sábado, 20 de abril de 2024

O Escorpião Bolsonarista e o “Relatório” da Extrema-Direita dos EUA


Elon Musk (Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters I Reuters)

Extrema-direita bolsonarista aplaude agressões que parlamentares trumpistas e Elon Musk estão cometendo contra as instituições democráticas do Brasil

Marcelo Zero
brasil247.com/

Antes de tudo, é preciso afirmar que o texto do “relatório” do Committee on the Judiciary and the Select Subcommittee on the Weaponization of the Federal Government é de uma pobreza intelectual abissal. O “relatório” em si tem apenas umas 8 páginas, o resto (mais de 530 páginas) é mera transcrição de decisões da justiça brasileira, algumas com traduções para o inglês, mas a maioria apenas em português, o que indica que o público-alvo prioritário parece ser o brasileiro. Uma tentativa clara de interferir na política interna brasileira.

Da 'Batalha da Dignidade' ao escudo da vergonha: como a Jordânia caiu

(Crédito da foto: O Berço)

A colaboração de Amã com Tel Aviv atingiu o seu pico no sábado passado com a sua chocante defesa do território israelita contra drones e mísseis iranianos, um movimento que pode revelar-se fatídico para o futuro do Reino Hachemita.

O desenvolvimento mais perigoso durante o ataque massivo de retaliação do Irã contra Israel, no fim-de-semana passado, em 13 de Abril, foi a aliança militar defensiva – composta pelos EUA, Grã-Bretanha, Jordânia e França – que se uniu para defender o estado de ocupação.

A Jordânia saltou em plena defesa de Israel numa altura em que os árabes nunca estiveram tão indignados colectivamente pelos seus crimes.

No Capitalismo Indigno, raiz da extrema-direita

Arte: Adam Baker

Ao suprimir a solidariedade, sistema produziu uma ralé descartável e o salve-se quem puder. Vem daí a corrosão de caráter que nutre os fascistas. Eles só recuarão quando novas transformações expuserem a miséria do indivíduo indiferente

O cenário global atual conforma um daqueles momentos da história no qual nos sentimos sem rotas de fuga evidentes e com a sensação de estarmos vivendo em uma era de transição, na qual o passado ainda não sucumbiu totalmente e o futuro ainda não se mostrou. Em tais momentos, recorrer ao passado histórico e às pistas que a teoria social nos apresenta pode ser um caminho seguro, de modo a não ficarmos presos às ilusões do presente, do qual muitas vezes não conseguimos ter distanciamento afetivo e cognitivo. Para tanto, é preciso identificar as questões e consequentemente as discussões mais urgentes de nosso tempo, dentre as quais a que me parece mais importante é a ascensão da extrema direita em escala global nos últimos anos.

Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde reconversam com Flávio Dino, ministro da Justiça | Episódio #28

 

A esquerda na encruzilhada?


Por LISZT VIEIRA*
aterraeredonda.com.br/

Passamos de uma rejeição total ao governo Jair Bolsonaro para uma linha de apoio crítico, o que exige ter um pé no institucional e outro no social

1.

Passado mais de um ano do Governo Lula, a esquerda parece estar numa encruzilhada, o que se percebe até mesmo pela simples leitura dos textos postados em diversos grupos das redes sociais. Refiro-me à atitude a tomar frente ao governo Lula: apoio total, apoio crítico, oposição.

Acho que a grande maioria deve apoiar a posição de apoio crítico, embora existam os que se colocam na oposição ou no apoio total. Mas nem sempre é fácil definir quando apoiar e quando criticar, o que apoiar e o que criticar.

Por trás da campanha mentirosa de Musk/GOP contra o Judiciário brasileiro


Estela Aranha, ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça brasileiro.

Por BRIAN MIER
counterpunch.org/

Em 3 de abril, Michael Shellenberger tuitou uma série de trechos de e-mails de executivos do X apelidados de “Twitter Files Brasil”, que alegavam expor crimes do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Moraes, afirmou ele, apresentou acusações criminais contra o advogado do Twitter Brasil por sua recusa em fornecer informações pessoais de inimigos políticos. Elon Musk rapidamente compartilhou os tweets e eles viralizaram e foram abraçados pela extrema direita internacional, para alegria do ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores. Uma semana depois, Estela Aranha, ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça brasileiro, revelou podridão no cerne da narrativa de Shellenberger. A única acusação criminal movida contra o Twitter Brasil referenciada nos e-mails vazados foi feita pelo Ministério Público de São Paulo, depois que a empresa se recusou a entregar dados pessoais de um líder da maior organização de tráfico de cocaína do Brasil, o PCC. Shellenberger cortou a seção de um e-mail sobre uma investigação criminal de São Paulo e misturou-a com comunicações reclamando de Moraes sobre assuntos não relacionados. Pressionado por repórteres brasileiros, Shellenberger escreveu : “Lamento meu erro e peço desculpas por isso. Não tenho provas de que Moraes tenha ameaçado abrir processo criminal contra o advogado brasileiro do Twitter.”

Fetichismo da taxa de crescimento do PIB


Todos os países submetidos ao regime neoliberal são afetados

Prabhat Patnaik [*]

John Stuart Mill foi um dos mais importantes pensadores liberais dos tempos modernos, tendo escrito extensivamente sobre economia e filosofia. Embora sob a influência da sua mulher, Harriet Taylor Mill, se tenha aproximado do socialismo numa fase tardia da sua vida, foi um tipo de socialismo cooperativo que o atraiu; continua a ser considerado principalmente como um pensador liberal proeminente. Os economistas do tempo de Mill eram assombrados pelo receio da iminência de um estado estacionário, ou seja, um estado de reprodução simples ou de taxa de crescimento zero, em que não haveria mais acumulação de capital. Mill, no entanto, encarava um estado estacionário com equanimidade, acreditando que se devia "fixar a atenção na melhoria da distribuição e numa grande remuneração do trabalho como os verdadeiros desideratos" e não no "mero aumento da produção", ao qual se "atribuía uma importância desordenada".

Um canhão descontrolado

Imagem: Pascal Küffer

Por ANDREW KORYBKO*

Emmanuel Macron desacredita a França ao cometer erro atrás de erro em política externa

A interceptação pela França de mísseis iranianos sobre a Jordânia no início deste mês é o mais recente erro de Emmanuel Macron, que desacredita ainda mais seu país em relação à política externa. Em 2018, o líder francês reivindicou o crédito por evitar que o Líbano caísse numa guerra civil no ano anterior, depois que sua intervenção diplomática ajudou a resolver a crise que surgiu da escandalosa renúncia do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri enquanto estava na Arábia Saudita. Foi por volta dessa época, no final de 2017, que Emmanuel Macron também começou a falar sobre a criação de um exército europeu.