segunda-feira, 12 de março de 2018

A classe média convicta da herança de dona Marisa



Estava na sala de espera de uma médica no Rio quando minha mulher e eu iniciamos uma agradável conversa política com uma senhora aparentando 60 anos e com jeito de classe média alta. Falamos, naturalmente, sobre a profunda crise econômica, política e moral em que vivemos e sobre a responsabilidade que os políticos em geral, segundo ela, tinham a esse respeito. Notei que ela não fazia nenhuma distinção: eram todos os políticos. Todos ladrões sem exceção. A crise se devia exclusivamente a isso, o roubo dos políticos ladrões.

domingo, 11 de março de 2018

Noam Chomsky: “As pessoas já não acreditam nos fatos”

Noam Chomsky, em seu escritório da Universidade do Arizona, em Tucson.
    Noam Chomsky, em seu escritório da Universidade do Arizona, em Tucson. 
JAN MARTÍNEZ AHRENS

Prestes a fazer 90 anos, acaba de abandonar o MIT. Ali revolucionou a linguística moderna e se transformou na consciência crítica dos EUA. Visitamos o grande intelectual em seu novo destino, no Arizona

Noam Chomsky (Filadélfia, 1928) superou faz tempo as barreiras da vaidade. Não fala de sua vida privada, não usa celular e em um tempo onde abunda o líquido e até o gasoso, ele representa o sólido. Foi detido por opor-se à Guerra do Vietnã, figurou na lista negra de Richard Nixon, apoiou a publicação dos Papéis do Pentágono e denunciou a guerra suja de Ronald Reagan. Ao longo de 60 anos, não há luta que ele não tenha travado. Defende tanto a causa curda como o combate à mudança climática. Tanto aparece em uma manifestação do Occupy Movement como apoia os imigrantes sem documentos.

Slavoj Žižek e a ascensão do stalinismo no Brasil, por Fábio de Oliveira Ribeiro


Slavoj Žižek e a ascensão do stalinismo no Brasil

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Cinco notícias chamaram muito minha atenção esta semana. A primeira foi a perseguição policial do professor Carlos Zacarias, da UFBA, porque ele organizou um curso sobre o golpe de estado de 2016. A segunda foi a fala da ex-corregedora do CNJ afirmando que os juízes acham inconstitucional ser investigados. A terceira foi a estranha reunião entre a presidente do STF e o presidente da república após a quebra do sigilo bancário dele. A quarta foi o episódio protagonizado pelo Delegado que exigiu ser chamado de excelência por uma advogada. A quinta é o retorno da censura a propósito da coibição das fake news.

Aos "professores da resistência"

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula


Acho bem interessante quando vejo pessoas querendo dar lições a Lula e ao PT sobre como "mobilizar as pessoas" para resistir ao golpe.

Em primeiro lugar, é bom lembrar o básico: o PT está fora do poder desde 12 de maio de 2016 (quase um ano e dez meses).

E como uns e outros gostam de citar exemplos pretéritos, como lhes convém, cabe relembrar os fatos como eles realmente aconteceram:

sábado, 10 de março de 2018

VÍDEO: A ex-ministra do STJ Eliana Calmon explica por que a Lava Jato não denuncia nenhum juiz


https://www.diariodocentrodomundo.com.br/

Esquerda limitada, extrema direita avançando: um mundo à deriva. Por Marcos Nunes

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/


Entre outros, o filósofo esloveno Slavoj Žižek afirmou algo que muitos percebem, por óbvio: no mundo democrático ocidental, quando um partido de esquerda vence eleições, sua missão, posta pelo mundo corporativo financeiro, passa a ser a mesma de qualquer partido de direita, isto é, administrar as crises do capitalismo, sendo mais fácil à esquerda implementar programas antipopulares justamente por… contar com o apoio popular.

Obviamente, por executar um programa quase inteiramente ao avesso (se não inteiramente) ao seu programa, e principalmente às promessas eleitorais, o partido de esquerda (ou que se diz à esquerda) cai em descrédito. Um caso notável, e recente, é o de François Hollande que, no governo, desempenhou o mesmo papel que a direita desempenharia no governo, submetendo-se aos imperativos do capital.

Danny Glover: EUA tiveram papel no golpe contra Dilma

Em entrevista exclusiva ao Nocaute, o ator norte-americano fala sobre racismo, Donald Trump, América Latina e Lula

Por Nocaute


Fernando Morais: Para nós do Nocaute é uma alegria, uma honra, ter aqui esta figura fascinante que é o Danny Glover, que todo mundo conhece como ator e como ativista político, sempre ao lado das boas causas e nascido no dia 22 de julho de 1946. Por que eu sei do detalhe? Porque eu também nasci no dia 22 de julho de 1946.

Danny Glover: Ele é o meu irmão mais novo que também nasceu dia 22 de julho? Eu tenho outro irmão do dia 22 de julho! Eu amei, eu amei! Existe alguma coisa sobre o dia 22 de julho que, ao passar dos anos, encontro amigos que também nasceram nesta data. Eu estava na Costa Rica, junto com um amigo que eu conheço desde a faculdade, Roman Gonzalez. Nós nos conhecemos na universidade em 1968 e depois fomos trabalhar com serviços públicos no governo da cidade. Recentemente eu o encontrei na Costa Rica, ele é alguns anos mais velho do que eu, mas também nasceu no dia 22 de julho. Eu não sei se mantemos nossa amizade a um nível de ativismo, de estudantes que trabalhavam em serviços públicos, essa foi a fundação de nossa amizade. O grande poeta Quincy Troupe também é do dia 22 de julho. Essas simples relações que tenho são importantes. Eu sempre penso que as datas são importantes.

Rússia e China trabalham juntas pela Rota Polar da Seda

O diário britânico Financial Times, porta-voz do caduco neoliberalismo global, ao defender seus interesses plutocráticos, amarra navalhas entre Rússia e China pelo controle da criativa Rota Polar da Seda, enquanto o muito bem informado portal russo Sputnik revela a coordenação entre Moscou e Pequim

Por Alfredo Jalife-Rahme - La Jornada 


A Rússia trabalha para se acoplar às três rotas da seda da China: 1) a continental, vinculado com a Europa por meio da Ásia Central e da Rússia, 2) a marítima, que une o sudeste asiático e a África oriental, e 3) a polar.

Alexandr Lomanov, do Instituto do Oriente Distante, aponta as instituições que estabelecem a convergência dos três relevantes projetos: a União Econômica Euroasiática (UEE), a Organização de Cooperação de Shanghai e a Associação de Nações do Sudeste Asiático. Para ele, “a União Europeia (UE) poderia ser um dos motores da integração global, graças ao seu poder financeiro e científico, e também por sua experiência administrativa em projetos de integração”. Porém, ele também acredita que “ a UE se afastou destas oportunidades, ao parecer por razões ideológicas. Sua renúncia à cooperação direta com a UEE tem a ver com um preconceito ideológico contra a China”.