle sobre a grave crise que sua própria política irresponsável de preços, praticada pela Petrobras, provocou e colocou o país à beira do colapso.

A raiz dessa desmoralização é a evidente falta de legitimidade do presidente golpista, abandonado inclusive por setores da classe dominante que conspiraram pelo assalto ao poder, em 2016. Setores empresariais aturdidos pela grave crise econômica causada pela política de favorecimento exclusivo aos especuladores financeiros e aos patrões estrangeiros do golpe de 2016, principalmente os Estados Unidos, que abocanham sofregamente parcelas cada vez maiores do patrimônio público, como a Petrobras, e das riquezas brasileiras, como o pré-sal.

O petróleo é nosso 2.0, por Fábio de Oliveira Ribeiro


O petróleo é nosso 2.0 

por Fábio de Oliveira Ribeiro

A crise aguda por que passa o país expõe uma dupla fragilidade do Brasil. A primeira diz respeito à democracia representativa. O usurpador Michel Temer se comprometeu com o plano de governo do PT, mas assim que conseguiu derrubar Dilma Rousseff e chegou à presidência ele decidiu impor ao país um modelo neoliberal de exploração do petróleo e de administração da Petrobras que não foi aprovado pelos eleitores em 2014.

A segunda, evidenciada pelo caos que foi provocado pela alta do preço do diesel, diz respeito à vulnerabilidade econômica brasileira às variações internacionais dos preços dos derivados de petróleo. O Brasil não está em condições de se dar ao luxo de exportar petróleo cru a preço baixo e importar gasolina e óleo diesel para garantir a máxima rentabilidade do capitalismo global. A Petrobras não é uma empresa privada. Ela também pertence aos brasileiros e sua administração deve necessariamente levar em conta o predomínio do transporte rodoviário de alimentos, matérias primas, máquinas, equipamentos e eletrodomésticos.

terça-feira, 29 de maio de 2018

A crise de abastecimento no Brasil revela quase um século de políticas públicas de transporte privatistas e excludentes

           Foto: Carl de Souza/AFP


Há uma semana todos temos sido expectadores e atores participantes de uma das maiores crises de abastecimento do período democrático recente.

De grandes, médias e pequenas cidades, todas encontram-se com seu cotidiano paralisado e a vida coletiva e individual impedida de transcorrer por conta do desabastecimento de combustíveis atrelados à cadeia do petróleo à qual o Brasil encontra-se prisioneiro a quase um século.