segunda-feira, 19 de março de 2018

Não é só Marielle: Mais 24 casos de ativistas políticos mortos nos últimos quatro anos no Brasil


Sugestão: Natasha Pimentel

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi a última vítima da violência que atinge líderes e militantes políticos no Brasil. Desde 2014, pelo menos outros 24 líderes comunitários, ativistas e militantes políticos foram evidentemente executados. Artigo do Opera Mundi.

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na noite desta quarta-feira (14/03) acendeu o alerta para um facto alarmante: desde 2014, pelo menos outros 24 líderes comunitários, ativistas e militantes políticos foram evidentemente executados em diferentes regiões do Brasil. O levantamento não inclui mortes suspeitas de lideranças nem trabalhadores que não tinham, pelo menos de forma evidente, papel político de liderança. Usando esses dois critérios adicionais, a lista chegaria a centenas de nomes.

Ativismo de Marielle Franco incomodava, diz imprensa francesa

Políticos e amigos de Marielle se curvaram à Globo como as vítimas de sequestro aceitam o abraço do sequestrador


https://www.diariodocentrodomundo.com.br/

Dois fatos chamaram a atenção no Fantástico de ontem: a canalhice da cobertura sobre a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, e a atração que a emissora exerce sobre as pessoas que são vítimas dessa manipulação.

Da esposa de Marielle ao deputado estadual Marcelo Freixo, todos se prestaram a dar entrevista à emissora como se estivessem diante da BBC.

domingo, 18 de março de 2018

Não pode ser considerada nação o povo que permite a prisão de seu maior líder em toda história. Por Afrânio Silva Jardim

    Lula e Afrânio, em evento no Rio


PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DO AUTOR

O ex-presidente Lula está sendo vítima de brutal “Lawfare”.

Foi condenado por receber um apartamento que não recebeu ! Agora, dizem que o imóvel foi “atribuído” ao ex-presidente. Mas esta conduta não é penalmente típica. Aliás, que conduta ???

Foi condenado por “lavagem de dinheiro”, sem ter recebido um centavo de propina. Se não recebeu o apartamento, não podia ocultar uma propriedade que nunca teve. É até mesmo intuitivo. Ademais, em relação a esta conduta, já ocorreu a prescrição retroativa.

O soldado que transformou em música uma batalha histórica para o Brasil na 2ª Guerra

Image captionClaudete, Claudecir e Cleusa (da esq., sentadas), Claumir e Cláudio (da esq, em pé): 'Bate uma saudade!' | Foto: Renata Bernardo

André Bernardo
Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil
http://www.bbc.com/
Os irmãos Claudecir, Claumir, Claudete, Cleuza e Cláudio Sodré da Silva, com idades entre 60 e 68 anos, já perderam as contas de quantas vezes ouviram o samba Pro Brasileiro, Alemão é Sopa e a embolada Onde Vi Tanto Tedesco. Mesmo assim, não se cansam de escutá-las.

Aos primeiros acordes das canções - compostas e cantadas pelo pai deles, o então cabo da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Natalino Cândido da Silva, e gravadas em um acampamento na Itália em 1945 pelo correspondente de guerra da BBC, Francis Hallawell -, os cinco não conseguem segurar a emoção.

"Bate uma saudade!", suspira Claudecir, com os olhos marejados. "Não éramos pai e filhos, entende? Éramos amigos!", derrete-se a caçula.

Sapos verdes e a execução de Marielle: sobe o grau da guerra semiótica brasileira

Wilson Roberto Vieira Ferreira

Em um dia o industrial sem indústria e rentista Paulo Skaf lançava a campanha “Chega de engolir sapo” (ironicamente contra os juros altos) em frente ao prédio da Fiesp diante de um enorme batráquio verde inflado. E no dia seguinte a vereadora do PSOL/RJ Marielle Franco era executada com quatro tiros certeiros na cabeça. Intensifica-se a guerra semiótica com a ocupação do campo simbólico da sociedade pela direita. No primeiro caso, principalmente pela ironia dos autores da campanha, uma mensagem prá lá de ambígua que ainda tenta surfar na onda anti-PT/Lula, pela proximidade do “grand finale” da sua prisão. E no trágico episódio do Rio, uma vítima exemplar, escolhida a dedo, para detonar a “bomba identitária”, ato inaugural (assim como o “laboratório” da intervenção no Rio) para “melar” a eleição desse ano através do discurso da ameaça de um inimigo interno: o crime organizado. Fator até aqui ignorado pelos analistas políticos, mas que tem parte importante na guerra semiótica brasileira, desde os ataques de 2006.

Um passeio pela História


Natasha Pimentel

No final da década de 1970, insatisfeitos com a possibilidade de o país voltar a ter eleições representativas diretas para cargos eletivos, grupos mais reacionários, e desejosos da continuação do controle militar das instituições estatais, passaram a realizar uma série de atentados, principalmente contra líderes e organizações de oposição ao regime militar.

A impunidade das armas, o sangue de Marielle e a Suprema Corte

GIBRAN MENDES


Em todo o país, o tráfico de drogas tem se transformado em um esquema simbiótico em que policiais corruptos muitas vezes chantageiam, pressionam, matam e sequestram traficantes e membros de suas famílias em troca de dinheiro e entorpecentes. 

Há casos, como no Ceará, em que policiais civis sequestravam traficantes para pedir resgate. No Rio Grande do Norte, PMs roubavam de traficantes até mesmo aparelhos celulares. No Distrito Federal policiais militares se passavam por policiais civis e invadiam, com mandatos falsos, casas de traficantes, para depois dividir entre si as “mercadorias” apreendidas. Policiais corruptos de Minas Gerais e do Paraná atuavam em conjunto para a apreensão de “transportes” de carga e de contrabando.