domingo, 22 de dezembro de 2024

Anarquia no Levante: a primeira guerra contra os BRICS



Pepe Escobar [*]

Pequim e Moscou encaram a Síria como um revés temporário para os BRICS, infligido por um império desesperado, pelo seu aliado desesperado Israel e por um sultão turco que ladra mas não morde.

A Síria, tal como a conhecíamos, está a ser esventrada em tempo real – geográfica, cultural, económica e militarmente – por uma confluência assustadora de turbas de mercenários jihadistas a soldo e de genocidas psicopatológicos que rezam no altar de Eretz Israel.

Será Israel, e não os “libertadores” de Damasco, quem decidirá o destino da Síria

Fontes: Rebelión


Traduzido para Rebelión por Paco Muñoz de Bustillo

O futuro da Síria sob a divisão da Al-Qaeda, o HTS, dará origem a apenas dois cenários possíveis: submeter-se e colaborar como a Cisjordânia ou acabar destruída como Gaza

Após a saída precipitada da Síria do ditador Bashar al-Assad e a tomada de grande parte do país por forças locais rebatizadas de Al Qaeda, tem havido uma enxurrada de artigos sobre o futuro da Síria.

Tanto os governos como os meios de comunicação ocidentais celebraram rapidamente o triunfo do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), embora o grupo ainda seja considerado terrorista nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e em grande parte da Europa.

“Globo causou dano irreparável a Lula, um homem inocente", diz Eduardo Appio

(Foto: Reprodução | ABR)

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Após a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (15), na qual criticou sua prisão e o tratamento recebido durante a Operação Lava Jato, o juiz federal Eduardo Appio reforçou essas críticas em entrevista ao programa Boa Noite 247. Appio afirmou que a emissora utilizou métodos semelhantes aos aplicados pela Lava Jato para distorcer fatos e causar danos à imagem de Lula.

sábado, 21 de dezembro de 2024

Walter Benjamin e o marxismo, 100 anos depois

Imagem: WikiCommons.

Rafael Vieira

Em uma carta enviada 100 anos atrás, Walter Benjamin escrevia — para a perplexidade e estranhamento de seu principal amigo e confidente — sobre a “liberação vital e uma compreensão intensiva da atualidade de um comunismo radical”.1 O correspondente era Gershom Scholem, historiador da judaicidade.

Benjamin ocupa um lugar bastante singular dentro da tradição marxista, seja pela articulação de autores e temas bastante próprios, seja pelo esforço de expandir o marxismo para áreas até então pouco habituais. Retornar a alguns desses motivos pode ser um ponto de partida importante para apresentar algumas questões caras ao autor e que, em certo sentido, vêm sendo negligenciadas por parte de sua recepção contemporânea, para quem muitas vezes o marxismo torna-se uma espécie de excentricidade extemporânea. Entre parcela dos intérpretes (apesar das contratendências) predomina a imagem de Benjamin como um tipo de gênio melancólico incompreendido, dissociado de alguns problemas cruciais de seu tempo. Isso termina por apagar o senso de urgência que atravessa uma parte considerável de seus escritos. Voltar, portanto, a essas questões parece importante não somente para compreender alguns dos dilemas que levaram o filósofo ao marxismo, mas igualmente lidar com o tempo que os percebe — o nosso.

Como a vacina russa contra o câncer está sendo testada

@Christian Ohde/imago-images.de/Global Look Press

Olga Nikitina

O trabalho realizado na Rússia para desenvolver uma vacina contra o coronavírus produziu um efeito colateral inesperado: a perspectiva de uma vacina contra o câncer. Para testar a vacina Enteromix, estão sendo selecionados pacientes com câncer. A segurança do medicamento será testada e depois a sua eficácia, mas os resultados finais só serão conhecidos vários anos mais tarde, após testes em milhares de voluntários.

O desenvolvimento, criado em conjunto pelo Centro Nacional de Pesquisa Médica em Radiologia do Ministério da Saúde e pelo Instituto Engelhardt de Biomedicina da Academia Russa de Ciências, promete ser um avanço na luta contra o câncer. Vamos falar sobre como ocorre esse processo importante e promissor.

O esforço intelectual do Brasil contemporâneo

Imagem: Steve Johnson

Por OSWALD DE ANDRADE*

Artigo inédito recolhido no livro recém-lançado “1923: os modernistas brasileiros em Paris”.

A Península Ibérica, que criou Dom Quixote, criou também Os Lusíadas. Qual entre esses dois poemas é o maior do idealismo latino?

O Quixote teve de lutar contra a organização disciplinada dos vilarejos, a barreira das estradas, as reações dos pueblos. Ele embarcou nas caravelas de Vasco da Gama e foi junto com Cabral buscar Dulcinea del Toboso na América do Sul. Uma força latina de coesão, de construção e de cultura o acompanhava. Era o jesuíta.

2007-2009, uma crise de superprodução

Fontes: rolandoastarita.blog/


Em notas anteriores salientamos a importância da explicação de Marx e Engels sobre as crises cíclicas devido à tendência do capital para a superprodução. A ideia básica é que os capitalistas, pressionados pela concorrência, tendem a aumentar a produção acima da possibilidade de a procura absorver esse produto. Portanto, chega um ponto em que os mercados ficam lotados em algumas das indústrias que alimentaram o boom; os preços e os lucros caem; A acumulação desacelera, o produto cai e o desemprego aumenta. A depressão, por sua vez, gera as condições (através da desvalorização do capital e do aumento da exploração da classe trabalhadora) que levam à recuperação da rentabilidade e da acumulação, com a adição de que estes ciclos são exacerbados pelo crédito e pelo financiamento. sistema.

O assassinato do general Kirillov


LARRY C. JOHNSON*

Matar Kirillov não altera absolutamente nada na trajetória da guerra na Ucrânia – a derrota da Ucrânia é inevitável. Mas revela a intenção da Ucrânia de correr riscos desesperados

Akhmad Kurbanov é suspeito de assassinar o tenente-general Igor Kirillov, chefe das tropas de defesa radiológica, química e biológica das Forças Armadas russas. Ele foi localizado e detido pouco depois de colocar a bomba que matou Kirillov e seu ajudante. Na foto abaixo, supostamente retirada das redes sociais pelo FSB, Kurbanov está cantando: “Eu sou o número um”. (Ok, é uma piada).