Amaury Ribeiro Jr. e Rodrigo
Lopes - Hoje em Dia
Jurado de morte, um auditor
aposentado promete entregar, nos próximos dias, ao Congresso Nacional, os mais
de 10 mil volumes originais dos processos (criminal e civil) contra a Rede
Globo por sonegação, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.
Os processos sumiram dos prédios da Receita Federal às vésperas do segundo
turno das eleições presidenciais de 2006.
Atentado
O desaparecimento do processo
também foi confirmado por uma auditor fiscal, que participou das investigações
contra a Globo. Após tentar obter vantagem financeira com os processos, um
auditor encarregado de fazer a operação limpeza, teria sofrido, meses depois,
um atentado e passado a viver escondido. Agora aguarda de seu esconderijo o
momento certo de finalizar a vingança contra TV Globo.
Manobra
Para abafar o sumiço do processo
a cúpula da Receita, de acordo com a mesma fonte, teria montado às pressas
outros dois processos clonados, com numeração diferente dos processos iniciais
que receberam da receita a numeração 18.470011261/2006-14. Uma alta fonte da
Receita garante que as cópias sumiram após o auditor fiscal Alberto Zile ter
solicitado, além do civil, a abertura de um processo criminal contra os irmãos
Marinho. A manobra tinha como principal objetivo a prescrição dos crimes, o que
ocorre em cinco anos. Além do mais, o processo civil teria sido construído com
inúmeras falhas, visando a nulidade processual.
Pânico
Ninguém na Receita sabe informar
o destino desses processos que até hoje não foram encaminhados à Justiça. A
mesma fonte dessa alta cúpula do Leão disse que os processos clonados não
diminuem o pânico na Receita. Isso porque basta uma consulta ao site do Ministério
da Fazenda - aberto para a consulta de qualquer cidadão – para se chegar à
conclusão de que os processos originais deixaram suas digitais e mais: estão
parados desde 2006 na Delegacia Fazendária do Rio. A Globo sequer chegou a
recorrer ao Conselho Nacional de Contribuintes. Se tivesse recorrido, constaria
nas consultas de processos (Comprot).
Paraísos Fiscais
A família Marinho tem mais um
motivo para se preocupar. O processo também acaba revelando o submundo da
emissora nos Paraísos Fiscais. Nesse processo, por exemplo, é acusada de
utilizar empresas nas Ilhas Virgens Britânicas para pagar à Fifa pelos direitos
de transmissão da Copa de 2002.
Doleiro
Em outras palavras, em vez de
mandar legalmente a bolada por meio do Banco Central, a emissora recorreu a uma
rede de doleiros comandada por Dario Messer, aquele mesmo que lavava o dinheiro
de Rodrigo Silveirinha e líder da máfia dos fiscais do Rio de Janeiro que foi
preso em 2003, depois de enviar milhões para o exterior.
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